O Brasil continua imbatível na produção de fatos exóticos. Se não bastasse a jabuticaba, a tomada de três pinos, o kit de primeiros socorros e o extintor de incêndio para carros (A, B, C) continuamos a produzir esquisitices.
E pensar que estamos na América Latina, continente que produziu guerrilheiro argentino recordista em matar inimigos de mãos amarradas. Um perdedor nato que se tornou herói sem nunca ter sido.
O continente produziu também um ditador que se transformou em passarinho e se comunica com a cavalgadura que lhe sucedeu por meio de trinados.
Na Argentina, Gardel, que era francês e criado no Uruguai, morto há quase um século, continua cantando como nunca. Teve como parceiro de suas canções imortais um brasileiro, de nome Pereira que se transformou em Le Pera. Sem contar que o país foi governado um bom tempo por duas múmias Uma devidamente morta e a outra quase. Só lhe faltava deitar no caixão e ser levado ao cemitério.
O México é um campeão reservado. Teve ditadores de todos os feitios, incluindo Antônio Lopez de Santana, ditador por doze vezes. Perdeu uma perna em combate. O membro foi enterrado com honras militares. A história é longa e hilária. Já foi publicada neste blog. Vale a pena procurar no arquivo.
Lá teve até imperador, de triste história. Autêntico país dramalhão.
O Brasil não pode deixar a taça de bizarrices escapar para os vizinhos de língua espanhola.
Depois da constituição fatiada como mortadela, leio no blog da Marli Gonçalves que a Promotoria de Justiça de Defesa dos Interesses Difusos e Coletivos da Infância e da Juventude da capital paulista aprontou mais uma esquisitice hoje: proibiu a venda dos jogos Super Banco Imobiliário e do Super Jogo da Vida para crianças até doze anos. Dai para a frente pode. Motivo: menção a produtos de consumo infantil. Nada mais justo: defesa do jovem consumidor.
O nome da promotoria é um mimo. Faz-me lembrar do cargo exercido pelo poeta Luís Vaz de Camões. Em certa quadra de sua vida bastante nebulosa, ocupou a Provedoria Mór de Capelas, Defuntos e Ausentes de Territórios Ultramarinos. Nada mais edificante.
Como se não bastasse leio no site de Veja que Suzane Von Richtoffen, descendente do lendário às da Aviação Alemã, Manfred "freiherr" Von Richtoffen, responsável pelo abate de oitenta aviões ingleses e franceses na I Guerra Mundial, se divorciou e vai se casar novamente. A bela lourinha, responsável pelo assassinato de seus pais a pauladas, com auxílio do namorado e do cunhado de então, presa em Tremembe, casou-se na cadeia com outra detenta, que atende pelo apelido de Sandrão. Casamento com pompa, filmado pelo Programa do Gugu, com exclusividade. Também lhe deram uma entrevista exclusiva. O apresentador deu para as nubentes, três máquinas de costura, modelo industrial, que seriam o início de uma confecção que Suzane pretende montar quando livre. As máquinas foram entregues na casa do irmão de Sandrão, que foi libertada antes de Suzane.
Neste meio tempo, a lourinha enamorou-se de um marceneiro e se divorciou da companheira (o). Agora brigam na justiça pela posse do presente do Gugu. O barão Von Richtoffen morreu com 25 anos, abatido em combate na França. Ficou o apelido de Barão Vermelho, decorrência de seu aeroplano, pintado na cor vermelha brilhante. E pensar que o título de "freiherr" em alemão significa homem livre e pode ser usado pelos descendentes, sem que o antepassado tenha morrido.
Bela moça que fez da herança familiar uma bizarrice.
O Brasil é capaz de coisas notáveis.
Vizinhos sul americanos fiquem espertos: Este troféu é nosso e ninguém tasca!
Uma Nota:
No governo de Fernando Collor de Mello, o intrépido, o ministro da Justiça era Bernardo Cabral. Naquele tempo, o adultério ainda era crime e o ministro era casado. O guardião da Justiça, assentado na cadeira do mais antigo Ministério do País, engatou um belo romance com Zélia Cardoso de Mello, titular da pasta da Fazenda. Tudo às claras, ao som do bolero “Besame mucho". Somos um país sério.
