Joaquim Levy e a Crônica de Uma Morte Anunciada


O ministro da Fazenda Joaquim Levy deixou o comando do Ministério mais importante da Esplanada urdida por Oscar Niemeyer. Foi substituído de imediato por Nelson Barbosa, que ocupa o Ministério do Planejamento e deveria trabalhar de forma coesa com o defenestrado.

De inédito, convocação de entrevista coletiva anunciando propósitos puros e castos. Só não prometeu o céu em virtude desse departamento não ter sido aparelhado pela turma do PT.

Se bobearmos, irão tentar se infiltrar na assessoria do Padre Eterno, para não só governar a nossa vida neste Brasil de poltrões mas também nossa vida eterna. Afinal, a doutrina que professam e pregam conseguiu já há muito se infiltrar na Igreja de Jesus Cristo. Estão aí Leonardo Boff, famoso teólogo brasileiro que anos atrás tomou uma surra de Teologia do então Cardeal Ratzinger e o inefável Frei Beto, caudaloso autor com sem-número de obras publicadas e mais amigo de Lula do que o pecuarista Bumlai.

A queda de Joaquim Levy era queda anunciada. Dilma Rousseff, renomada economista com doutorado na Unicamp, nunca engoliu Levy, economista de ideias “retrógradas” aprendidas na Universidade de Chicago, escolinha “mequetrefe" que já ousou ter em seu quadro de docentes inúmeros detentores de Prêmio Nobel.

A Unicamp, de economistas como Luiz Gonzaga Beluzzo, é muito mais importante e doutorou a Presidenta sem que ninguém a visse por lá cursando as disciplinas “mal ensinadas” em Chicago.

Algo me intriga: por que um economista de respeito e currículo se presta a papel de palhaço? Sua presença e seu nome foram usados para avalisar o grau de investimento da agências de risco que, baldados seus esforços, o Brasil perdeu e talvez não recupere tão cedo. Coisa para nossos netos, Pior foi Levy se prestar a papel ridículo, torpedeado todo tempo pelo seu agora sucessor e pelo "Nove Dedos", o grão vizir da seita petista.

Levy, homem de excelente currículo, com ótimo emprego na diretoria do Bradesco, um dos maiores bancos desse país grande e bobo e publicações econômicas do mundo adiantado já se manifestaram a respeito. Infelizmente, os comentários são desairosos, para não usar vocábulos piores, mistério tão grande como a cabeça dos ministros do Supremo.

Para os brasileiros restam a incerteza - e a certeza de que dias piores virão. Sempre digo que temos saudade do que achávamos ruim. Daqui uns dias teremos saudade de Guido Mantega. Se é para esculhambar, porque não nomearam Beluzzo, Aluísio Mercadante e, quem sabe, a musa do Plano Cruzado, a professora Maria da Conceição Tavares?

Notas:

1) Roberto Campos, um dos homens mais brilhantes do Brasil, prova inconteste de que aqui já teve vida inteligente, dizia que o Brasil é o país do meio sucesso. Como não tenho a inteligência do brasileiro mais odiado pelos comunistas, ouso dizer que o Brasil se assemelha a rabo de cavalo: só cresce pra baixo. Podemos dizer também que é igual calvice: só vai para trás. Ou que é igual vôo de galinha: ensaia, levanta as asas e metro e meio depois esborracha. E pensar que até besouro, que mais se parece um ônibus, consegue voar...

2) Observatório da televisão: Jô Soares, o maior Narciso do Brasil, em seu programa político "Meninas do Jô" contou história que se passou na fronteira de uma cidade com outra, mas não me lembro quais. A cidade foi promovida: de divisa passou a ter fronteira. Daqui uns dias exigirão passaporte para ir de Santana de Pirapora a Baldim.

3) O efeito Orloff continua: já temos inflação de dois dígitos, déficit no balanço de pagamentos, rombo no orçamento e, pior ainda, gente às pamparras morando na rua. Vão processar o Tiririca por fazer publicidade enganosa. Piorou!!!!


José Silvério URTIGÃO