30 segundos de Fama - Crônica “Estado de Minas" 18/08/2016

As transmissões das Olímpiadas pela televisão parecem reafirmar a cada disputa a profecia do cineasta norte-americano Andy Warhol, figura maior do movimento pop art. 

No auge de seu sucesso, ele profetizou que “no futuro, todos terão 15 minutos de fama, fenômeno que ganhou força com as mídias digitais e a internet.

Essa tendência, se acelera o processo de surgimento de celebridades, acaba tornando-as cada vez mais efêmeras.

Quinze minutos talvez seja tempo demais.

Um simples flash durante transmissão pela tevê em uma disputa dos atuais jogos parece eternizar a figura de uma pessoa no instante em que é vista por milhões de telespectadores no mundo. E, afinal, como resistir à tentação de, ao se ver no telão, voltar-se para a câmera, dar um sorriso e um glorioso adeusinho?

Não são simplesmente quinze minutos de fama mas consagradores cinco segundos, se muito.

Acontece que aquele flagrante mágico pode significar ser visto, em termos bem otimistas, pelos quase 7 bilhões e quinhentos milhões de terráqueos em razão da universalidade do evento. É gente pra dedeu!!!

Nesse turbilhão de emoções, perde sentido o anonimato preservado pelos tímidos que não gostam de aparecer.

Aliás, amigo que tirou férias para ver as Olimpíadas in loco anda desesperado: têm sido vãs suas tentativas de figurar nas transmissões dos jogos. Já chegou a mandar apelo e seu retrato à central de transmissões para que mereça um close. Se não for focado pelas câmeras pelo menos uma vez, acha que terá de recorrer a um psicanalista.

Êta vida ingrata!!