URTIGÃO: A Chatice do "Politicamente Correto"

Não tenho simpatias por Donald Trump. Na minha opinião, se tivesse nascido anos antes, seria páreo duro para Hugh Hefner nos tempos áureos da Playboy. Como pornografia hoje é mais abundante do que blogueiro, ele faz sucesso com cassinos e mercado imobiliário.

Vejo nele uma posição que agrada-me: é contra o politicamente correto.

Há dois dias o Brasil anda mergulhado em uma polêmica entre governo e jornalistas. Foi divulgada uma pesquisa, creio que pela OMS, atestando que as mulheres têm vida média maior do que os homens. Fato corriqueiro que no meu sentir não precisava de pesquisa.

No entanto, a OMS faz parte da ONU, a maior ONG do mundo, que precisa ocupar a sua legião de burocratas. É notório que as mulheres vivem mais do que os homens. Segundo a OMS, o fato decorre da pouca assiduidade do sexo masculino aos consultórios. Outro dado evidente, que a meu ver não demandava pesquisa. Pois não é que esse negocio criou no Brasil um "cavalo de batalha”?

O Ministro da Saúde, em uma frase mal formulada, disse que as mulheres vivem mais em razão de trabalharem menos do que os homens.

A imprensa tupiniquim caiu de pau no assessor do presidente Temer. A grita dos jornalistas e das feministas foi tão grande que demandou desculpas do ministro e mal estar no governo.

Se fosse no tempo do Lula, o "querido da imprensa", tudo ficaria como dantes no quartel de Abrantes.

Lula tudo podia e tudo fazia. Nada colava nele. Era imune em virtude da proteção inconteste da imprensa, na sua maioria, simpática a doutrinas há muito comprovadamente sanguinárias e ineficientes.

A guisa de comparação, cito um fato recente.

Fernando Morais, escritor mineiro, jornalista radicado em São Paulo, devolveu ao senador Cristovam Buarque uma honraria que recebeu do político, quando ele exercia o cargo de governador de Brasília. Justificativa:

- "Não aceita honrarias vindas de golpistas".

Só com muito sacrifício, podemos acreditar em tamanha hipocrisia. Fernando Morais já recebeu honrarias e mimos dos irmãos Castro e deles ainda recebe charutos da melhor qualidade. 

Sem falar que foi aliado de Orestes Quércia e, não me engano, foi seu secretário de cultura. Eu conheci o político campineiro. Na eleição de Luiz Antônio Fleury Filho, um ex-sócio meu trabalhou na campanha, coordenada por Quércia, então governador. Quebraram São Paulo e tal fato não escandaliza o escritor nascido em Mariana. 

Dois pesos, duas medidas ou então como explicar. Talvez esteja usando o axioma de Janio Quadros: "para os amigos eu tenho defeitos, para os inimigos eu sou perfeito". 

Porque Fernando Morais não orienta uma pesquisa sobre a fortuna do finado campineiro, sabidamente bilionário ou mesmo de outros notórios meliantes que há anos habitam a política brasileira. Ele, Morais é um bom historiador e bom jornalista.

Com a falta de notícias políticas, com o PT desmascarado , Lula réu e Dilma Rousseff a poucos passos do desemprego, melhor seria se a imprensa brasileira de ocupasse de fazer jornalismo sério ao invés de ficar com picuinhas, tentando achar pelo em bola de sinuca.

Temos muitas falcatruas a investigar e muitos crimes contra o erário a denunciar. Pensem nisso.

Quanto a OMS e outras tantas ONGs que estão por aí a pesquisar a "importância do galho seco na vida sexual do mono carvoeiro, gastem o dinheiro com coisa mais útil.

Façam doações aos Médicos sem Fronteira.


Notas:

1) Bons tempos em que eram feitos filmes "politicamente" incorretos sobre a imprensa. Dentre eles, cito o impagável "Front Page" com Jack Lemon e Walter Matthau.

Um filme delicioso de assistir é uma atuação memorável dos protagonistas .

Vale a pena!!!!!

Filmes também eram feitos para denunciar a imprensa "marrom". Recomendo a Montanha dos Sete Abutres, uma aula de como não fazer jornalismo.

2) Ainda no capítulo das pesquisas, nada melhor para homenagear aquelas que não tem valor sensível, apesar de ter fundamento científico
. O Prêmio Ignóbil, iniciativa de uma universidade inglesa que as premia todos os anos é o inverso do Nobel.


Urtigão (desde 1942)