Urtigão (desde 1943)
E pensar que estamos na América Latina, continente que produziu guerrilheiro argentino recordista em matar inimigos de mãos amarradas. Um perdedor nato que se tornou herói sem nunca ter sido.
O continente produziu também um ditador que se transformou em passarinho e se comunica com a cavalgadura que lhe sucedeu por meio de trinados.
Na Argentina, Gardel, que era francês e criado no Uruguai, morto há quase um século, continua cantando como nunca. Teve como parceiro de suas canções imortais um brasileiro, de nome Pereira que se transformou em Le Pera. Sem contar que o país foi governado um bom tempo por duas múmias Uma devidamente morta e a outra quase. Só lhe faltava deitar no caixão e ser levado ao cemitério.
O México é um campeão reservado. Teve ditadores de todos os feitios, incluindo Antônio Lopez de Santana, ditador por doze vezes. Perdeu uma perna em combate. O membro foi enterrado com honras militares. A história é longa e hilária. Já foi publicada neste blog. Vale a pena procurar no arquivo.
Lá teve até imperador, de triste história. Autêntico país dramalhão.
O Brasil não pode deixar a taça de bizarrices escapar para os vizinhos de língua espanhola.
Depois da constituição fatiada como mortadela, leio no blog da Marli Gonçalves que a Promotoria de Justiça de Defesa dos Interesses Difusos e Coletivos da Infância e da Juventude da capital paulista aprontou mais uma esquisitice hoje: proibiu a venda dos jogos Super Banco Imobiliário e do Super Jogo da Vida para crianças até doze anos. Dai para a frente pode. Motivo: menção a produtos de consumo infantil. Nada mais justo: defesa do jovem consumidor.
O nome da promotoria é um mimo. Faz-me lembrar do cargo exercido pelo poeta Luís Vaz de Camões. Em certa quadra de sua vida bastante nebulosa, ocupou a Provedoria Mór de Capelas, Defuntos e Ausentes de Territórios Ultramarinos. Nada mais edificante.
Como se não bastasse leio no site de Veja que Suzane Von Richtoffen, descendente do lendário às da Aviação Alemã, Manfred "freiherr" Von Richtoffen, responsável pelo abate de oitenta aviões ingleses e franceses na I Guerra Mundial, se divorciou e vai se casar novamente. A bela lourinha, responsável pelo assassinato de seus pais a pauladas, com auxílio do namorado e do cunhado de então, presa em Tremembe, casou-se na cadeia com outra detenta, que atende pelo apelido de Sandrão. Casamento com pompa, filmado pelo Programa do Gugu, com exclusividade. Também lhe deram uma entrevista exclusiva. O apresentador deu para as nubentes, três máquinas de costura, modelo industrial, que seriam o início de uma confecção que Suzane pretende montar quando livre. As máquinas foram entregues na casa do irmão de Sandrão, que foi libertada antes de Suzane.
Neste meio tempo, a lourinha enamorou-se de um marceneiro e se divorciou da companheira (o). Agora brigam na justiça pela posse do presente do Gugu. O barão Von Richtoffen morreu com 25 anos, abatido em combate na França. Ficou o apelido de Barão Vermelho, decorrência de seu aeroplano, pintado na cor vermelha brilhante. E pensar que o título de "freiherr" em alemão significa homem livre e pode ser usado pelos descendentes, sem que o antepassado tenha morrido.
Bela moça que fez da herança familiar uma bizarrice.
O Brasil é capaz de coisas notáveis.
Vizinhos sul americanos fiquem espertos: Este troféu é nosso e ninguém tasca!
Uma Nota:
No governo de Fernando Collor de Mello, o intrépido, o ministro da Justiça era Bernardo Cabral. Naquele tempo, o adultério ainda era crime e o ministro era casado. O guardião da Justiça, assentado na cadeira do mais antigo Ministério do País, engatou um belo romance com Zélia Cardoso de Mello, titular da pasta da Fazenda. Tudo às claras, ao som do bolero “Besame mucho". Somos um país sério.
Urtigão (desde 1943)