O que posso dizer, pelo que vi e pelas muitas outras premiações, a despeito dos invejosos de plantão, os recalcados da "academia" nacional, entupida de comunistas travestidos de professores de estética, de artes cênicas, adoradores de José Celso Martínez Corrêa, Gerald Thomas e outros "gênios" da cena nacional, ainda é o grande espetáculo do cinema. Em que pese muita coisa boa que já foi feita na Europa, com destaque para a Itália, para a França de pós-guerra e até da Rússia, por que não? Lembro-me bem de vários filmes russos de boa qualidade. O grande divisor de águas sempre foi a estética de Hollywood contra o cinema de arte da Europa. E mais: nos Estados Unidos tudo é sem dúvida capitalista e, dentro desse figurino, uma indústria que tem de dar lucro.
Inventado na França pelos irmãos Lumiere, o cinema invadiu o mundo e pelos mais de cem anos de existência, que na visão dos videntes do futuro já morreu muitas vezes, foi reinventado e se mostra cada vez mais vigoroso. Uma diversão de ótima qualidade, barata e acessível, que influenciou hábitos e costumes por todo o planeta.
Mas voltemos a cerimônia do Oscar. Gente bonita aos borbotões, teatro maravilhoso, espetáculo irrepreensível sob todos os aspectos. Ressalto a entrada em cena do vice-presidente Joe Biden e sua fala arrebatada contra a violência contra as mulheres. Platéia de gente civilizada, atenta à fala do político aplaudido de pé. Somente palmas, nada de assovios e gritos de "uuuuhhh" tão comuns nos espetáculos de hoje, notadamente em nossa República grande e inacabada que teima em se mostrar uma república bananeira.
Fico imaginando a entrada em cena de Michel Temer e Lula, caso o mesmo acontecesse no Brasil.
Em seguida, Lady Gaga, cantora sempre pintada por aqui como artista espetaculosa, sucessora de Madona no quesito de causar estranheza. Nada mais equivocado. Apresentação belíssima, canção belissima, entoada com o coração e com o fígado, que empolgou a platéia e também foi aplaudida de pé .
Daí para a frente, rendi-me ao sono. Uma pena. Eu que trabalhei tanto tempo bem perto de eventos e espetáculos, admiro o profissionalismo, seja ele de que cor, religião e cor política tenha. É de babar. Quem pode, pode. Quem não pode bate palmas. Lembrei-me da festa de aniversário do PT acontecida no sábado. Quase igual. A começar pelo local do evento: um teatro monumental contra um galpão da zona portuária do Rio. A platéia quase igual e a educação idêntica. Por favor, fechem o pano de boca rápido.
Urtigão (desde 1943)