Urtigão: Enfim, um Liberal na Política Brasileira

Adam Smith - Idéias Liberais desde 1776
Assumir o rótulo de liberal e até de conservador no Brasil é muitas vezes mais raro do que sair do armário, quando a opção sexual não for a da maioria. Aliás, sair do armário nos últimos tempos tem se tornado "up to date", para não dizermos chique em certos extratos sociais.

Deixemos de lado a discussão sobre gêneros, transgêneros e assemelhados e vamos ao nosso assunto de agora: as eleições do último domingo e seus resultados.

Um candidato e agora prefeito, o empresário João Doria Jr. emergiu das urnas como o grande vitorioso e junto com ele o atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmim.

Uma aposta arriscada, no início um verdadeiro azarão, que no final tornou-se "pule de dez" faturando ponta, dupla e placê.

Um fenômeno!!!!!!

Nem tanto, para quem conhece o moço e sabe de sua capacidade.

Conheci João Doria Jr. em 1983, na época presidente da Paulistur e Secretário de Turismo de São Paulo. Eu trabalhava neste meio e fui a São Paulo observar o funcionamento do Parque Anhembi e do Palácio das Convenções, tendo em vista que já estávamos terminando o Minascentro que seria inaugurado no ano seguinte.

João Doria tinha na época, vinte e seis anos. Ao lado dele, uma equipe de jovens de talento dos quais lembro-me de Edson Dezen e Rosana Beni. Fui recebido com fidalguia e colocaram ao meu dispor todas as informações úteis de que necessitava.

Gostei do jovem presidente e de sua boca ouvi falar do São Paulo Convention and Visitors Bureau, entidade de fomento aos negócios do turismo que ele também criou naquela época.

Um jovem de modos educados, sem afetação e sem demonstrar o muito que já conhecia do setor na presença do visitante à procura de aprendizado.

Estive com ele outras vezes em Belo Horizonte. Na época, já era presidente da Embratur e mostrava-se tão ou mais confiante em suas propostas para os negócios do turismo. Daí para frente, João Doria deixou os cargos públicos e voltou-se totalmente para a iniciativa privada, na qual colheu enormes sucessos.

A sua trajetória de empresário moderno e eficiente foi fator preponderante na sua vitória acachapante na primeira eleição que disputou.

Assumiu sem pruridos o rótulo de liberal e até de conservador. Colocou-se como privatista contrário da administração pública em setores dos quais ela não tem expertise e informou com todas as letras e sem meias palavras o que pretende fazer com várias empresas da Prefeitura de São Paulo que no seu sentir não são próprias para a administração municipal.

Contrariando o discurso tão caro às esquerdas, não teve meias palavras para assumir a sua riqueza, que não foi herdada.

Fruto de trabalho árduo, de um "workhalolic" amante do sucesso e das benesses que podem advir da dedicação e empenho nos negócios.

Com um discurso claro e bem articulado, assumiu posições antes escondidas pelos políticos tradicionais.

Ser liberal e até conservador fez bem ao eleitorado de São Paulo que deu ao empresário talentoso uma vitória ímpar, nunca antes acontecida na maior e mais rica cidade do Brasil.

A eleição do liberal corrobora a máxima de Joãozinho Trinta: "Quem gosta de pobreza é intelectual"


Uma nota: 

Vale a pena acessar no site de Veja o blog "Mundialista", de responsabilidade de Vilma Gryzinski. http://veja.abril.com.br/blog/mundialista/

Lá estão dois ótimos artigos da colunista sobre a vitória do "não" no plebiscito do último domingo na Colômbia.

Vale a pena ler sobre a cruzada de Álvaro Uribe, ex-presidente do País que - contra o atual presidente, Juan Manuel Santos, contra Havana e seus comunistas e contra o Papa Francisco - liderou o movimento que rejeitou o Acordo de Paz.

Um acordo que premia criminosos da pior espécie, lhes concede anistia, indenizações, cadeiras no parlamento e outros vantagens. Um acinte ao povo colombiano, sofredor de cinquenta anos de uma guerra de atrocidades sob a responsabilidade de criminiosos.

Uritgão (desde 1943)