O tropeiro, geralmente de estirpe reinol, foi um dos personagens mais notáveis deste País. Durante anos seguiu as trilhas serpenteantes dos caminhos com sua tropa, levando mercadorias a seu destino.
Joaquim Eugênio Pereira, meu bisavô, descendente de família portuguesa, foi um deles. Inúmeras vezes, na sua mocidade, fez o trajeto do Rio de Janeiro, capital do Império, até Formosa dos Couros, no sertão de Goiás. Assim que ali chegava, recarregava a tropa de couros e outros produtos da terra e pegava o caminho de volta.
A tropa seguia guiada por sua madrinha - mulinha toda enfeitada, agitando cincerros e guizos – que indicava o caminho. Em tempos memoráveis, quando a tranquilidade provinciana assentava-se sobre as famílias curvelanas, e o comércio tinha significado expressivo na região, havia aqui vários ranchos de tropeiro. Dentre eles destacam--se: rancho Pereira Diniz, rancho João Pitanguy, rancho Terto Pena, e outros que a nossa memória não consegue alcançar.
Quando chegavam as tropas com seus balaios de lado a lado, carregados de mercadorias, no rancho de João Pitanguy, era uma festa para a criançada. Corriam todas ao encontro dos tropeiros para serem presenteadas e brincavam sobre os balaios, numa satisfação contagiante. Dentre estes tropeiros, destacou-se Tão Barroso, alto, claro, de longas barbas brancas, figura paternal e amiga, homem bom e atencioso com as crianças. Quando ele apeava no rancho, sempre trazia pra criançada panelinhas de pedra, do Serro do Frio.
Tão Barroso, também conhecido como Tão Velho, nasceu num lugar chamado Vau, próximo a São Gonçalo do Rio das Pedras, que seguindo em direção ao Serro, passa por Milho Verde, povoado constantemente visitado pelos turistas.
Este velho tropeiro desfrutava de um largo círculo de amizades em Curvelo, razão pela qual demonstrava uma admiração especial pela cidade. À noite, no rancho, os tropeiros reuníam-se, cantavam e tocavam viola, tendo à sua volta a constante presença da meninada. As modinhas encantavam os corações nas noites enluaradas e com certo mormaço, característico do sertão mineiro.
A figura do tropeiro, portanto, muito contribuiu para a nossa formação histórica, e até hoje povoa a imaginária fantasia das lendas.
José Emílio Ferreira Soares – Curvelo - MG
Joaquim Eugênio Pereira, meu bisavô, descendente de família portuguesa, foi um deles. Inúmeras vezes, na sua mocidade, fez o trajeto do Rio de Janeiro, capital do Império, até Formosa dos Couros, no sertão de Goiás. Assim que ali chegava, recarregava a tropa de couros e outros produtos da terra e pegava o caminho de volta.
A tropa seguia guiada por sua madrinha - mulinha toda enfeitada, agitando cincerros e guizos – que indicava o caminho. Em tempos memoráveis, quando a tranquilidade provinciana assentava-se sobre as famílias curvelanas, e o comércio tinha significado expressivo na região, havia aqui vários ranchos de tropeiro. Dentre eles destacam--se: rancho Pereira Diniz, rancho João Pitanguy, rancho Terto Pena, e outros que a nossa memória não consegue alcançar.
Quando chegavam as tropas com seus balaios de lado a lado, carregados de mercadorias, no rancho de João Pitanguy, era uma festa para a criançada. Corriam todas ao encontro dos tropeiros para serem presenteadas e brincavam sobre os balaios, numa satisfação contagiante. Dentre estes tropeiros, destacou-se Tão Barroso, alto, claro, de longas barbas brancas, figura paternal e amiga, homem bom e atencioso com as crianças. Quando ele apeava no rancho, sempre trazia pra criançada panelinhas de pedra, do Serro do Frio.
Tão Barroso, também conhecido como Tão Velho, nasceu num lugar chamado Vau, próximo a São Gonçalo do Rio das Pedras, que seguindo em direção ao Serro, passa por Milho Verde, povoado constantemente visitado pelos turistas.
Este velho tropeiro desfrutava de um largo círculo de amizades em Curvelo, razão pela qual demonstrava uma admiração especial pela cidade. À noite, no rancho, os tropeiros reuníam-se, cantavam e tocavam viola, tendo à sua volta a constante presença da meninada. As modinhas encantavam os corações nas noites enluaradas e com certo mormaço, característico do sertão mineiro.
A figura do tropeiro, portanto, muito contribuiu para a nossa formação histórica, e até hoje povoa a imaginária fantasia das lendas.
José Emílio Ferreira Soares – Curvelo - MG