Então é Natal... - Correspondente Internacional

Outro dia ouvi alguém disser que nossa capacidade de memorizar locais, cheiros, pessoas... poderia ser considerado como nosso 6o sentido. A memória como um novo sentido dentro de cada indivíduo. Interessante.

Será que a memória poderia ser descrita como a união de todos os sentidos? Filosofia ou Neurociência? Não importa. O que importa é que neste ano a memória foi fundamental e ator principal. A velha e combalida memória teve que voltar a funcionar para muita gente. Amigos e familiares que vivem fisicamente longe tiveram momentos felizes e tristes de suas vidas relembrados. Natais que amamos ou odiamos. Presentes que ganhamos, compramos ou que apesar de solicitados não chegaram pelas mãos do Papai Noel.

No frigir dos ovos acho que 2015 foi um ano onde voltamos a usar nosso "6o sentido” para nos aproximarmos mesmo estando distantes de quem faz ou fez parte de nossas vidas. Via acaloradas ou simples conversas clicadas em aplicativos celulares de teclas virtuais e erros gramaticais perdoáveis, aproximações realmente ocorreram.

Os ZapZaps proporcionaram o compartilhamento, o debate de idéias, a busca por conhecimento. Revelações de sentimentos profundos e convicções estabelecidas que vibramos em dividir abertamente na "segurança" do celular de última geração. 

Com isso aumentamos a utilização da memória. Uma resposta rápida e irônica se torna fundamental na “batalha” de ter o texto lido e “liked” por pares. Revivemos o quanto podíamos lembra e como gostávamos de dividir as experiências vividas em conversas. O que era a fofoca do século XIX, as cartas do século XX que contavam histórias de casais, problemas de familia etc, vivaram agora um turbilhão de SEND. Com a nova, fácil e rápida realidade de compartilhar vídeos engraçados ou tentar fazer a vida do outro um pouco melhor…a revolução digital móvel individual chegou no seu ápice.

Os Posts se multiplicaram na velocidade da luz e foram transmitidas via antenas celulares. Enviamos fotos e selfies de pessoas queridas em piscinas azuis de hotéis. No topo de prédios famosos com o vento e sol na posição ideal. Zoom e filtro de cor. Não importa o local. Sala de estar, cozinha, na cama, fazendo amor... Limites não existem.

Sim. Como o ser humano depende do amor, da paixão e da luxúria mundana para ser feliz. “Vimos" como se fossemos padres em um confessionário virtual, o som, os sabores, o ódio. Realizamos download de imagens de partes baixas e superiores de pessoas desconhecidas realizando o que todos nós sabemos muito bem que é o que faz o mundo girar e a história acontecer. Como em um filme de Hollywood as imagens e videos aparecem nas telas. Pessoas comuns viraram atores do novo mundo virtual.

Via tecnologia vimos amores serem criados, realizados, consumados, compartilhados e 
descobertos. Apartir de agora não estarão apenas na memória individual e nos 5 sentidos disponíveis em cada um. Mas sim disponíveis e acessáveis pela eternidade dentro da infinita memória do Big Data.

Qual será a nova fronteira? Um "The Truman Show" para cada indivíduo? Talvez. Aplicativos como o Periscope já são considerados a nova tendência… 

A memória virtual das nossas vidas veio para ficar. Seja bem vindo ao Show 2016.