No transcurso de meus quase setenta e três anos, tive diversas ocupações. Sou um generalista e tenho orgulho do que fiz de forma correta e limpa. Durante cinco anos trabalhei em uma empresa pública. Não era funcionário público. Digamos que eu era um mal necessário no meio de apaniguados políticos de toda espécie. Desempenhei bem, sem falsa modéstia, as tarefas que me cabiam. Tive sucesso e sai de lá por livre expontânea vontade. Foi uma experiência razoável que me deixou de herança um infarto agudo do miocárdio. A primeira etapa de uma cardiopatia que até hoje me persegue.
É muito difícil conviver com o ambiente de empresa pública, vindo da iniciativa privada. Notadamente para quem tem estopim curto ou talvez nem tenha.
Ossos do ofício de viver.
Nos cinco anos que por lá estive, notei uma característica do funcionário público que sobrevive em todos os servidores. Do mais graduado ao mais simples. É o sentimento de posse do bem público, a eterna confusão entre o público e o privado, umas das maiores doenças da burocracia tupiniquim.
A glória do "barnabé" e ter uma mesa. Passa a ser sua propriedade. Uma extensão de sua casa. Se ganha um carimbo e um crachá, sobe de status e se tiver placa na mesa e gabinete fechado, torna-se o rei da cocada preta. Para se tornar arrogante é somente um passo. Defeito que assumem com pompa e circunstância .
Afinal, para o "barnabé", sobrevive a máxima: democracia é quando eu mando em você. Ditadura é quando você manda em mim.
Digo tudo isso para narrar um fato acontecido comigo no dia vinte e seis de agosto, no Museu de Arte da Pampulha, recentemente tornado Monumento da Humanidade pela Unesco, como parte do conjunto arquitetônico da Pampulha.
É muito difícil conviver com o ambiente de empresa pública, vindo da iniciativa privada. Notadamente para quem tem estopim curto ou talvez nem tenha.
Ossos do ofício de viver.
Nos cinco anos que por lá estive, notei uma característica do funcionário público que sobrevive em todos os servidores. Do mais graduado ao mais simples. É o sentimento de posse do bem público, a eterna confusão entre o público e o privado, umas das maiores doenças da burocracia tupiniquim.
A glória do "barnabé" e ter uma mesa. Passa a ser sua propriedade. Uma extensão de sua casa. Se ganha um carimbo e um crachá, sobe de status e se tiver placa na mesa e gabinete fechado, torna-se o rei da cocada preta. Para se tornar arrogante é somente um passo. Defeito que assumem com pompa e circunstância .
Afinal, para o "barnabé", sobrevive a máxima: democracia é quando eu mando em você. Ditadura é quando você manda em mim.
Digo tudo isso para narrar um fato acontecido comigo no dia vinte e seis de agosto, no Museu de Arte da Pampulha, recentemente tornado Monumento da Humanidade pela Unesco, como parte do conjunto arquitetônico da Pampulha.
Fui a convite do promotor do evento destinado ao setor de turismo e hotelaria, que tinha como tema principal o bem receber os visitantes, turistas, hóspedes de hotel e viajantes.
As palestras foram alojadas no antigo cassino em virtude do título da Unesco. Fui com prazer pois iriam homenagear um ex-funcionário meu na hotelaria, grande amigo e grande profissional. Homenagem bonita e merecida. Louvo a iniciativa da entidade que promoveu o evento e o seu idealizador. Durante todo o tempo em que lá estive, foi prazeiroso. Encontrei antigos colegas de profissão, jornalistas do setor, hoteleiros e outros bons amigos.
Tudo ia muito bem, exceto por um pormenor, que para os velhos é de grande importância. Ainda não tenho incontinência urinária e nem uso fralda. Tenho sim, urgência urinária. Quando ocorre, o uso do banheiro é imprescindível, sob pena de urinar na roupa.
Para um evento de cerca de cem participantes, destinaram apenas um banheiro diminuto, com um vaso sanitário somente. Um usuário de cada vez pois o local é vizinho a uma copa e a porta é de vai-e- vem, como nos "salõons" do faroeste.
Homem prevenido usa cinto e suspensório. Tão logo cheguei, usei o banheiro. Tão pequeno que se fosse para obrar, certamente sujaria a vizinha do banheiro feminino.
Tudo ia muito bem, exceto por um pormenor, que para os velhos é de grande importância. Ainda não tenho incontinência urinária e nem uso fralda. Tenho sim, urgência urinária. Quando ocorre, o uso do banheiro é imprescindível, sob pena de urinar na roupa.
Para um evento de cerca de cem participantes, destinaram apenas um banheiro diminuto, com um vaso sanitário somente. Um usuário de cada vez pois o local é vizinho a uma copa e a porta é de vai-e- vem, como nos "salõons" do faroeste.
Homem prevenido usa cinto e suspensório. Tão logo cheguei, usei o banheiro. Tão pequeno que se fosse para obrar, certamente sujaria a vizinha do banheiro feminino.
Além da idade, tenho uma hiperplasia prostática, coisa comum na minha idade. Faz-me usar o vaso com maior frequência. Poderia operar mas, a minha cardiopatia me impede de aventuras cirúrgicas.
Para homenagear um amigo vale qualquer sacrifício. No tempo em que lá estive, fui ao WC umas três vezes. Incomodava as pessoas do auditório mas não havia outra solução. Além disso, o danado do quartinho estava sempre ocupado. Sacrifício válido. Gastei boa cera com um bom defunto.
Por volta da sete da noite, resolvi voltar para casa. Tinha cumprido a minha obrigação e nada mais a fazer.
