A moda atual é falar em dificuldade para vender facilidades.
Parece, entretanto, que ocorre o contrário: vende-se facilidade em tudo mas as dificuldades continuam atormentando a gente de uma forma brutal.
Quer maior facilidade do que adquirir um automóvel? Quem hoje compra um sabe a dificuldade para quitá-lo. Mas será vantagem pagar à vista sob a ameaça das consequências da inflação e do desemprego?
A multiplicidade de bens e serviços que nos são oferecidos esbarram não só no alto custo decorrente da inflação, mas também no burocrático enredo para adquirí-los: comprovantes de renda, de crédito bancário, de residência, de idade, de bons costumes, de regularidade em relação às contas com o imposto de renda, o Estado e município, de ficha limpa no comércio, da fila nos cartórios que cobram uma nota para carimbar declaração de bons antecedentes, de residência, de reconhecimento de firma e de que existimos.
Tudo fica mais difícil ainda porque vamos tornando mais refinado o nosso gosto sobre tudo: "trem bom é coisa boa" - não é assim que se diz?
Mas a coisa boa vai se tornando inviável, proibitiva.
Para complicar tudo, é bom não ficar atento ao noticiário de tantas mazelas e malfeitos que são divulgados, senão vem um desânimo que abala quem se vangloria de ter sólida estrutura psicológica.
Esse trauma decorre não somente das coisas do país mas também do mundo em alucinada transformação onde o hoje se torna passado antes de o sol se pôr.
"Admirável mundo novo" foi o título do livro do inglês Aldous Huxley lá no meio do século passado numa reflexão sobre as maravilhas que o conhecimento e o desenvolvimento tecnológico proporcionariam.
Não podemos reclamar de tantas coisas boas que nos foram sendo ofertadas neste novo século.
Mas precisava vir junto tanta loucura e irresponsabilidade?
Parece, entretanto, que ocorre o contrário: vende-se facilidade em tudo mas as dificuldades continuam atormentando a gente de uma forma brutal.
Quer maior facilidade do que adquirir um automóvel? Quem hoje compra um sabe a dificuldade para quitá-lo. Mas será vantagem pagar à vista sob a ameaça das consequências da inflação e do desemprego?
A multiplicidade de bens e serviços que nos são oferecidos esbarram não só no alto custo decorrente da inflação, mas também no burocrático enredo para adquirí-los: comprovantes de renda, de crédito bancário, de residência, de idade, de bons costumes, de regularidade em relação às contas com o imposto de renda, o Estado e município, de ficha limpa no comércio, da fila nos cartórios que cobram uma nota para carimbar declaração de bons antecedentes, de residência, de reconhecimento de firma e de que existimos.
Tudo fica mais difícil ainda porque vamos tornando mais refinado o nosso gosto sobre tudo: "trem bom é coisa boa" - não é assim que se diz?
Mas a coisa boa vai se tornando inviável, proibitiva.
Para complicar tudo, é bom não ficar atento ao noticiário de tantas mazelas e malfeitos que são divulgados, senão vem um desânimo que abala quem se vangloria de ter sólida estrutura psicológica.
Esse trauma decorre não somente das coisas do país mas também do mundo em alucinada transformação onde o hoje se torna passado antes de o sol se pôr.
"Admirável mundo novo" foi o título do livro do inglês Aldous Huxley lá no meio do século passado numa reflexão sobre as maravilhas que o conhecimento e o desenvolvimento tecnológico proporcionariam.
Não podemos reclamar de tantas coisas boas que nos foram sendo ofertadas neste novo século.
Mas precisava vir junto tanta loucura e irresponsabilidade?