No verão bravo de sol inclemente, a instalação de ventiladores de vários modelos e tamanhos na sala, cozinha e quartos passou a proporcionar uma ventania capaz de eliminar a canícula, embora o ideal fosse um sistema de ar condicionado mas não havia grana para realização do sonho do chefe da família. Azar se aumentasse a já alta conta de luz: o sacrifício financeiro garantiria a o sucesso de sua luta por um meio ambiente saudável tão defendido por ONGs poderosas.
Instalada a parafernália, o chefão passou a considerar que nos feriadões melhor dar preferência a computadores, smartphones, televisões e preguiça à toda ao invés de partir em busca da felicidade em montanhas cheias de mosquitos gigantes, cachoeiras com pedras escorregadias, paraísos ecológicos e recantos em viagem com mil “quebra-molas” de estradas precárias com asfalto remendado a “cuspe” por assim dizer, acossado por carros moderníssimos guiados por verdadeiros pilotos de Fórmula l na ânsia de alçar võo na hora da ultrapassar alguns “rodas-duras” como ele que sempre dirigiu com cuidadosa velocidade determinada pelo bom senso.
Bom mesmo era ficar quieto em casa ao invés de tentar aventuras maravilhosas como as exibidas na tevê, pegar livro de um bom autor e deixar o tempo escoar macio, em meio a petiscos gordurosos politicamente incorretos, dormir no meio da trama narrada até o livro cair das mãos para, em seguida, se reanimar e dar seqüência à leitura da estória.
Assim, ele e a família realizariam o sonho de sossego e paz num mundo atormentado pela pressa e pela busca alucinada da felicidade. Até que, como acontece de repente no verão, explodiu o som de um batuque de mil tambores alucinados.
Então o poderoso chefão da casa lembrou-se dos versos de Manoel Bandeira sobre um lugar imaginário chamado Pasárgada que dizia: "lá sou amigo do rei/ lá tenho a mulher que eu quero/ na cama que escolherei"
O som que ouvia era tão alto que ele deixou de lado seus planos inviáveis de um sonhador e foi pular na rua com sua total falta de jeito para a função.
Instalada a parafernália, o chefão passou a considerar que nos feriadões melhor dar preferência a computadores, smartphones, televisões e preguiça à toda ao invés de partir em busca da felicidade em montanhas cheias de mosquitos gigantes, cachoeiras com pedras escorregadias, paraísos ecológicos e recantos em viagem com mil “quebra-molas” de estradas precárias com asfalto remendado a “cuspe” por assim dizer, acossado por carros moderníssimos guiados por verdadeiros pilotos de Fórmula l na ânsia de alçar võo na hora da ultrapassar alguns “rodas-duras” como ele que sempre dirigiu com cuidadosa velocidade determinada pelo bom senso.
Bom mesmo era ficar quieto em casa ao invés de tentar aventuras maravilhosas como as exibidas na tevê, pegar livro de um bom autor e deixar o tempo escoar macio, em meio a petiscos gordurosos politicamente incorretos, dormir no meio da trama narrada até o livro cair das mãos para, em seguida, se reanimar e dar seqüência à leitura da estória.
Assim, ele e a família realizariam o sonho de sossego e paz num mundo atormentado pela pressa e pela busca alucinada da felicidade. Até que, como acontece de repente no verão, explodiu o som de um batuque de mil tambores alucinados.
Então o poderoso chefão da casa lembrou-se dos versos de Manoel Bandeira sobre um lugar imaginário chamado Pasárgada que dizia: "lá sou amigo do rei/ lá tenho a mulher que eu quero/ na cama que escolherei"
O som que ouvia era tão alto que ele deixou de lado seus planos inviáveis de um sonhador e foi pular na rua com sua total falta de jeito para a função.