Chegou a uma idade bem próxima dos oitenta anos declarando que nunca teve medo da morte. Seu destemor diante da fatalidade se revela na lida pela vida que inclui a cozinha de forno e fogão, um semblante de serenidade e o croché que pratica sentada em uma velha e deliciosa cadeira de balanço que range um pouco como que para compor melodicamente o cenário.
No balanço da cadeira, suas ideias voam com velocidade.
Deixa de lado a miséria moral do mundo cada vez mais consumista sabendo que, na volúpia em que os fatos andam nos tempos cibernéticos, é bobagem sonhar em deixar como legado princípios que nortearam sua vida (honestidade, honradez, sinceridade e sensibilidade) para analisar fatos ao seu redor e no mundo.
Acha que não entenderão esses princípios e muito menos segui-los. Azar “deles” – sentencia com lucidez e franqueza. Seu orgulho é saber dominar a linha e a agulha de croché para praticar a arte na feitura de sapatinhos para bisnetos que não param de nascer, de adornos para forro de mesa considerados maravilhosos e pequenos arranjos de mesa que filhas e noras adoram.
Cada laço que dá na linha a faz pensar no nó que prende a humanidade a uma ideia absurda de felicidade plena diante de um crescimento populacional sem medida e de fragorosa derrota de princípios morais e éticos.
Não gosta de ser chamada de velhinha pois mantém firme sua coluna vertebral e já foi até chamada de “madeira de dar em doido”.
Apesar de tudo, tem esperança de que chegará o momento em que o mundo entenderá a importância do bom senso e da razão. Não será fácil mas, para ela, um dia os donos do mundo vão concluir que é preciso dar uma parada geral nas coisas para reflexão.
Aí, será tarde demais, embora saiba que onde estiver estará feliz com isso.
No balanço da cadeira, suas ideias voam com velocidade.
Deixa de lado a miséria moral do mundo cada vez mais consumista sabendo que, na volúpia em que os fatos andam nos tempos cibernéticos, é bobagem sonhar em deixar como legado princípios que nortearam sua vida (honestidade, honradez, sinceridade e sensibilidade) para analisar fatos ao seu redor e no mundo.
Acha que não entenderão esses princípios e muito menos segui-los. Azar “deles” – sentencia com lucidez e franqueza. Seu orgulho é saber dominar a linha e a agulha de croché para praticar a arte na feitura de sapatinhos para bisnetos que não param de nascer, de adornos para forro de mesa considerados maravilhosos e pequenos arranjos de mesa que filhas e noras adoram.
Cada laço que dá na linha a faz pensar no nó que prende a humanidade a uma ideia absurda de felicidade plena diante de um crescimento populacional sem medida e de fragorosa derrota de princípios morais e éticos.
Não gosta de ser chamada de velhinha pois mantém firme sua coluna vertebral e já foi até chamada de “madeira de dar em doido”.
Apesar de tudo, tem esperança de que chegará o momento em que o mundo entenderá a importância do bom senso e da razão. Não será fácil mas, para ela, um dia os donos do mundo vão concluir que é preciso dar uma parada geral nas coisas para reflexão.
Aí, será tarde demais, embora saiba que onde estiver estará feliz com isso.