O mundo espera ligado, conectado, viciado e eletrizado a definição das primárias americanas. Trump liderando a disputa Republicana. A dúvida não é se ele vai ganhar as primárias. A dúvida é se ele vai levar. Cresce uma corrente de que delegados republicanos eleitos possam não votar no candidato que representa. Será? Nunca aconteceu. Hillary “Always Smiling” Clinton e seus SuperDelegados mostram força na reta final. Ela continua a frente do Senador Bernie “For Free” Sanders. A disputa democrata poderia estar ainda mais acirrada caso os SuperDelegados votassem de forma mais proporcional. 90% está com Hillary. Digo proporcional em relação aos votos dos eleitores nas primárias.
Hillary tem no bolso da sua calça-saia azul Lewinsky 1,292 delegados. No bolso do seu surrado terno Bernie tem 1,042 delegados. 250 delegados de diferença. Se pensarmos que ainda faltam estados gigantes como Nova Iorque (nesta Terça-Feira) e California (no início de Junho) ela poderia ser tirada.
Porém… ai porém… quando incluímos os SuperDelegados a diferença cresce e praticamente tira o Senador de combate. Com os “Supers” a diferença vai para 688 delegados. Indicando a possibilidade real da eleição da primeira mulher nos 228 anos de eleições nos EUA.
Este ano o número de SuperDelegados gira em torno de 700 (ou 15% dos votos). Eles provavelmente serão o fiel da balança democrata e decidirão quem será o politico mais poderoso do planeta. A pergunta obvia que aparece é: “Porque SuperDelegados? Como eles são escolhidos?”
Detalhe. Apenas no Partido Democrata existem SuperDelegados. Do lado Republicanos essa opção ainda não foi criada. O que seria para essa eleição irrelevante já nosso Malvado Favorito Donald Trump se considerada um “SuperCandidato”. “Huge” como ele mesmo gosta de iniciar cada frase de sua cansativa e entediante campanha.
Voltando aos SuperDelegados democratas. A idéia de criá-los veio depois da vergonhosa derrota de Jimmy Carter contra Ronald Regam em 1980. Naquelas eleições o ex-líder do sindicado de atores e péssimo cowboy venceu as eleições gerais com incríveis 10% de diferença nos votos populares e a esmagadora e nunca repetida vitória em 49 dos 50 estados da união. Tudo para a alegria da Nancy “Jabiraca” Regan.
O "Reaganomics" desencadeou o crescimento da disparidade econômica social nos EUA. Promoveu aumento da pobreza e registrou recorde do deficit público. O deficit público americano nos “anos de glória republicano” se transformou no maior do planeta. Saiu de $997 bilhões em 1980 para $2.85 trilhões em 1988. Apesar deste números a lembrança da esmagadora vitória contra Carter ainda leva o imaginário dos candidatos republicanos ao êxtase. E fica fácil compreender porque em todo debate e/ou discurso ele evocam seu aclamado nome como um “Deus” da guerra e da vitória.
Depois desta derrota de 80 a Comissão de Nominação Presidencial Democrata ou “Commission on Presidential Nominations (CPN)” decidiu realizar em 82 realizar a atualização do processo de eleição do(a) candidato(a) a presidência. E dentre das muitas alterações, o CPN criou a figura dos SuperDelegados.
Lembrem-se. Os Delegados eleitos nas primárias e caucuses juram e são obrigados a votar no candidato que os levaram para o "show" da convenção nacional. Todos os delegados de Bernie irão votar nele. E como apenas eleitores registrados democratas votam nas primárias, na opinião da CPN este fato poderia criar uma distorção importante entre a vontade dos eleitores democratas das primárias e a totalidade da população americana.
Partindo deste pressuposto os SuperDelegados vieram para balancear as primárias. Sim. Por volta de 700 pessoas são selecionadas e adicionadas ao processo. Cada um(a) com direito a um voto. A oportunidade de mudar a decisão das urnas se tornou uma realidade legitima do lado democrata.
Porque SuperDelegados na visão do partido?
- Para aumentar a ordem e reduzir a possibilidade de crise durante a convenção (o que pode acontecer com os republicanos).
- Para conseguir que os representantes oficiais do partido obrigatoriamente sejam envolvidos como maior relevância durante o processo.
- Para aumentar a pluralidade e eliminar candidatos que não reflete o sentimento do eleitorado.
Mas na verdade, é para poder nominar um candidato(a) que efetivamente tenha chance nas eleições gerais.
Como são escolhidos os SuperDelegados?
- 438 Membros eleitos pelo Comité Nacional Democrata (DNC) (incluindo o presidente e vice presidente do Partido Democrata de cada estado).
- 193 Congressistas Democratas com mandato.
- 47 Senadores Democratas com mandato.
- 21 Governadores Democratas com mandato.
- 20 Líderes com distinção reconhecida, selecionado pelo partido “distinguished party leaders" (DPL). Incluindo atuais e antigos presidentes e vice-presidentes do partido, ex lideres do congresso, ex-presidentes do DNC entre outros.
Como você pode ver o número pode variar um pouco em cada eleição dependendo da situação política democrata no ano. Mas os SuperDelegados proporcionam a possibilidade do candidato com maior número de votos de eleitores e consequentemente delegados eleitos, não ser o escolhido durante a convenção Democrata.
Certo ou errado os SuperDelegados irão decidir o candidato(a) este ano.
E quem sabe também mudar a sua vida...
Yippie yi yo kayah!
Bing Crosby cantando "I'm An Old Cowhand" (1936)