
A exceção: o famoso mosquito já teve seu nome trocado pela Presidanta, dando-lhe uma transgenia, pois fez o cruzamento dele com uma flor de nome gipsi e os novos vírus que a "mosquita" carrega, a saber: a chicungunha e a zika.
O trecho transcrito acima pode ser publicado hoje, pois é atualíssimo. Entretanto, escrito pelo ilustre professor em 1990, pode ser encontrado no seu livro de título "O Natal do Terêncio".
Mudam os atores que a cada dia ficam piores. O palco é o mesmo e a cena cada vez mais terrível. Nunca deixaremos de ser "Belindia", como bem escreveu Edmar Bacha. E o pior: com a Índia melhorando e o Brasil se acabando. Daqui uns dias, seremos "Brazânia"ou "Somalisil"(parece nome de remédio para o estômago) ou seja, cruzamento de Somália com Brasil e de Brasil com Tanzânia.
Nada muda, só piora. Peguemos marchinha de carnaval dos anos cinquenta. "Rio de Janeiro / cidade que me seduz / de dia falta água/ de noite falta luz".
Outro exemplo: "Patrão o trem atrasou / Por isso estou chegando agora / Trago aqui um memorando da Central / o trem atrasou meia hora / O senhor não tem razão pra me mandar embora".
Bons tempos em que o atraso era de somente de meia-hora. Outro exemplo do Brasil de setenta anos atrás, igual ao Brasil de agora: "Maria Candelaria / é alta funcionária / caiu de paraquedas, caiu na letra "O".
Na época a letra “O” significava excelente cargo de funcionária pública do Governo. Nada a ver com Rosemary Noronha e tantas Marias Candelárias que existem país afora, pagas regiamente para fazer favores pessoais aos donos do poder. Pagas com o nosso dinheiro!!!
Camuflagem, Marketagem e Pirotecnia
Na semana passada nossa ilustre Presidanta apareceu nos meios de comunicação travestida de médica cubana, pronta para guerrear contra a "mosquita aede egípsi (sic)”. O mosquito não é perigoso no entender da guerrilheira de araque. O perigo é a "mosquita ", que não pica, morde. A "mosquita” da Dilma tem dentes. Um sucesso. Só não entendi a camuflagem de médica cubana. Tanto ela quanto seus ilustres cumpanheros sempre foram cubanos falando português, guerreando contra as finanças públicas, em favor do atraso, da incompetência, do aparelhamento do Estado.
Essa história de vestir camuflagem nasceu com Fernando Collor. Midiático por natureza, assim que assumiu a presidência foi descansar nas Ilhas Seichelles, destino chique, mas inusitado até para ricos da "zelite”. Andou de motocicleta ninja, de caça da FAB, esteve fardado e devidamente camuflado na Amazônia e quase se esculhambou ao atear fogo, devidamente camuflado, em um monte de droga apreendida em Goiás. Se não fosse apeado do governo, certamente iria vestir roupas próprias para ver de perto o desastre do Césio 137 em Goiânia e, quem sabe, chafurdar na lama da Samarco. Coisas de marqueteiros que a partir do farsante caçador de marajás, inauguraram um tipo de governança de fazer inveja aos países ricos. E tome camuflagem e travestismo.
Lula e Dilma sempre que puderam, vestiram macacões da Petrobras para festejar as bonanças do petróleo, o qual pode-se comprar hoje, um barril, que tem mais ou menos cento e trinta litros, por R$150,00. Uma pechincha. E pensar que essa pechincha iria tirar o Brasil da miséria.
Ainda no quesito camuflagem, um ex-ministro, de várias pastas e competências, que fez inveja a muito idiota. Trata-se de Nelson Jobim. Homem grandalhão, craque em se travestir para impressionar. No MInisterio da Defesa, participou de campanhas na Amazônia e manobras da Marinha. Teve seu ápice em São Paulo, após o trágico acidente da Tam em Congonhas. Homenzarrão, profundo conhecedor de pistas de pouso e seus problemas, logo que desceu em Congonhas, local do acidente, devidamente fardado e camuflado, caminhou até a cabeceira da pista, escoteiro e pensativo. Lá ficou por bom tempo a meditar. Fez-me lembrar novela de Jorge Amado, que narra a verdadeira história do capitão Vasco Moscoso de Aragão. Ao chegar em Peri-Peri, subúrbio de Salvador, também devidamente fardado, foi até um penhasco contemplar o mar. Não se sabe o que disse Nélson Jobim, mas as palavras do personagem de Jorge Amado são indeléveis: “eis-me aqui diante de meu velho conhecido".
Só não sabemos se as palavras saíram da boca do capitão de Longo Curso ou do Aragãozinho Farofa. A dúvida também cabe ao Jobim. Qual personagem ele encarnava?
