Há muito tempo conheci um casal de bioquímicos e com eles travei amizade. Fez parte da minha vida de "quase homem que sabia javanês" transitar entre pessoas de diversas áreas do conhecimento humano, o que possibilitou-me ter uma vasta cultura inútil. Isso não vem ao caso. Vamos ao casal.
Marido forte, simpático e bem apanhado. A mulher, uma bela loura, de fazer inveja a muitas atrizes da Globo. Regulavam em idade comigo.
Não sou muito curioso mas fiquei intrigado pelo fato de não terem filhos. Afinal, tinham todos os predicados para gerar belos rebentos. Indaguei a respeito a outro amigo comum.
Marido forte, simpático e bem apanhado. A mulher, uma bela loura, de fazer inveja a muitas atrizes da Globo. Regulavam em idade comigo.
Não sou muito curioso mas fiquei intrigado pelo fato de não terem filhos. Afinal, tinham todos os predicados para gerar belos rebentos. Indaguei a respeito a outro amigo comum.
Resposta imediata: ela é bonita mas muito complicada. Vai ver que quer fazer um filho com ele, de pé, em cima de uma rede! Resposta definitiva, que não comportava mais indagações.
Disse tudo isso para tecer alguns comentários sobre o Enem. Exame Nacional do Ensino Médio, hoje, o passo mais importante para ingresso em uma faculdade. Assunto unânime na imprensa tupiniquim, monopolizando todas as mídias, a cada dia com uma novidade.
Tudo começou com a ocupação das escolas, que já foi assunto do Urtigão em artigo recente. No meu pensar, ocupação indevida, de um próprio público, orientada por esquerdistas recalcados, ainda a remoer a surra histórica que levaram nas eleições municipais.
Tenho vontade de formar "um coletivo" e quem sabe, ocupar uma marina. Afinal, não sou sem teto mas sou sem barco e se a Marina for pública, tenho direito.
O Ministério da Educação e o INEP resolveram manter o exame na data marcada.
Um promotor do Ceará (de Justiça e não de desordens), resolveu questionar a aplicação do exame, alegando que os estudantes que não pudessem fazer a prova na data, seriam prejudicados.
Feria o direito comum da isonomia e outras mumunhas. Perdeu na justiça .
Como se não bastasse tanta polêmica em torno de um exame, que deveria ser saudado pelos nossos estudantes como uma evolução, bem como a PEC da Reforma do Ensino e a PEC dos Gastos que os desocupados questionam, o tal de Enem é assunto para tudo.
Existem aulas para memorizar conteúdo (palavra da moda), aulas para bem redigir alguma coisa na tão desprezada Língua Portuguesa, que possa ter o apodo de Redação, aulas para relaxamento e exercícios para espantar lesões de esforço repetitivo. Nutricionistas e nutrologas para aconselhar refeições em dia de Enem. Alimentos para serem levados na mochila para comer no decurso da prova. Ainda: maneiras de medir o tempo e aproveita-lo na prova, não entregar questões em branco e outros conselhos de oportunistas para maus estudantes que não tiveram a proficiência e aplicação devida no tempo certo.
Fiz vários vestibulares na vida. Passei em todos. Não por capacidade.
Parafraseando João Guimarães Rosa, passei por pura necessidade. Afinal, como os sapos, eu pulava por precisão, não por boniteza. Quanto ao relaxamento, lembro-me bem do primeiro exame vestibular, feito no longínquo ano de 1962.
Disse tudo isso para tecer alguns comentários sobre o Enem. Exame Nacional do Ensino Médio, hoje, o passo mais importante para ingresso em uma faculdade. Assunto unânime na imprensa tupiniquim, monopolizando todas as mídias, a cada dia com uma novidade.
Tudo começou com a ocupação das escolas, que já foi assunto do Urtigão em artigo recente. No meu pensar, ocupação indevida, de um próprio público, orientada por esquerdistas recalcados, ainda a remoer a surra histórica que levaram nas eleições municipais.
Tenho vontade de formar "um coletivo" e quem sabe, ocupar uma marina. Afinal, não sou sem teto mas sou sem barco e se a Marina for pública, tenho direito.
O Ministério da Educação e o INEP resolveram manter o exame na data marcada.
Um promotor do Ceará (de Justiça e não de desordens), resolveu questionar a aplicação do exame, alegando que os estudantes que não pudessem fazer a prova na data, seriam prejudicados.
Feria o direito comum da isonomia e outras mumunhas. Perdeu na justiça .
Como se não bastasse tanta polêmica em torno de um exame, que deveria ser saudado pelos nossos estudantes como uma evolução, bem como a PEC da Reforma do Ensino e a PEC dos Gastos que os desocupados questionam, o tal de Enem é assunto para tudo.
Existem aulas para memorizar conteúdo (palavra da moda), aulas para bem redigir alguma coisa na tão desprezada Língua Portuguesa, que possa ter o apodo de Redação, aulas para relaxamento e exercícios para espantar lesões de esforço repetitivo. Nutricionistas e nutrologas para aconselhar refeições em dia de Enem. Alimentos para serem levados na mochila para comer no decurso da prova. Ainda: maneiras de medir o tempo e aproveita-lo na prova, não entregar questões em branco e outros conselhos de oportunistas para maus estudantes que não tiveram a proficiência e aplicação devida no tempo certo.
Fiz vários vestibulares na vida. Passei em todos. Não por capacidade.
Parafraseando João Guimarães Rosa, passei por pura necessidade. Afinal, como os sapos, eu pulava por precisão, não por boniteza. Quanto ao relaxamento, lembro-me bem do primeiro exame vestibular, feito no longínquo ano de 1962.
As provas começariam na segunda-feira. No sábado anterior, foi convidado para ir a uma batalha de confetti em um clube de funcionários da Mesbla, na beira do Arrudas, onde hoje funciona um shopping popular.
Fui, bebi bastante como de hábito, pulei carnaval e me esbaldei a noite toda.
No domingo, curti uma baita ressaca. Na segunda-feira fui as provas, com direito a exames escritos e orais.
Passei em todas. Sem alimentação adequada e sem técnicas de relaxamento.
A necessidade faz o sapo pular.
Urtigão (desde 1943)
Fui, bebi bastante como de hábito, pulei carnaval e me esbaldei a noite toda.
No domingo, curti uma baita ressaca. Na segunda-feira fui as provas, com direito a exames escritos e orais.
Passei em todas. Sem alimentação adequada e sem técnicas de relaxamento.
A necessidade faz o sapo pular.
Urtigão (desde 1943)