Situações - Crônica da Semana "Estado de Minas" 02/07/2015

Não faz bem ao ânimo das pessoas nem do país a união entre temperatura baixa e a recessão que corrói esperanças. O frio leva ao recolhimento e a crise econômica reduz a capacidade de aspirar sonhos, se não audaciosos, pelo menos com um mínimo de coragem para gerar situações positivas.

Aliás, situação é a palavra da moda não só entre técnicos que em suas entrevistas só falam em mudar a situação para justificarem o péssimo futebol praticado por seus jogadores apesar da fortuna que recebem.

Situação crítica vivem os que sentem no bolso os preços dos serviços públicos, da alta nas contas de luz, água e telefone e, a maior delas, a dor causada pela perda do emprego.

Situação melhor vive quem já sabe como é o traçado das coisas e adota o velho jargão de que "melhor deixar como está para ver como é que fica", apesar de todo mundo saber que sempre fica o dito pelo não-dito.

É uma situação que não dá para entender, apesar de aplicativos que em tudo são aplicados. Culpa do Chacrinha que alertava que não viera ao mundo para esclarecer mas para confundir.

Será que a atual situação será revertida? - perguntam os que alimentam esperança de que o tempo de mudança tão ansiado chegará em breve.

Claro que não, porque tem muita coisa que não dá para resolver por bem ou por mal, tais como confusões e convulsões sociais por todo canto, países "quebrados", tempo instável e maldades sempre estáveis.

Muitos especialistas tentam colocar os pingos nos ii, em suas palestras, mas perdem o fio da meada porque na hora H toca o seu celular ou alguém da primeira fila pede licença para passar um WhatsApp.

Resta o consolo de saber que a esperança é a última que morre em qualquer situação humana.

Será?