Dilma Vana Rousseff, presidente da República Federativa do Brasil, mandou inscrever no Livro de Aço dos Heróis da Pátria, o nome de Leonel de Moura Brizola, seu mentor político e mestre em administração pública, o que de certa forma explica seu fracasso como governanta dessas terras tupiniquíns.
O livro de aço dos heróis se encontra no Panteão da Pátria e da Liberdade "Tancredo Neves", em Brasília. No livro já se encontravam gravados os nomes de Zumbi dos Palmares, Tiradentes e Getulio Dorneles Vargas. Com a chegada do "Engenheiro" Brizola, os gaúchos assumem a dianteira, na companhia de um português nascido em Minas e de um alagoano de descendência africana.
Com exceção de Getulio Vargas, bastante palpável e vivo na história do Brasil, os outros são realmente lendários, no sentido exato do vocábulo. Para provar a assertiva, comecemos pelo mais recente herói, elevado ao posto em 29/12/2015, mediante decreto que diminui de cinquenta para dez anos o prazo de carência, depois de morto, para receber a honraria.
Não sou muito mais novo do que Brizola. Fui fundado em 1943, em São Miguel do Piracicaba e tive condições de acompanhar a saga do gaúcho de Carazinho. Nunca tive notícia de nenhum heroísmo na longa vida de Brizola. Na sua biografia é possível constatar muito populismo, muito oportunismo e muita incoerência a começar pelo seu nome. Nascido, foi batizado de Itagiba, nome que quando pôde, trocou por Leonel, nome de um líder Maragato, Leonel Rocha. Prefeito de Porto Alegre, governador gaúcho, Brizola se tornou nome nacional ao comandar a Cadeia da Legalidade que visava colocar na presidência seu cunhado Jango Goulart, vice de Jânio Quadros, mal visto pelos militares que desde 1922 tentavam liderar a política brasileira. Para eles, o estancieiro mulherengo de São Borja personificava o perigo comunista, não por ele próprio mas pelas idéias de muitos outros que se aproveitariam do tosco e inapetente Jango para tomar o poder.
Se estavam certos, não discuto. O que penso é que, no século XXI, o Brasil é dos poucos países com muitos comunistas, entre eles um ministro da Defesa. Um espanto!!!
Mas voltemos è lenda e aos lendários.
José Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes, Patrono do Brasil, tornou-se herói da Pátria pelo movimento positivista dos republicanos que precisavam de um herói para se contrapor aos vultos do Império. Daí a sua figura singular: barbudo, de camisolão branco, num arremedo tropical de Cristo. Tiradentes era militar, Alferes de Cavalaria, portanto proibido em regulamento de usar barba.
Se não bastasse. nas prisões do reino cabelos e barbas eram raspados para prevenção de piolhos.
A Inconfidencia Mineira foi um movimento liderado por portugueses que visavam antes de tudo não pagar o "quinto do ouro" devido à coroa portuguesa com muito atraso e a ser pago na Derrama, o que nos nossos dias pode ser tomado por uma execução fiscal. Não pagariam os impostos atrasados e proclamariam a República em Minas Gerais. Somente em Minas. O restante do Brasil que se danasse. Nada de ideais libertários, de abolição da escravatura.
O movimento se ancorava de alguma forma nos ecos da Revolução Francesa e na Guerra da Independência dos Estados Unidos, que também não aboliu a escravidão.
A história de Tiradentes é toda cheia de furos.
Quanto ao dito traidor, Silvério dos Reis, que tinha outros sobrenomes e só incluiu Joaquim no nome depois da delação premiada, era também português, coronel do Reino e fiel ao Rei e à filha, que o sucedeu. Muita lenda e pouco heroísmo.
Cronologicamente, chegamos a Zumbi dos Palmares. História quase oral, nada de heroísmo e luta pela causa do povo negro, pela liberdade e fim de escravidão. Muito mais um jogo de interesses de uma genealogia africana e sua parentela. Outro herói lendário, no sentido etimológico da palavra.
Carecemos de heróis. A América Latina como um todo carece de figuras que possam levantar a auto estima de seus povos. Do México a Patagônia, a mesma carência.
No entanto, já que Brizola foi guindado à condição de herói, nada mau colocar lá também o Macunaíma, o grande mau, herói sem nenhum caráter. Esse não morreu mas, lenda por lenda, não custa arriscar. Se colar, depois colocamos o Negrinho do Pastoreio, gaúcho de nascimento. e posteriormente o Saci Pererê e Tia Anastácia.
