Urtigão: Brasil, Olimpíadas e Terrorismo

Bandidos posam com fuzis no Morro do Chaves após invasão
Dentro de mais alguns dias o Brasil abrirá oficialmente os Jogos Olímpicos de 2016. No meu sentir, totalmente dispensáveis, notadamente para um país que mal se agüenta nas pernas e numa cidade que tem índices de criminalidade capazes de assustar até Alfonso Capone e a Chicago dos anos trinta. Vamos no vai da valsa, torcendo para dar certo.

Não acredito em atos terroristas e tampouco em situações que possam colocar em risco a integridade dos atletas nacionais e os visitantes. Tenho pena, sim, dos turistas, dos moradores do Rio de Janeiro, dos usuários de aeroportos, sobretudo no Rio e São Paulo.

A segurança dos atletas, jornalistas e dignitários será provida pelo Exército Brasileiro, uma das poucas instituições brasileiras que merecem respeito e confiança da população ao lado dos Bombeiros. Ainda bem que ainda temos alguma coisa para confiar.

O terrorismo existe no Brasil, exercido dia e noite por facções criminosas, agindo de forma aberta e desabrida, sem medo de consequências. Um país que tem cinquenta mil assassinatos por ano, vive em estado de guerra interna. Equivale a um Vietnã por ano.

Os recentes assaltos a transportadoras de valores, em Campinas, Santos e Ribeirão Preto, demonstram sem sombra de dúvida que os terroristas aborígenes estão mais ativos do que nunca é agem de forma a fazer inveja a Al Quaeda, ao Talibã e ao Estado Islâmico.

Tiros de grosso calibre, manejo de explosivos, uso de armas de guerra em regiões de alta densidade demográfica, equivalem a terrorismo de alta competência. Lutam por causas próprias e inconfessáveis. São profissionais de muita competência.

Se não bastassem os assaltos, o assassinato de um pseudo empresário brasileiro em Pedro Juan Caballero, do lado de Ponta Porã, com o uso de uma metralhadora anti-aérea, em plena luz do dia, é de fazer inveja a qualquer terrorista sem o sacrifício de se explodir em nome da causa. Tirante o alvo, saíram todos ilesos, fagueiros e felizes numa ensolarada tarde de domingo. Os responsáveis pela segurança das olimpíadas com a ABIN e o Exército Brasileiro a frente, contam com a colaboração do FBI, dos Serviços de Segurança Ingleses e do Mosad de Israel, entre outros. Com certeza, os profissionais dos outros países, altamente treinados e competentes, estão alerta e monitoram possíveis ações de estrangeiros em nossa terra. O Brasil não está localizado em região crítica e tal situação geográfica ameniza os riscos. Vamos torcer para que tudo dê certo. Já sofremos muito e sofreremos mais ainda para pagar a irresponsabilidade de Lula e seus comparsas que trouxeram os Jogos para o Brasil.

A fatura a ser dependurada no contribuinte brasileiro é imensa. Não merecemos que nos debitem além de gastos, um vexame para limar mais ainda a nossa pobre imagem aos olhos do mundo.

Notas:

1) No último GloboNews Painel, William Waack discutiu a segurança nas olimpíadas. Tinha como convidados o jornalista Roberto Godoy, do Estadão, especialista em guerra e armamentos. Um professor de segurança de uma escola de renome, que não me lembro o nome e o Almirante Ademir Sobrinho, Comandante do Estado Maior Conjunto das três armas. Godoy como sempre competente, o professor idem. Fiquei decepcionado com o almirante. Em que pese o sigilo sobre as providências e o garbo de sua farda, o militar da mesma arma de Nelson e Tamandaré, estava mais para Vasco Moscoso de Aragão, o herói controverso da novela " Os velhos marinheiros" de Jorge Amado.

2) A Inglaterra é mesmo um estado de espírito. Cameron deixa a chefia de governo que amanhã será entregue a Sra. May e todos torcem para que seja uma nova Margaret Thatcher, a grande chanceler dos anos oitenta. Cameron sai cantarolando, não sem antes de passar à nova moradora de Downing Street a responsabilidade sobre o gato Larry, o simpático bichano oficial da chancelaria.

God save the queen.

Urtigão (desde 1943)