Meu irmão é formado em agronomia. Antes fez o curso técnico também em Viçosa. Graduou-se no Superior em 1966 e se mandou para o Mato Grosso. Depois do Estado dividido, manteve-se em Campo Grande. Ganhou dinheiro, gastou e perdeu muito.
Hoje é um homem velho e falido. Sem ilusões. Dele roubei o pseudônimo de Urtigão, apelido que lhe deram na antiga Esav. Outros amigos de juventude também estudaram em Viçosa.
Um deles foi figura influente no Amazonas. Outro foi para lá e quebrou. Voltou para Minas e também quebrou. Cansou de tentar a vida na lavoura. Aposentou-se como funcionário público federal. Melhor para ele. Outros andam perdidos, incluindo filhos de fazendeiros que optaram pela agronomia. Alguns na Embrapa.
Um deles, pós-doutor com Master, PhD e pós em Purdue, aposentado compulsoriamente por idade, sobrevive com uma aposentadoria mirrada. Grande figura, enorme capacidade. É grande autoridade em sua área de atuação, reconhecido e todo o mundo. Hoje é um homem triste, desiludido é doente. Feliz dele que faz da religião a sua muleta. Merecia algo melhor.
Parafraseando Euclides da Cunha, autor de uma obra definitiva e pouco conhecida no País, arrisco a dizer que o "fazendeiro é antes de tudo um forte".
Um deles foi figura influente no Amazonas. Outro foi para lá e quebrou. Voltou para Minas e também quebrou. Cansou de tentar a vida na lavoura. Aposentou-se como funcionário público federal. Melhor para ele. Outros andam perdidos, incluindo filhos de fazendeiros que optaram pela agronomia. Alguns na Embrapa.
Um deles, pós-doutor com Master, PhD e pós em Purdue, aposentado compulsoriamente por idade, sobrevive com uma aposentadoria mirrada. Grande figura, enorme capacidade. É grande autoridade em sua área de atuação, reconhecido e todo o mundo. Hoje é um homem triste, desiludido é doente. Feliz dele que faz da religião a sua muleta. Merecia algo melhor.
Parafraseando Euclides da Cunha, autor de uma obra definitiva e pouco conhecida no País, arrisco a dizer que o "fazendeiro é antes de tudo um forte".
Forte e mal visto pela sociedade, pois os Sem Terra, os marxistas de galinheiro, os sociólogos de gabinete, os socialistas de botequim, colaram no homem que vive da terra a pecha de explorador de mão de obra.
Na Câmara dos Deputados existe até uma bancada da terra. Pura invencionice da esquerda. Bancada de pouca força, sempre mal vista como espoliadora, capaz de manter sob suas ordens trabalhadores escravizados e outras falácias.
Na Câmara dos Deputados existe até uma bancada da terra. Pura invencionice da esquerda. Bancada de pouca força, sempre mal vista como espoliadora, capaz de manter sob suas ordens trabalhadores escravizados e outras falácias.
Rótulos fáceis de colar, sobretudo se vivermos no ar condicionado dos gabinetes usufruindo das benesses da corrupção.
O meu irmão, na última vez que estive com ele, e isso já faz tempo, dizia que terra estava tão ruim que genro estava devolvendo.
Os da cidade, que assistem Globo Rural e acostumaram-se a ver casos de sucesso, acreditam que a vida do fazendeiro é um rio de leite e mel. Poucos negócios, apesar da tecnologia e a expertise do Brasil em agricultura tropical, demandam tanto capital investido e está sempre sujeito a percalços.
Se chove muito é ruim. Se chove pouco, pior ainda. Se produz muito, a lei da oferta e procura se encarrega de baixar os preços e amesquinhar os ganhos. Se vive nas fronteiras agrícolas, ainda tem o secular problema do escoamento. Isso sem falar dos MST da vida, dos Fóruns Sociais Mundiais e espécies exóticas como José Bove, francês atrevido que aqui esteve e ajudou a depredar uma fazenda experimental de transgênicos.
Se chove muito é ruim. Se chove pouco, pior ainda. Se produz muito, a lei da oferta e procura se encarrega de baixar os preços e amesquinhar os ganhos. Se vive nas fronteiras agrícolas, ainda tem o secular problema do escoamento. Isso sem falar dos MST da vida, dos Fóruns Sociais Mundiais e espécies exóticas como José Bove, francês atrevido que aqui esteve e ajudou a depredar uma fazenda experimental de transgênicos.
O fazendeiro vive dependurado no Banco. Se fracassar, tome execução judicial e outras providências legais.
A maioria da população acredita que é fácil produzir.
A maioria da população acredita que é fácil produzir.
Tive algumas experiências pontuais na atividade e sempre me desiludi. Talvez eu não seja tão forte como os que vivem da terra e daí a desilusão. Hoje moro em uma pequena chácara de mil e duzentos metros quadrados. Dou um duro danado para produzir hortaliças para consumo próprio.
Um convite e um desafio a todos que invejam a vida na roça e acham que agricultura é uma diversão: comprem uma pequena gleba e tentem tirar alguma coisa dela.
Tenho uma certeza: Só terão um prazer. O dia da aquisição. Nem vender vão conseguir.
Notas:
1) Gosto de noticiários na TV para apanhar pérolas. Na última sexta-feira no MG TV uma veterinária disse à repórter: isso não é recomendado pois o cãozinho pode manipular o alimento. E eu que não sabia que cachorro tem mãos!
2) Do Chumbo Gordo de Carlos Brickman: "Pelo visto a jararaca virou crocodilo. Tem couro grosso e chora"
Urtigão (desde 1943)
Um convite e um desafio a todos que invejam a vida na roça e acham que agricultura é uma diversão: comprem uma pequena gleba e tentem tirar alguma coisa dela.
Tenho uma certeza: Só terão um prazer. O dia da aquisição. Nem vender vão conseguir.
Notas:
1) Gosto de noticiários na TV para apanhar pérolas. Na última sexta-feira no MG TV uma veterinária disse à repórter: isso não é recomendado pois o cãozinho pode manipular o alimento. E eu que não sabia que cachorro tem mãos!
2) Do Chumbo Gordo de Carlos Brickman: "Pelo visto a jararaca virou crocodilo. Tem couro grosso e chora"
Urtigão (desde 1943)