Um Lendário Herói Mexicano ou a Captura de Uma Perna de Pau, um Frango Assado e um Baú de Moedas de Ouros
A América Latina e pródiga de heróis . De verdade, poucos, mas fabricados, muitos. A nossa descendência ibérica, seja lusitana ou hispânica é propícia a arroubos de heroísmo, na maioria carentes de verdade histórica. Nas três Américas, abaixo do rio Grande até a Patagônia, eles surgiram e ainda podem surgir, a despeito da facilidade com que os fatos históricos possam ser comprovados nestes tempos de redes sociais.
Recentemente Hugo Chavez foi transformado em passarinho pelo seu sucessor Maduro. Um herói passarinho, que não pode ser embalsamado e colocado em mausoleu e exibido como um Lenin tropical, em decorrência de ter apodrecido antes da hora.
Dos lendários heróis latino-americanos, um deles sempre me fascinou. Trata-se do Gal. Antônio de Pádua Maria Severino Lopez de Santa Anna y Perez de Lebron, nome pomposo, que passou para a história como Gal. Santa Anna.
Onze vezes presidente do México, de família rica, governador de Yucatan e de Veracruz, Herói de Tampico e quando ditador, conhecido como Alteza Sereníssima. Nada mau para quem viveu oitenta e dois anos às mais diversas tendências políticas, de realista a conservador, passando por monarquista, republicano, unitário, federalista, uma verdadeira metamorfose ambulante, aliás, modelo assumido por um conhecido político brasileiro, de diversos e variados apelidos.
Tristemente lembrado pelo Massacre do Forte Álamo, no Texas, Lopez de Santa Anna viveu diversas campanhas e batalhas, quase nunca vencedor, deixando escapar a vitória até mesmo quando ela estava ao seu alcance. Típico herói latino-americano, Santa Anna perdeu uma perna na Guerra contra a França, também conhecida como Guerra dos Pastéis, nome prosaico para uma campanha iniciada em razão de pastéis comidos e não pagos por soldados mexicanos em um restaurante de um francês de nome Remontel. Valor da dívida: sessenta mil pesos. Consequência: sítio e ultimato francês a Tacubaya, a partir da Ilha dos Sacrifícios (que nome). No comando do exército mexicano, Santa Anna resiste e, na refrega, perde uma perna atingida por estilhaços de balas de canhão. O General perde a perna mas não perde a batalha. Vitorioso, teve o membro amputado e sepultado com honras militares. Herói da Pátria, providenciou uma perna de pau, devidamente moldada com bota de bico quadrado, de madeira leve, como requer um guerreiro.
Em sua vida aventurosa, o General teve muitas refregas contra os vizinhos americanos e, numa dessas escaramuças, foi pego de surpresa, na hora do almoço, sem a perna artificial que tirará para descansar o cotó. Os soldados ianques do 4o.Batalhao de Infantaria de Illinois capturam a perna, o frango do almoço e mais, uma boa quantidade de moedas de ouro que seriam para pagar a sua tropa.
A perna do herói mexicano, capturada em 1847, foi exposta ao público, ao preço de "um dime", até 1922, quando foi incorporada ao Museu de Illinois.
A saga de Santa Anna continua. Exilado em Cuba, na Colômbia, nas Ilhas Virgens e até em Nova Iorque, em 1869, na então deserta Staten Island. Desse ultimo exílio, ante de voltar definitivamemte ao México, Santa Anna legou aos americanos um de seus produtos mais emblematicos. A goma de mascar. Acostumado a mascar "chicle", resina de sapotizeiro, comum no México, despertou a atenção de Thomas Adams, que percebeu as possibilidades da goma e fez dela um produto mundial.
Antonio Lopez de Santa Anna morreu no México em 1876 e além da goma de mascar que legou aos americanos, no México cobrou impostos até sobre portas e janelas, sobre a propriedade de cães e outros bichos. Um exemplo para governantes brasileiros que não perderam a perna mas, um dedo já é um bom caminho. Com um pouco de esforço e outro dedo perdido, poderá valer honras de chefe de estado.
