Urtigão: Reconstrução de Princípios Básicos de Civilidade

Há dias escrevi que desde 2003, ano em que se iniciaram os governos do PT, Deus tinha renunciado da cidadania brasileira. Não que ele precisasse pois se foi ele o arquiteto do universo, pode ser de qualquer país ou lugar, de qualquer planeta, sol, estrela ou galáxia.

Ele desistiu do Brasil talvez por um bom tempo mas, em sua infinita bondade, resolveu dar-nos um consolo: ficamos livres de Dilma e de Dunga. Já é um bom começo.

Existe uma polêmica em torno do livro "Raízes do Brasil", de Sérgio Buarque de Holanda, escrito em 1935 e que mereceu recentemente uma nova edição, revista e comentada.

A polêmica gira em torno da classificação do brasileiro como um homem cordial. Os entendidos de sociologia, antropologia e filosofia sempre discutem o que ele quis dizer com a palavra cordial. Deixemos a discussão para os doutos da academia e nos fixemos na cordialidade como um dos principais pontos da boa educação, coisa que era comum nos meus tempos de criança e de jovem e que a partir da ascensão do PT e de sua filosofia rombuda, fomos perdendo.

Não há respeito por mais nada. Pelo País, pela sua história, pelos seus construtores. Não há respeito pelas regras mais comezinhas do bom relacionamento, seja familiar ou no trato com as pessoas próximas ou estranhas. Não há respeito por professores e tampouco pelos mais velhos. Conseguiram transformar o Brasil em uma terra de gente mal educada, raivosa e sedenta de revide, para não dizer de vingança.

Lula sempre se apresentou carrancudo, pronto para a briga, como animal acuado. A situação piorou com Dilma Rousseff, mulher ressentida, de mau trato, capaz de afrontar quem quer que fosse, de ministro à criada de quarto. Dessa ultima, contam que ela não só destratou, mas jogou sobre a camareira as roupas e os cabides, devidamente por ela quebrados, em virtude de não ter agradado da arrumação. Recebeu o troco da serviçal.

Nenhum processo por mau trato, assédio moral ou ofensa.

Como primeira mandatária da Nação, tudo podia e assim fazia. Estava e talvez ainda esteja, sempre pronta para ir as vias do fato, fosse com quem fosse. Acredito que, apesar de detestar os militares que a puseram na cadeia e a torturaram, deve ter aprendido a dormir em posição de sentido, sempre alerta, vendo em tudo e em todos um potencial contendor.

Um desastre em todos os sentidos.

Michel Temer é descrito pelos mais próximos como um homem de ótima educação. Os seus colegas de turma ouvidos pela revista Isto é corroboram a afirmação. Um rapaz muito educado e estudioso, gentil sem ser afetado e educado de berço e formação.

Após assumir o governo, de fato e de direito, tenho dito que precisamos pacificar o Brasil, propósito correto e oportuno.

Sem o desarme dos espíritos, sem a abdicação da falácia plantada pelo PT do "nós e eles", ou melhor, "nós contra eles", nada feito.

É urgente que restauremos os bons princípios de civilidade e da boa convivência dos contrários. Sem vencedores ou vencidos.

Se conseguir isso, já será um grande ganho para todos e principalmente para o Brasil.

Urtigão ( desde 1943)