Ficam as sugestões.
Urtigão (desde 1943)
O livro de aço dos heróis se encontra no Panteão da Pátria e da Liberdade "Tancredo Neves", em Brasília. No livro já se encontravam gravados os nomes de Zumbi dos Palmares, Tiradentes e Getulio Dorneles Vargas. Com a chegada do "Engenheiro" Brizola, os gaúchos assumem a dianteira, na companhia de um português nascido em Minas e de um alagoano de descendência africana.
Com exceção de Getulio Vargas, bastante palpável e vivo na história do Brasil, os outros são realmente lendários, no sentido exato do vocábulo. Para provar a assertiva, comecemos pelo mais recente herói, elevado ao posto em 29/12/2015, mediante decreto que diminui de cinquenta para dez anos o prazo de carência, depois de morto, para receber a honraria.
Não sou muito mais novo do que Brizola. Fui fundado em 1943, em São Miguel do Piracicaba e tive condições de acompanhar a saga do gaúcho de Carazinho. Nunca tive notícia de nenhum heroísmo na longa vida de Brizola. Na sua biografia é possível constatar muito populismo, muito oportunismo e muita incoerência a começar pelo seu nome. Nascido, foi batizado de Itagiba, nome que quando pôde, trocou por Leonel, nome de um líder Maragato, Leonel Rocha. Prefeito de Porto Alegre, governador gaúcho, Brizola se tornou nome nacional ao comandar a Cadeia da Legalidade que visava colocar na presidência seu cunhado Jango Goulart, vice de Jânio Quadros, mal visto pelos militares que desde 1922 tentavam liderar a política brasileira. Para eles, o estancieiro mulherengo de São Borja personificava o perigo comunista, não por ele próprio mas pelas idéias de muitos outros que se aproveitariam do tosco e inapetente Jango para tomar o poder.
Se estavam certos, não discuto. O que penso é que, no século XXI, o Brasil é dos poucos países com muitos comunistas, entre eles um ministro da Defesa. Um espanto!!!
Mas voltemos è lenda e aos lendários.
José Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes, Patrono do Brasil, tornou-se herói da Pátria pelo movimento positivista dos republicanos que precisavam de um herói para se contrapor aos vultos do Império. Daí a sua figura singular: barbudo, de camisolão branco, num arremedo tropical de Cristo. Tiradentes era militar, Alferes de Cavalaria, portanto proibido em regulamento de usar barba.
Se não bastasse. nas prisões do reino cabelos e barbas eram raspados para prevenção de piolhos.
A Inconfidencia Mineira foi um movimento liderado por portugueses que visavam antes de tudo não pagar o "quinto do ouro" devido à coroa portuguesa com muito atraso e a ser pago na Derrama, o que nos nossos dias pode ser tomado por uma execução fiscal. Não pagariam os impostos atrasados e proclamariam a República em Minas Gerais. Somente em Minas. O restante do Brasil que se danasse. Nada de ideais libertários, de abolição da escravatura.
O movimento se ancorava de alguma forma nos ecos da Revolução Francesa e na Guerra da Independência dos Estados Unidos, que também não aboliu a escravidão.
A história de Tiradentes é toda cheia de furos.
Quanto ao dito traidor, Silvério dos Reis, que tinha outros sobrenomes e só incluiu Joaquim no nome depois da delação premiada, era também português, coronel do Reino e fiel ao Rei e à filha, que o sucedeu. Muita lenda e pouco heroísmo.
Cronologicamente, chegamos a Zumbi dos Palmares. História quase oral, nada de heroísmo e luta pela causa do povo negro, pela liberdade e fim de escravidão. Muito mais um jogo de interesses de uma genealogia africana e sua parentela. Outro herói lendário, no sentido etimológico da palavra.
Carecemos de heróis. A América Latina como um todo carece de figuras que possam levantar a auto estima de seus povos. Do México a Patagônia, a mesma carência.
No entanto, já que Brizola foi guindado à condição de herói, nada mau colocar lá também o Macunaíma, o grande mau, herói sem nenhum caráter. Esse não morreu mas, lenda por lenda, não custa arriscar. Se colar, depois colocamos o Negrinho do Pastoreio, gaúcho de nascimento. e posteriormente o Saci Pererê e Tia Anastácia.
Ficam as sugestões.
Urtigão (desde 1943)