Deixei de lado o coquetel, apregoado pelo mestre de cerimônia a cargo de renomados chefes de cozinha.
Antes de sair de lá para buscar o carro, resolvi ir mais uma vez ao banheiro. Estava ocupado e com vários mijões na minha frente. Resolvi arriscar pois moro razoavelmente perto do patrimônio da humanidade. No entanto, ao passar pela porta principal do prédio que estava entreaberta, resolvi perguntar ao Segurança se não havia um banheiro nas vizinhanças além do cubículo.
Gentilmente disse-me que sim e já estava abrindo a porta para indicar-me o objeto de desejo quando surgiu uma funcionária do Museu, com pose de sargento nazista.
Rispidamente disse ao segurança e a mim:
- Para este evento só está autorizado o banheiro da copa. Os outros estão proibidos.
A rispidez foi tanta que não tive como contra-argumentar. Botei a viola no saco e fui procurar meu automóvel. Não rodei duas quadras e encontrei uma oficina mecânica aberta. Pedi minha mulher para parar o carro e indaguei sobre um banheiro.
- Às ordens, doutor, disse-me o mecânico.
Verti a água que precisava e cheguei em casa com as calças enxutas.
Ficou a lição: no Patrimônio Mundial da Humanidade a funcionária é desumana.
E ainda querem receber bem o turista.
Notas:
1) O fato que narrei é verídico. O evento foi de responsabilidade da Federação Brasileira de Hotéis e contou com a presença do presidente da Belotur, cujo nome não me lembro e que palestrou para os inscritos. Parece-me que é também presidente da Fundação Municipal de Cultura, que engloba o Museu.
Se chegar ao seu conhecimento o que me aconteceu será de bom alvitre melhorar o tratamento aos visitantes. Duvido que o uso de um banheiro por um velho razoavelmente educado e ordeiro em nada prejudicaria o patrimônio da humanidade.
2) Se tudo correr conforme o "script", a próxima quarta-feira será o Dia Nacional de Ação de Graças. Teremos mais uma vez a derrota do comunismo e da cleptocracia que infernizou o Brasil. O nosso País é um dos poucos lugares do mundo onde os comunistas sobrevivem.
Dentre as três grandes teorias científicas surgidas no século XIX – Comunismo, Teoria Evolucionista de Darwin e a Teoria Psicanalítica de Freud - o comunismo se mostrou um fiasco.
Para homenagear um amigo vale qualquer sacrifício. No tempo em que lá estive, fui ao WC umas três vezes. Incomodava as pessoas do auditório mas não havia outra solução. Além disso, o danado do quartinho estava sempre ocupado. Sacrifício válido. Gastei boa cera com um bom defunto.
Por volta da sete da noite, resolvi voltar para casa. Tinha cumprido a minha obrigação e nada mais a fazer.
Deixei de lado o coquetel, apregoado pelo mestre de cerimônia a cargo de renomados chefes de cozinha.
Antes de sair de lá para buscar o carro, resolvi ir mais uma vez ao banheiro. Estava ocupado e com vários mijões na minha frente. Resolvi arriscar pois moro razoavelmente perto do patrimônio da humanidade. No entanto, ao passar pela porta principal do prédio que estava entreaberta, resolvi perguntar ao Segurança se não havia um banheiro nas vizinhanças além do cubículo.
Gentilmente disse-me que sim e já estava abrindo a porta para indicar-me o objeto de desejo quando surgiu uma funcionária do Museu, com pose de sargento nazista.
Rispidamente disse ao segurança e a mim:
- Para este evento só está autorizado o banheiro da copa. Os outros estão proibidos.
A rispidez foi tanta que não tive como contra-argumentar. Botei a viola no saco e fui procurar meu automóvel. Não rodei duas quadras e encontrei uma oficina mecânica aberta. Pedi minha mulher para parar o carro e indaguei sobre um banheiro.
- Às ordens, doutor, disse-me o mecânico.
Verti a água que precisava e cheguei em casa com as calças enxutas.
Ficou a lição: no Patrimônio Mundial da Humanidade a funcionária é desumana.
E ainda querem receber bem o turista.
Notas:
1) O fato que narrei é verídico. O evento foi de responsabilidade da Federação Brasileira de Hotéis e contou com a presença do presidente da Belotur, cujo nome não me lembro e que palestrou para os inscritos. Parece-me que é também presidente da Fundação Municipal de Cultura, que engloba o Museu.
Se chegar ao seu conhecimento o que me aconteceu será de bom alvitre melhorar o tratamento aos visitantes. Duvido que o uso de um banheiro por um velho razoavelmente educado e ordeiro em nada prejudicaria o patrimônio da humanidade.
2) Se tudo correr conforme o "script", a próxima quarta-feira será o Dia Nacional de Ação de Graças. Teremos mais uma vez a derrota do comunismo e da cleptocracia que infernizou o Brasil. O nosso País é um dos poucos lugares do mundo onde os comunistas sobrevivem.
Dentre as três grandes teorias científicas surgidas no século XIX – Comunismo, Teoria Evolucionista de Darwin e a Teoria Psicanalítica de Freud - o comunismo se mostrou um fiasco.
Darwin é saudado cada vez mais como um dos pilares da ciência, Freud - com alguns ajustes e com o progresso dos fármacos - também se mostra atual.
O Comunismo de Marx e seus furúnculos e Engels, só trouxe desgraças, expurgos, genocidios e destruição intelectual de várias gerações.
Urtigão (desde 1943)
Urtigão (desde 1943)