Perguntas que fiz ao poeta:
1) O que é o amor?
- Tenho vontade de que possamos amar por esporte uma loura no espaço de um dia.
2) Qual das ruas é mais rua para você?
- Entre tantas ruas que passam no mundo, a rua do Olhar, em Paris, me toca.
3) E dos desertos, qual?
- No deserto de Itabira a sombra de meu pai tomou-me pela mão.
4) Por que o medo?
- O medo, com sua física, tanto produz: carcereiros, edifícios, escritores, este poema; outras vidas.
5) Como deve ser o último dia do ano?
- O último dia do ano não é o último dia do tempo. Outros dias virão e novas coxas e ventres te comunicarão o calor da vida”
6) E o caso do vestido?
- ...Comia meio de lado e nem estava mais velho”
7) E a morte do leiteiro?
- Se era noivo, se era virgem, se era alegre, se era bom, não sei, é tarde para saber”
8) E este retrato de família?
- O rosto de Pedro é tranquilo, usou os melhores sonhos. E João não é mais mentiroso.
9) Por que amamos Carlito?
- O Carlito, meu e nosso amigo, teus sapatos e teu bigode caminha numa estrada de pó e esperança
10) E seu filho?
- Ele corre na brisa, sem carne, sem nome. Às vezes o encontro num encontro de nuvem. Apoia em meu ombro seu ombro nenhum.
11) Ouro Preto, suas casas, onde estão?
- Lá vão enxurrada abaixo as velhas casas honradas em que se amou e pariu, em que se guardou moeda e no frio se bebeu.
12) Todo mundo é moderno?
- E como ficou chato ser moderno, agora serei eterno.
13) E a autópsia dos desiludidos que se mataram?
- Vísceras imensas, tripas sentimentais e um estômago cheio de poesia.
14) E as noticias?
- Entre mim e os mortos há o mar e os telegramas.
15) As casas, o que espiam?
-“As casas espiam os homens que correm atrás das mulheres”
16) Tinha uma pedra no meio do caminho?
- Nunca esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas.
17) E agora?
- Com a chave na mão quer abrir a porta, não existe porta; quer morrer no mar, mas o mar secou; quer ir para Minas, Minas não há mais. José e agora?
1) O que é o amor?
- Tenho vontade de que possamos amar por esporte uma loura no espaço de um dia.
2) Qual das ruas é mais rua para você?
- Entre tantas ruas que passam no mundo, a rua do Olhar, em Paris, me toca.
3) E dos desertos, qual?
- No deserto de Itabira a sombra de meu pai tomou-me pela mão.
4) Por que o medo?
- O medo, com sua física, tanto produz: carcereiros, edifícios, escritores, este poema; outras vidas.
5) Como deve ser o último dia do ano?
- O último dia do ano não é o último dia do tempo. Outros dias virão e novas coxas e ventres te comunicarão o calor da vida”
6) E o caso do vestido?
- ...Comia meio de lado e nem estava mais velho”
7) E a morte do leiteiro?
- Se era noivo, se era virgem, se era alegre, se era bom, não sei, é tarde para saber”
8) E este retrato de família?
- O rosto de Pedro é tranquilo, usou os melhores sonhos. E João não é mais mentiroso.
9) Por que amamos Carlito?
- O Carlito, meu e nosso amigo, teus sapatos e teu bigode caminha numa estrada de pó e esperança
10) E seu filho?
- Ele corre na brisa, sem carne, sem nome. Às vezes o encontro num encontro de nuvem. Apoia em meu ombro seu ombro nenhum.
11) Ouro Preto, suas casas, onde estão?
- Lá vão enxurrada abaixo as velhas casas honradas em que se amou e pariu, em que se guardou moeda e no frio se bebeu.
12) Todo mundo é moderno?
- E como ficou chato ser moderno, agora serei eterno.
13) E a autópsia dos desiludidos que se mataram?
- Vísceras imensas, tripas sentimentais e um estômago cheio de poesia.
14) E as noticias?
- Entre mim e os mortos há o mar e os telegramas.
15) As casas, o que espiam?
-“As casas espiam os homens que correm atrás das mulheres”
16) Tinha uma pedra no meio do caminho?
- Nunca esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas.
17) E agora?
- Com a chave na mão quer abrir a porta, não existe porta; quer morrer no mar, mas o mar secou; quer ir para Minas, Minas não há mais. José e agora?
Arthur Lopes Filho