No Brasil, muito ao contrário, mentir é quase uma obrigação. Os políticos mentem de forma deslavada. Costumo dizer que se um político brasileiro for apanhado na cama, com uma mulher que não é a sua , se estiver de meias, será capaz de inventar uma mentira para se safar. E às vezes obtém exito. Mentem descaradamente e não se coram ao serem pegos na mentira. Para tudo tem explicação.
O pior de tudo isso é que o vício de mentir foi transferido para o Governo como um todo.
Diariamente ouvimos as mentiras do Estado, pela boca dos mandatários. Pelo noticiário é através de propaganda enganosa, veiculada nos veículos de comunicação as custas do dinheiro do povo.
Exemplo flagrante nos últimos dias: os canais de televisão em Minas alardeiam a campanha de vacinação contra a gripe H1N1 e convocam os cidadãos a se vacinarem.
Desde o início da campanha tenho procurado a vacina nos postos de vacinação. Ainda não chegou, está para chegar, chegou mas acabou. Com isso, terminou o período de vacinação e nada de vacina. Não encontrei nem para comprar, abrindo mão do meu direito de septuagenário.
Mentira tripla: não tinha vacina, se teve foi para poucos e pior, gastou-se nosso dinheiro para anunciar um engodo na televisão. Pensei em mover uma ação popular contra o Estado por veicular propaganda enganosa. Desisti por não ter meios financeiros para tal.
O Estado Brasileiro mente em todos os níveis. Federal, estadual e municipal. Prometem obras com prazo determinado. Se cumpriram alguma delas, sou capaz de comer sem tempero uma das placas nas quais alardeiam os futuros feitos. Uma vergonha.
Diariamente nos programas populares da televisão, nas colunas dos jornais e nas redes sociais, prometem corrigir erros, entregar obras, rever prazos e colocar as reclamações do povo enganado nas prioridades do orçamento. Quando não tem como escapulir, prometem fazer novas planilhas, novas licitações, tomadas de preço e toda a parafernália que cerca a burocracia do Estado.
Pura mentira. Nada é feito e o pagador de impostos, o cidadão que lhes dá mordomias, salários e chances para roubar e deixar roubar, ficam na eterna espera de melhores dias.
Prometem segurança, escola, saúde e tudo mais que puderem . Nada cumprem.
A mentira no Brasil é fato consumado. Enquanto nós, os verdadeiros donos do Estado, que delegamos a estes salafrários o direito de nos representar e gerir os nossos recursos não nos unirmos e expurgarmos do Estado todos os políticos mentirosos, iremos viver a lenta agonia do apodrecimento do Brasil e de suas instituições.
Notas
1) Ao abordar as mazelas do Estado Mentiroso, deixei de lado o campeonato nacional de mentiras que de dois em dois anos presenciamos nas campanhas políticas. Isso merece um capítulo à parte. Não existe no mundo, desde os tempos de Pinóquio, mentirosos de tal monta. Tem gente que estava política há meio século e continuam mentindo. Paulo Salim Maluf que o diga.
2) Mais mentiras: Renan Calheiros pagava a pensão se sua filha, tida com Mônica Veloso, com dinheiro de bois que criava e vendia nas Alagoas. Bois de preços super-valorizados, muito mais bem avaliados do que os da Bolsa de Chicago. Eduardo Cunha ficou rico vendendo carne para países africanos nos anos oitenta. Carne enlatada. Talvez dos bois de Renan. José Carlos Bumlai, amigo do Grão Vizir LILS, pagou um empréstimo de US$12 milhões com embriões de bois de suas propriedades pantaneiras. Quem sabe os bois de Renan não são frutos de tais embriões?
Urtigão (desde 1943)