Notas curtas:
Criticar a imprensa de “granja” é um perigo. Podem demolir qualquer um. Trabalhei pouco tempo no Diário de Minas em 1962/63. Era "foca", nada ganhava. Não tive paciência, nem podia. O único ganho foi conviver com figuras emblemáticas, entre elas, Fernando Gabeira que ao me entrevistar disse-me que o jornal precisava de pessoas como eu, com back-ground intelectual. A palavra para mim, que estudava letras, significava quintal. Como era inusual naqueles tempos, fiquei sem saber se era xingamento ou elogio. Anos depois, soube que era elogio. Não pude agradecer. O dito cujo estava asilado.
Mas vamos ao jornalismo de granja, asséptico, fruto de cruzamentos para melhoria das raças e pasteurizado. O que transcrevo são pérolas que observei hoje:
1) MG TV - digo o santo mas não digo o nome. O entrevistado falava à respeito do Prêmio “Bom exemplo”, iniciativa da Globo, Fiemg, Fundação Dom Cabral e Jornal “o Tempo. Disse o ilustre: o prêmio objetiva capturar (sic) iniciativas que possam gerar atitudes e bons exemplos na população. Pensei com meu espírito de Urtigão: o bom exemplo agora tornou-se um fugitivo para ser capturado. O entrevistado estava com boas intenções. Faltou-lhe a palavra exata.
2) No mesmo jornal, entrevista com especialista que ia ensinar a lavar o rosto. Será tão difícil fazer tal coisa, que constava da primeira lição de meu livro de francês, na primeira série de ginásio? Sempre soube que somente os carecas têm dificuldade em lavar o rosto, pois numa dúvida atroz, nunca sabem onde começa o rosto e acaba a cabeça. Talvez, seja difícil lavar o rosto hoje, com tanta gente sem vergonha. Vi a entrevista até o fim. Não falaram em óleo de peroba, removedor, querosene ou qualquer coisa voltada para a limpeza pesada. Ficou a dúvida sobre a utilidade da notícia.
3) Não é marcação, mas foi colhida no mesmo noticiário: um médico simpático, entrevistado sobre algo de que não me lembro, falou sobre o que dizia gente antiga de quarenta ou cinquenta anos atrás. Pera lá, doutor: há cinquenta anos eu já tinha vinte e dois anos. Se viver mais, na sua ótica, serei objeto da Paleontologia.
4) Colhida do blog de Marli Gonçalves: o sítio Santa Bárbara, que tem dois donos e visitas frequentes de figurões da República tem novo nome. De ontem em diante passou a chamar-se "Sítio do Cara de Pau Amarelo”. Muito adequado.
5) De um defensor do Lula: “Todas atitudes e atos do ex-presidente foram com a máxima lisura”.
Acertou na mosca: escorrega mais que bagre ensaboado.
Urtigão (desde 1943)
Mas vamos ao jornalismo de granja, asséptico, fruto de cruzamentos para melhoria das raças e pasteurizado. O que transcrevo são pérolas que observei hoje:
1) MG TV - digo o santo mas não digo o nome. O entrevistado falava à respeito do Prêmio “Bom exemplo”, iniciativa da Globo, Fiemg, Fundação Dom Cabral e Jornal “o Tempo. Disse o ilustre: o prêmio objetiva capturar (sic) iniciativas que possam gerar atitudes e bons exemplos na população. Pensei com meu espírito de Urtigão: o bom exemplo agora tornou-se um fugitivo para ser capturado. O entrevistado estava com boas intenções. Faltou-lhe a palavra exata.
2) No mesmo jornal, entrevista com especialista que ia ensinar a lavar o rosto. Será tão difícil fazer tal coisa, que constava da primeira lição de meu livro de francês, na primeira série de ginásio? Sempre soube que somente os carecas têm dificuldade em lavar o rosto, pois numa dúvida atroz, nunca sabem onde começa o rosto e acaba a cabeça. Talvez, seja difícil lavar o rosto hoje, com tanta gente sem vergonha. Vi a entrevista até o fim. Não falaram em óleo de peroba, removedor, querosene ou qualquer coisa voltada para a limpeza pesada. Ficou a dúvida sobre a utilidade da notícia.
3) Não é marcação, mas foi colhida no mesmo noticiário: um médico simpático, entrevistado sobre algo de que não me lembro, falou sobre o que dizia gente antiga de quarenta ou cinquenta anos atrás. Pera lá, doutor: há cinquenta anos eu já tinha vinte e dois anos. Se viver mais, na sua ótica, serei objeto da Paleontologia.
4) Colhida do blog de Marli Gonçalves: o sítio Santa Bárbara, que tem dois donos e visitas frequentes de figurões da República tem novo nome. De ontem em diante passou a chamar-se "Sítio do Cara de Pau Amarelo”. Muito adequado.
5) De um defensor do Lula: “Todas atitudes e atos do ex-presidente foram com a máxima lisura”.
Acertou na mosca: escorrega mais que bagre ensaboado.
Urtigão (desde 1943)