Arthur Lopes Poético

Em cada radiante manhã busco a fonte onde escorre a água cristalina e a esperança de encontro com a felicidade.

São muitas as fontes, mas em uma única escorre também a esperança de encontro com a moça dos sonhos da noite, que percorre os vales e campinas e sempre se esconde em uma fonte da vereda.

Qual vereda?

Aquela do buriti sem palma, onde pousou a arara vermelha na tarde do poente sol de rubro céu sem nuvem.

Aquela onde se ouviu o pio da ema que levou o mistério do amor ao coração do descuidado peregrino do sertão.

São muitas as veredas e muitos os desencontros. Sabe-se do perfume que domina a vontade, moça que ali era presente instante sempre antes da chegada do descuidado peregrino e que o faz percorrer cada fonte em eterna busca nas radiantes manhãs.

Mas o que se sabe da vereda da arara vermelha e do pio da ema, do buriti sem palma, sem fruto, só caule que aponta o rubro céu sem nuvem?

Nada que se possa afirmar, a ema pia em tanta vereda e a arara vermelha voa no céu do sertão.

E a esperança de encontro com a felicidade depende da escolha certa da fonte de água cristalina de uma vereda de sonho.


Arthur Lopes