Urtigão: Brasil, um País de Competentes

Há algum tempo escrevi neste blog a respeito de ameaças terroristas à Olimpíada do Rio.

Baseado no que leio e na opinião de observadores, minimizei os riscos, apesar de não poder garantir nada. Não sou do ramo, nada conheço de investigações, tampouco de segurança interna e externa. No entanto, é sabido que as nossas fronteiras terrestres são uma imensa peneira de malha grossa, com dezesseis mil quilômetros. De costa, temos oito mil quilômetros, uma mamata para quem quiser entrar aqui sem ser visto.

Campos de pouso clandestino se contam aos milhares, sobretudo na Amazônia e no Centro-oeste. Quem pensar um pouco, pode avaliar o risco que corremos. Malucos não nos faltam. A começar pela Presidanta, encarnada em D. Maria I, no Palácio da Alvorada.

Por estas razões, como escrevi anteriormente, "cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém" e homens prevenidos usam cinto e suspensório.

Um brutal atentado em Nice, na Cote D'azur e um atentado em Munique mostra: sejamos francos que não existirá vitrine melhor no mundo do que o Rio de Janeiro, com chefes de Estado e atletas de todo o mundo.

Dito isso, vamos ao que interessa: a competência e a versatilidade dos ministros brasileiros. O professor Delfim Netto, renomado economista, chegou a ser Ministro da Agricultura nos governos militares e embaixador do Brasil na França. Em tempos recentes, tivemos outros exemplos de versatilidade e competência.

Ideli Salvatti, uma professora secundarista de Santa Catarina, foi ministra de quase tudo. Hoje serve junto à OEA, em Washington. Não sei o que ela faz lá, mas sei que ganha US$ 11.000,00 por mês e o marido, sargento do Exército, músico de origem, ganha US$ 7.000,00. Nada mal para uma dupla de energúmenos.

Nos últimos tempos, aliás, por obra e graça de FHC, foi criado o Ministério da Defesa. Por lá já passaram as mais esdrúxulas figuras. Aldo Rebello, comunista de carteirinha, cultor do português cinquentista, vários diplomatas, um de sobrenome Viegas e outro de sobrenome Amorim e até José Alencar Gomes da Silva, acumulando o ministério e a vice-presidência.

Hábil vendedor de panos, começou a vida com uma loja em Caratinga/MG, de nome “A Barateira”. Criou um império têxtil, no Brasil e exterior. Dizem as más línguas que depois de indicado ministro, o tecido camuflado para confecção das fardas passou a ser fornecido pela Santanense, uma de suas fábricas. Ressalto que estou vendendo o peixe pelo preço que me venderam. Pode ser boato que corre em Itaúna. Enfim!!!!

Depois tivemos um ex-governador baiano, de nome Waldir, que arrasou o Estado e quase fazia o mesmo com o ministério. Foi trocado por Nelson Jobim, no auge da crise dos controladores de vôo. Ficava garboso numa farda camuflada, corpanzil de gaúcho bem tratado. Foi ministro até do STF. Homem competente. Agora temos Raul Jungman. Não usa farda. Apenas um colete à moda de fotógrafos e pescadores. Deu entrevista de frente à tropa, no Rio de Janeiro e classificou os suspeitos de terrorismo presos pela PF e identificados pela ABIN, de "porras loucas". Desautorizou a ABIN e o ministro da justiça.

Prender alguém por terrorismo é coisa séria e pode render cadeia brava. No entanto, Jungman é muito competente. Já foi ministro de um colosso de coisas, até de reforma agrária. O mundo se curva mais uma vez ao Brasil. O povo não é grandes coisas mas os condutores da nação, gênios de fazer inveja a Albert Einstein. Que Deus nos proteja de terroristas e é de tanta competência.


Nota:
João Santanna e madame disseram ao juíz Sérgio Moro que não confessaram ter recebido dinheiro de caixa dois, por patriotismo. Dólares americanos agora mudaram de nome: é sonegação de imposto também.

Urtigão (desde 1943)