Tudo tem um fim, dizem. Mas no amor, após o desenlace, é muito difícil se desapegar de marcas como a da saudade ou a do ódio. Ela só guardava no peito a marca da saudade, por mais que não admitisse esse sentimento que o mundo moderno parece jogar para escanteio diante da busca geral por uma suprarrealidade que vai além do desejo, da cobiça ou desespero.
O que mais ela sentia falta era a capacidade dele de ouvir sem atropelar suas palavras, por respeitar sua ansiedade de falar, falar, falar sem permitir ser interrompida em seus longos discursos. Como ele conseguia ter paciência e só depois, em poucas palavras, opinar sempre sensato sobre qualquer questão? Na verdade, não havia a discussão tão comum entre casais sobre temas polêmicos envolvendo ciúme, medo de traição de um sobre o outro ou comportamento diante dos fatos e da política.
Que saudade sentia dele, do seu jeito, de sua paciente espera até chegar a hora de emitir opinião, tudo sem atropelo, sem raivas escancaradas, sem ódios expressos!!!
Doía-lhe o coração mas não havia como voltar atrás de sua própria decisão de romper, ainda mais que no último encontro ela não levou a sério quando ele perguntou se era aquilo mesmo que ela queria: acabar com o relacionamento. Ah! se arrependimento matasse…
Pensou fazer psicanálise e tirar o abafamento que dominava seu sofrido peito. E se fizesse uma longa viagem a países nórdicos ou até mesmo conhecer decadentes ditaduras da América Latina?
O correto seria esquecer. Mas como esquecer se nem a profusão de programas de auto-ajuda e descarrego nos meios de comunicação tivessem conseguido abafar sua depressão? Quem sabe uma cartomante?
Até que teve um estalo, como acontecia com velhos inventores, e decretou para si própria que melhor, impossível: ela seria um estorvo para ele e ele a ofenderia a vida toda com o ar de superioridade que ele jamais perderia.
Pôs um lenço na cabeça e foi cozinhar um jantar de primeira para quem gostava dela.
O que mais ela sentia falta era a capacidade dele de ouvir sem atropelar suas palavras, por respeitar sua ansiedade de falar, falar, falar sem permitir ser interrompida em seus longos discursos. Como ele conseguia ter paciência e só depois, em poucas palavras, opinar sempre sensato sobre qualquer questão? Na verdade, não havia a discussão tão comum entre casais sobre temas polêmicos envolvendo ciúme, medo de traição de um sobre o outro ou comportamento diante dos fatos e da política.
Que saudade sentia dele, do seu jeito, de sua paciente espera até chegar a hora de emitir opinião, tudo sem atropelo, sem raivas escancaradas, sem ódios expressos!!!
Doía-lhe o coração mas não havia como voltar atrás de sua própria decisão de romper, ainda mais que no último encontro ela não levou a sério quando ele perguntou se era aquilo mesmo que ela queria: acabar com o relacionamento. Ah! se arrependimento matasse…
Pensou fazer psicanálise e tirar o abafamento que dominava seu sofrido peito. E se fizesse uma longa viagem a países nórdicos ou até mesmo conhecer decadentes ditaduras da América Latina?
O correto seria esquecer. Mas como esquecer se nem a profusão de programas de auto-ajuda e descarrego nos meios de comunicação tivessem conseguido abafar sua depressão? Quem sabe uma cartomante?
Até que teve um estalo, como acontecia com velhos inventores, e decretou para si própria que melhor, impossível: ela seria um estorvo para ele e ele a ofenderia a vida toda com o ar de superioridade que ele jamais perderia.
Pôs um lenço na cabeça e foi cozinhar um jantar de primeira para quem gostava dela.
Fim de caso.
Desenlace perfeito.