A Pinguela do Eduardo Paes

Pinguela-Ciclovia Carioca
Quando eu era menino e morava no sítio Santa Helena próximo a São Vicente do Baldim, onde nasci, pude passar por várias pinguelas colocadas nos córregos.

Havia uma que era um coqueiro estirado de um lado a outro do pequeno leito de água que descia da parte de cima do terreno e se somava à do rego que tocava o moinho de fubá e a da turbina que produzia eletricidade para a casa e para outras serventias imprescindíveis a uma propriedade rural.

Joãozito, meu pai, praticamente sozinho montou a pequena “hidrelétrica” graças a seu notável conhecimento de motores e eletricidade, etc.

Assim, o sítio contava com energia para a gente ouvir os programas da época áurea da radio Nacional do Rio de Janeiro, em contraposição às outras pequenas propriedades e fazendas da redondeza que se contentavam com a luz de lampião na base do querosene.

A pinguela, se não me engano um coqueiro grande que atravessava o pequeno ribeirão, tinha um rústico corre-mão e era tão bem assentado que jamais se deixou levar pelas chuvas e enxurradas por mais forte que fossem de tão bem colocada que era.

A pinguela era a ponte usada pelas pessoas que iam a São Vicente para a missa aos domingos e quando voltavam com suas compras.

Por sua utilidade e qualidade, ela me vem à lembrança diante da trapalhada da pista de “cooper” e bicicleta que desabou no Rio de Janeiro, afora se tratar de obra demagógica que custou mais de quarenta milhões de reais, executada por construtora de um parente do secretário de comunicação do governo carioca.

Talvez uma boa maneira de tratar os políticos safados e demagógicos seria dar-lhes picaretas e pás, sob a vista de um feitor bem bravo, para trabalharem em obras simples e seguras como a pinguela do Sítio Santa Helena.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, é um bom candidato ao serviço.