Urtigão: O Estado Perdulário

Caça Gripen, da sueca Saab.
Em sequência aos artigos anteriores, vamos tecer considerações sobre a gastança do Estado Brasileiro. Sem contestação, o Brasil é um país perdulário. Exemplos são os mais numerosos e encontrados do Oiapoque ao Chuí. 

Vamos a eles, começando pelas cidades pequenas. Tomemos como exemplo, Capim Branco, bem próximo de Belo Horizonte. Município totalmente agrícola, sem a mínima condição de gerar receita para se sustentar, vive do Fundo de Participação dos Municípios. No entanto, tem Secretaria da Agricultura, de Educação, de Esportes, de Turismo, de Administração, de Governo, de Saúde, de Obras e outras que fica custoso enumerar. Tem prefeito, vice, câmara de vereadores (se reúne uma vez por semana) e tudo mais que existe em uma cidade grande. 

Não que as pequenas não possam ter. Difícil é saber para que querem ter e se existe trabalho para tanta gente. E mais: se tem gente capacitada para tantas e diversificadas tarefas. O Brasil tem mais de cinco mil municípios. A maioria vivendo do citado Fundo.

Pergunta: será que a maioria não poderia viver sob a gestão de um bom gerente, contratado para a tarefa de gerir o município. Se não se houvesse bem, que fosse dispensado, indenizado e outro contratado para o lugar vago. Nos Estados Unidos da América essa forma de gestão de cidades é praticada. Com sucesso.

Sabe-se hoje que o maior empregador brasileiro é o Estado, em seus três níveis. Uma cidade grande, do porte de Belo Horizonte, tem várias vezes mais empregados do que a Fiat Automóveis, que toca em Betim, a sua maior fábrica de carros no mundo.

Todos os governos e administrações estão inchadas. Como se não bastasse, o pessoal contratado, na maioria dos casos, tem estabilidade de funcionário público e salários maiores daqueles pagos pela iniciativa privada. E mais, na maioria das vezes, com menos competência e menos tarefas do que seus similares na livre iniciativa. Se ficássemos na perda de recursos somente no funcionalismo, ainda estaríamos no lucro. Para complicar, vamos analisar de forma breve as obras e o péssimo processo de contratação das mesmas. Do projeto, passando pela execução, fiscalização e conclusão.

É raro encontrar alguma obra, desde uma simples pavimentação poliedrica, que tem todas as suas etapas feitas com acerto e qualidade. Há sempre pedras no caminho, com desculpa do trocadilho. Gastamos mal e porcamente nas obras, na Saúde, na Educação, na Segurança, no Transporte e na Infra-estrutura. Gastamos mal na administração, e perdemos rios de dinheiro na burocracia.

Somos desavergonhados na gastança com mordomias e boa vida para os dignatários.

Gastamos muito com a Diplomacia onde se instala o "crème de la crème" da burocracia brasileira.

No momento, andam chorando mas, temos mais embaixadas e representações do que a maioria dos países do mundo. Só de pensar que temos Ideli Salvatti instalada em um cargo diplomático junto à OEA, me dá arrepios. Junto com ela, o maridão, sargento músico, que ocupa um cargo "sei lá de quê” também em Washington. Nada contra a boa senhora catarinense, egressa de um sindicato de professores e seu marido tocador de bombardino. Daí a serem diplomatas, vai uma distância pantaneira.

De tanto pensar no dinheirão que jogamos no ralo, dia e noite, fico imaginando se tal não acontecesse. Infelizmente, tudo é verdade e muito coisa terá de ser feito até darmos um basta na "farra do boi" que promovem com o nosso dinheiro.


Notas:

1) Consta que o marido de Ideli Salvatti, ex-multiministra de Dilma Rousseff e hoje servindo como diplomata em Washington, na representação brasileira junto à OEA, sargento músico do exército, foi incluído numa comitiva de alto nível das Forças Armadas.

O nosso bravo tocador de bombardino ou corneteiro (não sei qual o seu apito) foi à Rússia junto com outros especialistas do Ministério da Defesa, avaliar os aviões Sukhoy, fabricados naquele país, no período em que também foram avaliados os Rafalle franceses, os Boeing americanos e os Gripen da Suécia (hoje comprados e a compra sob suspeita na Operação Acrônimos).

Qual terá sido o papel de nosso bravo músico na avaliação?

Ideli Salvatti foi uma servidora fiel dos governos Lula e Dilma. Não poderia mesmo ficar desempregada. Se a interinidade de Temer for transformada em permanência, daqui uns dias vamos conviver com um tipo bastante raro no Brasil: O Petista desempregado.

Teremos também eleições municipais neste ano e a possibilidade de desemprego para muitos "cumpanherus ". Vai-se inverter o provérbio para eles: depois da bonança vira a tempestade.