Terror Sem Fim - Crônica "Estado de Minas" - 19/11/2015


Os atentados em Paris trazem de volta a tese do filósofo Thomas Hobbes (1.588/1.679) de que o homem é o lobo do homem.

Para Hobbes, os homens são perfeitamente iguais, desejam as mesmas coisas, têm as mesmas necessidades e o mesmo instinto de auto-preservação, daí decorrendo o conflito e a guerra.

Mas não dá para entender: quanto mais a humanidade avança em conhecimento e tecnologia mais acirra entre os humanos um instinto animal próprio da barbárie que nega as novas boas coisas da vida.

Vivemos uma “sinuca de bico” em que fica impossível acertar a bola da vez na caçapa da loucura que impede um acordo entre as partes.

Será culpa da velocidade dos fatos e das constantes inovações?

Mais provável que esteja prevalecendo um sentimento maluco de que somente uma parte está com a verdade absoluta pois os

terroristas se escondem do diálogo em catacumbas misteriosas e usam expedientes nada santificados. Eles nunca cedem por mais que sofram ataques pesados nem desistem de levar à frente seus projetos malucos, pois o terror detona não só os inocentes mas também a possibilidade de um diálogo para um acordo de paz.

A nós, simples cidadãos acuados por espanto, medo e desilusão, resta ficar longe da cena – como se por uma mágica improvável jamais fôssemos atingidos pela trágica situação que vive a humanidade.

Que ilusão!

Não há como tampar olhos e ouvidos.

A guerra está em nós, participantes da cena trágica que seguimos pelo noticiário ao som das bombas de uma batalha nada surda.

Se já tememos sair às ruas para não sofrer assaltos, qualquer hora pode bater em nossas portas a irracionalidade incontrolável do terror definitivo e sem fim.