Pensamento de Santa Anna: "mientras tengamos congreso, no hay progreso"
Urtigão (desde 1943)
Nota oportuna: A CBN noticiou que foram confirmadas no Nordeste três mortes atribuídas a chikungunha. Três de idosas (sic). Um de 82, outra de 79 e a ultima de 76.
Êta ferro!!!
Recentemente Hugo Chavez foi transformado em passarinho pelo seu sucessor Maduro. Um herói passarinho, que não pode ser embalsamado e colocado em mausoleu e exibido como um Lenin tropical, em decorrência de ter apodrecido antes da hora.
Dos lendários heróis latino-americanos, um deles sempre me fascinou. Trata-se do Gal. Antônio de Pádua Maria Severino Lopez de Santa Anna y Perez de Lebron, nome pomposo, que passou para a história como Gal. Santa Anna.
Onze vezes presidente do México, de família rica, governador de Yucatan e de Veracruz, Herói de Tampico e quando ditador, conhecido como Alteza Sereníssima. Nada mau para quem viveu oitenta e dois anos às mais diversas tendências políticas, de realista a conservador, passando por monarquista, republicano, unitário, federalista, uma verdadeira metamorfose ambulante, aliás, modelo assumido por um conhecido político brasileiro, de diversos e variados apelidos.
Tristemente lembrado pelo Massacre do Forte Álamo, no Texas, Lopez de Santa Anna viveu diversas campanhas e batalhas, quase nunca vencedor, deixando escapar a vitória até mesmo quando ela estava ao seu alcance. Típico herói latino-americano, Santa Anna perdeu uma perna na Guerra contra a França, também conhecida como Guerra dos Pastéis, nome prosaico para uma campanha iniciada em razão de pastéis comidos e não pagos por soldados mexicanos em um restaurante de um francês de nome Remontel. Valor da dívida: sessenta mil pesos. Consequência: sítio e ultimato francês a Tacubaya, a partir da Ilha dos Sacrifícios (que nome). No comando do exército mexicano, Santa Anna resiste e, na refrega, perde uma perna atingida por estilhaços de balas de canhão. O General perde a perna mas não perde a batalha. Vitorioso, teve o membro amputado e sepultado com honras militares. Herói da Pátria, providenciou uma perna de pau, devidamente moldada com bota de bico quadrado, de madeira leve, como requer um guerreiro.
Em sua vida aventurosa, o General teve muitas refregas contra os vizinhos americanos e, numa dessas escaramuças, foi pego de surpresa, na hora do almoço, sem a perna artificial que tirará para descansar o cotó. Os soldados ianques do 4o.Batalhao de Infantaria de Illinois capturam a perna, o frango do almoço e mais, uma boa quantidade de moedas de ouro que seriam para pagar a sua tropa.
A perna do herói mexicano, capturada em 1847, foi exposta ao público, ao preço de "um dime", até 1922, quando foi incorporada ao Museu de Illinois.
A saga de Santa Anna continua. Exilado em Cuba, na Colômbia, nas Ilhas Virgens e até em Nova Iorque, em 1869, na então deserta Staten Island. Desse ultimo exílio, ante de voltar definitivamemte ao México, Santa Anna legou aos americanos um de seus produtos mais emblematicos. A goma de mascar. Acostumado a mascar "chicle", resina de sapotizeiro, comum no México, despertou a atenção de Thomas Adams, que percebeu as possibilidades da goma e fez dela um produto mundial.
Antonio Lopez de Santa Anna morreu no México em 1876 e além da goma de mascar que legou aos americanos, no México cobrou impostos até sobre portas e janelas, sobre a propriedade de cães e outros bichos. Um exemplo para governantes brasileiros que não perderam a perna mas, um dedo já é um bom caminho. Com um pouco de esforço e outro dedo perdido, poderá valer honras de chefe de estado.
Pensamento de Santa Anna: "mientras tengamos congreso, no hay progreso"
Urtigão (desde 1943)
Nota oportuna: A CBN noticiou que foram confirmadas no Nordeste três mortes atribuídas a chikungunha. Três de idosas (sic). Um de 82, outra de 79 e a ultima de 76.
Êta ferro!!!