Sem Lei e Sem Alma - Crônica da Semana "Estado de Minas" 05/08/2015

De nada resolve solicitar à instituição de ensino que pare de enviar propostas sobre seus cursos porque bem cedo no dia seguinte lá está a mensagem repetida meses seguidos. À insistência da instituição não adianta responder com email desaforado que não temos interesse de frequentar um curso fora de nossa realidade porque o pixuleco educacional é programado para dia sim e outro também azucrinar nossa paciência. Uma pena nossas respostas cheias de palavrões politicamente incorretos serem rejeitadas pelo computador da escola pois deveriam chegar aos responsáveis por ela. Acaba virando tarefa diária jogar no lixo não só a proposta da faculdade que nunca desiste mas também a da moça que se propõe a prever nosso futuro tão incerto, da loja nos confins do país que oferece produtos maravilhosos, assim como mensagens de empresas que ilegalmente obtêm nosso e-mail.

O problema nem é jogar fora as propostas incômodas, mas a impotência diante de absurdo massacre virtual em nome de discutível liberdade de mercado. Ou seria melhor nos acovardar diante da nova realidade de um mundo que em nome de avanços da modernidade nos ataca com ofertas fora de nosso interesse? Mas para quê ficar enfurecidos se somos incapazes de dar um basta a tanto aborrecimento... Será que valerá a pena aceitar a realidade e fugir da fama de rabugentos por não aceitar a porcariada cibernética e as inutilidades virtuais? Claro que não. Complicado mesmo seria se o mundo não contasse com rabugentos com coragem para rebater imposições absurdas como acontecia no tempo do faroeste sem lei e sem alma.