Poeta encontra fórmulas inacreditáveis para se expressar. Tom Jobim deu exemplo disso ao nos legar belezas como “Águas de Março”, especialmente nos versos: “É o projeto da casa, é o corpo na cama/ é o carro enguiçado, é a lama, é a lama”.
Só mesmo Tom para usar a lama para enaltecer a realização do sonho de construir uma casa no campo e louvar a natureza, os pássaros, o amor.
Apesar do seu jeito calmo, Tom certamente estaria irritado com a catástrofe da lama nas cercanias de Mariana e perguntaria:
“Como uma civilização que obtém conquistas nunca imaginadas, esquece que “o preço da liberdade é a eterna vigilância”? Como usam até hoje argumentos do tipo deixa andar pra ver como fica; ainda dá tempo para arrumar tudo; a fiscalização só vai aparecer depois das festas de fim de ano; calma que o santo é de barro?
Tom ainda poderia perguntar:
- Será que tudo é consequência da busca pelo prazer absoluto que corroi a superfície e as entranhas do mundo, do consumo exagerado, do egoismo e da pressa para gozar os prazeres da era digital?
- Será que a avalanche aconteceu por causa de um deslize no jeito nada especial de aproveitar os recursos da natureza?
- Não são mais respeitados os principios da Física, da Ecologia, das normas do Bom Senso, da Ética, da Estética e da beleza do mundo?
- Não se leva mais em conta alertas sobre as consequências da destruição da natureza?
- Aonde foram parar os principios da Moral e da Política com P maiúsculo?
Ilusão pensar que Tom Jobim estivesse fazendo tantas perguntas se seu verso emblemático resume tudo:
- É a lama, é a lama…
Só mesmo Tom para usar a lama para enaltecer a realização do sonho de construir uma casa no campo e louvar a natureza, os pássaros, o amor.
Apesar do seu jeito calmo, Tom certamente estaria irritado com a catástrofe da lama nas cercanias de Mariana e perguntaria:
“Como uma civilização que obtém conquistas nunca imaginadas, esquece que “o preço da liberdade é a eterna vigilância”? Como usam até hoje argumentos do tipo deixa andar pra ver como fica; ainda dá tempo para arrumar tudo; a fiscalização só vai aparecer depois das festas de fim de ano; calma que o santo é de barro?
Tom ainda poderia perguntar:
- Será que tudo é consequência da busca pelo prazer absoluto que corroi a superfície e as entranhas do mundo, do consumo exagerado, do egoismo e da pressa para gozar os prazeres da era digital?
- Será que a avalanche aconteceu por causa de um deslize no jeito nada especial de aproveitar os recursos da natureza?
- Não são mais respeitados os principios da Física, da Ecologia, das normas do Bom Senso, da Ética, da Estética e da beleza do mundo?
- Não se leva mais em conta alertas sobre as consequências da destruição da natureza?
- Aonde foram parar os principios da Moral e da Política com P maiúsculo?
Ilusão pensar que Tom Jobim estivesse fazendo tantas perguntas se seu verso emblemático resume tudo:
- É a lama, é a lama…