Os Democratas Apareceram - Correspondente Internacional

Jim Webb, Bernie Sanders, Hillary Clinton, Martin O'Malley and Lincoln Chafee 
Eram 11 horas da noite da terça-feira dia 13 de Outubro  quando o debate com 5 candidatos democratas terminou. À audiência nos EUA bateu recordes e eu estava atônito em frente da TV.

Dos 5 candidatos apenas 2 realmente tem chance de ser nominado(a) o candidato(a) à presidência dos EUA. A Ex-Secretaria de Estado Hillary Clinton e o Ex-Senador de Vermont Bernie Sanders. Ambos estavam posicionados no centro do imenso palco em um hotel de Las Vegas.

Ficar positivamente atônito com um debate político depois de anos acompanhando eventos semelhantes em diversos países? Tenho que afirmar que sim. Foram quase 3 horas de perguntas e respostas sobre tópicos relevantes para o futuro dos EUA.

A CNN foi a emissora responsável pelo debate e o recém "out of closet" jornalista Anderson Cooper
 comandou a conversa sem maiores problemas. Comparado com o debate republicano parecíamos estar finalmente no século XXI.

Não apenas Bernie e Hillary deram suas opiniões sobre Mudança Climática, Controle de Armas, Racismo, Encarceramento excessivo da população negra, liberdade de expressão, drogas, diminuição da classe média entre outros  relevantes problemas reais da sociedade americana. A  qualidade geral dos candidatos democratas ficou provada ser superior a "dúzia" existente do outro lado do corredor politico americano.

Eles também mostraram certa união. Bernie chegou ao ponto de defender Hillary no caso do servidor de e-mail que ela usou incorretamente enquanto secretária de estado. Ato de valentia e educação que não víamos a muito tempo. Bom ver a máxima de cada um por si e "quero tirar vantagem sempre. Certo?" não se aplicar de vez em quando.

Os EUA podem completar a incrível marca de 3 mandatos democratas consecutivos. E quem sabe ter uma melhor presença e talvez a maioria no Congresso e no Senado. Fato que trava a atual administração e que facilitaria a decisão de necessárias atualizações que o país tanto precisa, hoje bloqueado por conservadores multimilionários.

Hillary tem as virtudes e os problemas de um Clinton. Vem coberta de Dinheiro doado por grandes corporações. Boas intenções no discurso e força da base democrata tradicional. É um pouco mais experiente dentro do executivo e quando quer é mais conservadora chegando perto do eleitorado mais velho. É a aposta menos arriscada para todos. Pode se tornar a primeira mulher a ser presidente na America do Norte. Ex-Primeira dama conhece a casa branca por dentro e por fora. Aceitou e perdoou os erros do marido segurando a onda e o mandato de Bill após o furacão Monica Lewinsky. 
Como dizia o jornalista Paulo Francis: "Hillary trás consigo seu incomparável e enorme "traseiro". Por sinal durante o debate seu "asset" estava menos notável já que adotou um terno-saia que a deixou elegante e mais graciosa.

Bernie é o liberal dos liberais. Fala em regular Wall Street e aumentar as taxas para super ricos. Quer trazer a classe média de volta ao país, implementar medicina universal e implementar um controle de emissões ainda mais agressivo que Obama. Não aceita doações de corporações na sua campanha. Toda sua arrecadação esta sendo realizada através da contribuição de pequenos doadores. Mesmo assim não têm menos dinheiro do que Hillary. $29.9M contra $26.2M. Seria esta a prova final de que financiamento de campanha pode ser honesto e bem feito?

Bernie é considerado azarão. Seu discurso positivo e democrático cativa o público jovem. Será que ele irá levar os jovens a sala de votação? Obama consegui. Seu grande  desafio será diminuir o estigma e a desinformação sobre seu projeto social democrata. Trump o chama de Socialista para diminuir sua aceitação popular.

A tendência é até março de 2016 os dois estarem sozinhos na luta para a disputa. Com isso poderemos ver mais debates e mais detalhes de como realizá-las. 


Prometer regular Wall-Street é uma coisa, conseguir é outra coisa bem mais complexa.