Tudo começou quando contratou uma equipe para rebaixar o teto da sala de estar do seu apartamento e instalar moderno sistema de som e tevê.
A obra transformou-se em tormento dos diabos por causa de cálculos otimistas demais no prazo para a conclusão do trabalho.
Ampliado o tempo para a obra, comeu o pão que o diabo amassou, ou melhor, a poeira e a confusão que lhe tiraram o sossego por bom tempo.
Lamentou tanto a ponto de pensar que deveria haver uma agência tipo Moody's ou S&P - Standard and Poor's, que fosse especializada em avaliação do grau de eficiência de empresas de obras caseiras.
Afinal, o que era para durar quinze dias chegou a quase dois meses de tumulto e poeira, tirando completamento a tranquilidade da casa.
Se tivesse de escolher, teria dado preferência à Standard and Poor's que tem se mostrado mais ágil e realista em suas avaliações.
Acha mesmo que o Brasil precisa de várias Standard and Poor's para que seja feito um controle rígido de como as coisas andam num país que segue na base de ir levando para ver como é que fica ou fazendo valer o famoso jeitinho brasileiro quase sempre irresponsável em relação a pedaladas fiscais, empreitadas em que os prazos são cumpridos com certa malemolência, controle de gastos particulares e principalmente públicos, inchaço nas repartições e promessas não cumpridas.
Segundo o amigo, até essa história de rebaixamento no futebol não é levada muito a sério, tendo em vista suspeitas sobre manipulação de resultados.
Ele, que é pessoa séria, gostaria que o país perdesse a fama de não ser sério, o que acha difícil de ver esse seu sonho acontecer tendo em vista sua idade a cada dia fica mais rebaixada, que o diga a Standard and Poor's...
Aliás, há muito tempo que ele se sente rebaixado não só em relação à idade mas principalmente na sua condição de cidadão.