Falta pouco, muito pouco, para ele perder a visão de pequena faixa da Serra do Curral pela janela do apartamento, privilégio para quem sempre sonhou que um dia fossem respeitadas certas posturas municipais e o jeito quase provinciano da cidade de resistir a modernidades nem tão modernas assim.
Para seu desencanto, a cada dia sobe mais uma laje do complexo empreendimento ao lado de onde mora. Ali surgirá um espigão com mini-apartamentos, prédio anexo de garagem dos carros dos moradores e um mix de lojas e para atender a região já repleta de lojas com grande número delas com portas fechadas por causa da recessão que assola o país.
Na sua crescente paranóia ele imagina quantos novos prédios serão erguidos em substituição à tradicional loja de flores com belo jardim no fundo, a casa onde mora uma senhora idosa, outra casa ocupada por jardim de infância muito respeitado pela linha educacional que adota, dois restaurantes tradicionais que servem comida de alta qualidade e respeitam a lei do silêncio por não dependerem do estorvo de música em altura insuportável e assim garantirem o sossego de seus fregueses.
Fazer o quê diante da roda da fortuna que gira sem limites se ele acha que não há como parar a roda e não é dado tempo para que sejam encontradas alternativas e evitar que o mundo siga em sua determinação de chegar ao caos absoluto.
Um amigo fazendeiro que vive de curtir o verde em seu recanto até já lhe fez sugestão para se transferir para um velho mosteiro ou aceitar o caos como realidade definitiva, deixando de lado sonhos ecológicos, cumprimento de leis ambientais e uma indispensável, mesmo que pouca, vergonha na cara nesse mundo alucinado.
Com os derradeiros dias de visão da pequena faixa da Serra do Curral, acha que chegou a hora de desistir do sonho de que um dia a humanidade possa abrir mão de alguns desejos insanos. Está quase convicto de que melhor mesmo é "entregar a rapadura" e aderir de vez ao caos.
Para seu desencanto, a cada dia sobe mais uma laje do complexo empreendimento ao lado de onde mora. Ali surgirá um espigão com mini-apartamentos, prédio anexo de garagem dos carros dos moradores e um mix de lojas e para atender a região já repleta de lojas com grande número delas com portas fechadas por causa da recessão que assola o país.
Na sua crescente paranóia ele imagina quantos novos prédios serão erguidos em substituição à tradicional loja de flores com belo jardim no fundo, a casa onde mora uma senhora idosa, outra casa ocupada por jardim de infância muito respeitado pela linha educacional que adota, dois restaurantes tradicionais que servem comida de alta qualidade e respeitam a lei do silêncio por não dependerem do estorvo de música em altura insuportável e assim garantirem o sossego de seus fregueses.
Fazer o quê diante da roda da fortuna que gira sem limites se ele acha que não há como parar a roda e não é dado tempo para que sejam encontradas alternativas e evitar que o mundo siga em sua determinação de chegar ao caos absoluto.
Um amigo fazendeiro que vive de curtir o verde em seu recanto até já lhe fez sugestão para se transferir para um velho mosteiro ou aceitar o caos como realidade definitiva, deixando de lado sonhos ecológicos, cumprimento de leis ambientais e uma indispensável, mesmo que pouca, vergonha na cara nesse mundo alucinado.
Com os derradeiros dias de visão da pequena faixa da Serra do Curral, acha que chegou a hora de desistir do sonho de que um dia a humanidade possa abrir mão de alguns desejos insanos. Está quase convicto de que melhor mesmo é "entregar a rapadura" e aderir de vez ao caos.