Barbas

Há uma inegável tendência entre os homens de adotar a barba na formação do visual. A cara limpa, escanhoada com o uso da navalha caiu de moda assim como a lâmina de barbear que veio depois e foi substituída pelo barbeador elétrico que simplificou mais ainda a aparação matinal, tornando-a rápida e prática dentro das exigências da vida moderna.

Deixar a barba crescer facilita porque o acerto das pontas pode ser feito nos fins de semana ou no prazo a critério da pessoa.

Se antes denotava até desleixo, agora está se tornando símbolo de masculinidade porque a barba nos tempos atuais sugere um revigoramento da virilidade e do machismo, um machismo evidentemente light em tempos de valorizaçáo cada vez maior da mulher como dona de seu nariz, independente e ocupando posições de igualdade no contexto social, bem longe da submissáo aos caprichos masculinos como acontecia em tempos nem tão longínquos assim.

A barba remonta aos bárbaros dos princípios da civilização, dos invasores que chegavam para ocupar territórios e dominar povos. E os barbudos estão em alta, com ar de donos de uma personalidade diferenciada.

Pobre de nós de caras limpas, de rostos lisos e feições comuns, que não encontramos um diferencial para nos distinguir pois ficamos parecendo antigos senhores comuns, sem armas especiais para enfrentar as agruras desse mundo, meros coadjuvantes de uma nova confraria, autênticos jacus do mato sem atrativos especiais na sociedade moderna a competirem com os barbudos que se sobrepõem na conquista das mais lindas mulheres e das mais desejadas ambições do ser humano moderno.

Enfim, esta é a era dos modernos com jeitão de bárbaros.

Mas nossa vingança será malígna, como dizia personagem do Chico Anísio: um dia a barba deles ficará comum como nossas caras limpas e eles, os “bárbaros” modernos, se tornarão táo comuns como nós somos hoje.