Urtigão, O Afortunado ou o Contrário - Questão de Ponto de Vista

Fiz hoje na parte da manhã uma cirurgia de catarata. No olho esquerdo. Deveria ter sido no esquerdo mas até nisso os comunistas me perseguem. Atacaram-me pela direita. Enfim, sem problemas, apesar do coração remendado. Agora é torcer para uma boa recuperação.

Estive matutando. Como bom caipira, nascido em Rio Piracicaba, devo matutar sem pitar, bom hábito (no meu sentir) que abandonei em 1988 quando fui surpreendido por um enfarte. Gostava e gosto do tabaco. Aliás, única coisa que louvo em Cuba.

Cirurgia de catarata. Porque não aproveitar a catarata e implantar um pequena central hidro-elétrica. Seria uma alternativa ,mas sobra energia hoje no Brasil devido à recessão petista. Um a zero para o contrario . Anos atrás, sofria duramente com as pedras nos rins.

Tentei junto ao DNPM conseguir um alvará de lavra e explorar a pedreira. Nada feito. Os cristais de cálcio aliados a péssima água de Sete

Lagoas não tinham valor comercial. Dois a zero para a falta de "fortuna". Tenho excesso de colesterol ruim e falta de bom colesterol . Pensei em explorar a discrepância e fundar com outros desafortunados uma usina de bio-diesel. 
Os petistas abandonaram o programa do bio-diesel em favor do pré-sal. Três a zero para o azar.

Tenho excesso de gazes, delicadamente chamado de flatulência. No momento em que preciso de gaz no "volume morto" que trago entre as pernas , a canalização surte efeito em outra parte. Tudo errado.

A mesma gordura que me atormenta nas artérias, também se acumula na barriga. Entretanto, ela faz falta nas juntas. Nas "tramelas" do joelho, nas dobradiças de cotovelo e tornozelo e juntas de dedos. Mais uma vez , ponto para o infortúnio.

Para terminar, pois estas lamúrias se não se assemelham a um samba canção de Lupicinio, a um tango argentino ou a um bolero, vamos aos finalmente. Sou alcoólatra. Não gosto da palavra alcoolismo, cunhada ha tempos por estudiosos. Adoro álcool em todas as suas misturas e combinações, até na finada água Velva, no Biotonico Fobtoura e no vinho reconstituinte Silva Araújo. No entanto, tem quarenta e três anos que não bebo. Não porque não goste. Eu gosto demais. O maior dos infortúnios: o meu filho varão é professor de bebidas em curso superior de gastronomia, professor de pôs-graduação em curso de técnica cervejeira, juiz de certames da bebida e mestre-cervejeiro de uma conceituada cervejaria alemã. Bebe para cumprir os compromissos e graças a Deus não se apaixonou pela "marvada" E eu fico a ver navios. 

Afortunado ou desafortunado. Fica a indagação?

Urtigão (desde 1943)