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Cadê meu Bacon? |
Parei de ver as noticias e fui para a cama. Sem saber o que pensar... Dormi pouco. Sonhei com coisas indesejáveis. Acho que foram vários pesadelos em sequência.
Acordei cedo por volta das 6 da manhã preocupado. Minha filha tinha ido para cama na noite anterior ainda sem saber o desfecho das eleições. Entrei na cozinha para tomar um leite. Só pensava no que falar com ela naquela manhã de quarta-feira cinzenta.
Como criar motivação depois de ontem para está jovem politizada? Como motivá-la? E para piorar, lembrei do fato de que ela passará seus primeiros 4 anos na universidade sob o mandato do Mr. Donald Trump.
O segundo texto que escrevi sobre as eleições de 2016 nos EUA foi no dia 13 de Outubro de 2015. Ainda estávamos no início das primária. Eu comentava sobre os candidatos do partido republicano e quem despontava como “show man”.
Cravei na época que Trump tinha sim boas chances de virar presidente. Quem se lembra? Ninguém…nem eu me lembrava. http://blogdomariobh.blogspot.com/2015/10/cruzando-linha-de-partida.html
A campanha como imaginei na época foi dura e complexa. A maioria dos seres do planeta terra se envolveram na disputa. Em viagens os "vizinhos" de acentos perguntavam assim que percebiam um "americano" ao seu lado... "Será que ele ganha?" Em restaurantes clientes questionavam aos garçons se seria possível ele ganhar. Nas redes sociais uma “guerra”, que agora compreendemos melhor, estava sendo decisiva para criar a "verdade" online. Todos tomaram partido. Todos foram votar...
A campanha como imaginei na época foi dura e complexa. A maioria dos seres do planeta terra se envolveram na disputa. Em viagens os "vizinhos" de acentos perguntavam assim que percebiam um "americano" ao seu lado... "Será que ele ganha?" Em restaurantes clientes questionavam aos garçons se seria possível ele ganhar. Nas redes sociais uma “guerra”, que agora compreendemos melhor, estava sendo decisiva para criar a "verdade" online. Todos tomaram partido. Todos foram votar...
Falso!
Nos EUA o voto não é obrigatório... na realidade, em 2016 “apenas" 57.9% dos possíveis eleitores americanos votaram. Médias parecida com as das últimas eleições.
Nos EUA o voto não é obrigatório... na realidade, em 2016 “apenas" 57.9% dos possíveis eleitores americanos votaram. Médias parecida com as das últimas eleições.
Tentando compreender melhor o que aconteceu os analistas politicos estão revirando de todos os lados as estatísticas obtidas pós pleito. O que pouco importa já que estamos a poucas semanas de ver Mr. Trump e Melania mudando do último andar da Trump Tower de NYC para a White Tower de Washington.
A mais repetida “culpa” desvendada pela mídia foi decretada ainda nas primeiras horas da quarta-feira. “Foram os brancos racistas...” eles votaram em peso no republicano e mudaram o destino nos estados decisivos, como Michigan e Ohio.
Outros dizem que Trump ganhou porque as mulheres da classe média, sem ensino universitário, votaram nele. Elas que tem sofrido com perdas econômicas e que só de raiva, votaram no ex-apresentador “Do Aprendiz”. Vingativas essas mulheres...
Também tem quem diga que os Latinos roeram a corda com os democratas e votaram como foram “ensinados” em seus países de origem... escolheram o candidato mais rico e mais poderoso.
E por último tem quem coloque a culpa na baixa participação dos negros. Principalmente quando comparamos os números de 2016 com os das eleições do Obamão da Massa.
Como a “verdade estatística” não existe. Dificilmente teremos uma única conclusão. Nos próximos anos novas teorias surgirão. Gosto das que mostram como responsável a articulista política Kellyanne Conway como quem tenha virado o jogo, “domando” o indomável Trump. Ela com seus cabelos loiros e cara de gata maldosa, focaram nos estados mais importantes, prometendo tudo sem medo de mentir para a história e foram para galera...
Também já vemos teorias de uma grande conspiração Russa. Idéia que vem tomando corpo aos poucos e que deve virar serie de sucesso no Netflix em "apenas" 12 episódios.
A mais repetida “culpa” desvendada pela mídia foi decretada ainda nas primeiras horas da quarta-feira. “Foram os brancos racistas...” eles votaram em peso no republicano e mudaram o destino nos estados decisivos, como Michigan e Ohio.
Outros dizem que Trump ganhou porque as mulheres da classe média, sem ensino universitário, votaram nele. Elas que tem sofrido com perdas econômicas e que só de raiva, votaram no ex-apresentador “Do Aprendiz”. Vingativas essas mulheres...
Também tem quem diga que os Latinos roeram a corda com os democratas e votaram como foram “ensinados” em seus países de origem... escolheram o candidato mais rico e mais poderoso.
E por último tem quem coloque a culpa na baixa participação dos negros. Principalmente quando comparamos os números de 2016 com os das eleições do Obamão da Massa.
Como a “verdade estatística” não existe. Dificilmente teremos uma única conclusão. Nos próximos anos novas teorias surgirão. Gosto das que mostram como responsável a articulista política Kellyanne Conway como quem tenha virado o jogo, “domando” o indomável Trump. Ela com seus cabelos loiros e cara de gata maldosa, focaram nos estados mais importantes, prometendo tudo sem medo de mentir para a história e foram para galera...
Também já vemos teorias de uma grande conspiração Russa. Idéia que vem tomando corpo aos poucos e que deve virar serie de sucesso no Netflix em "apenas" 12 episódios.
Analisando os dados eu cheguei a conclusão de que nestas eleições, quem realmente decidiu, foram os votos dos jovens americanos (entre 18-30 anos). Sim, os famosos “Millennials” votaram menos na Hillary e mais nos partidos independentes ou chamados de 3a via.
Na média o total de votos para candidatos independentes cresceu de 3% em 2012 para impressionantes 8% em 2016 junto aos Millennials.
O candidato Gary Johnson por exemplo, que durante a campanha cometeu uma gafe quase imperdoável, quando disse não saber o que era “Aleppo”, obteve por volta de 4.5 milhões de votos. Os dados mostram que destes praticamente 2 milhões vieram de jovens.
O candidato Gary Johnson por exemplo, que durante a campanha cometeu uma gafe quase imperdoável, quando disse não saber o que era “Aleppo”, obteve por volta de 4.5 milhões de votos. Os dados mostram que destes praticamente 2 milhões vieram de jovens.
Os rebeldes sem causa do novo millennium deixaram de lado seus XBox, Nitendo e celular por alguns instantes e foram as urnas protestar contra o sistema. Ficou claro que muitos não conseguiram largar a idéia de votar no Vovó Sanders (que não passou na semi-final democrata).
Revoltados, votaram no Gary e outros candidatos nanicos. Semelhante com o que aconteceu na Inglaterra, quando os jovens britânicos “esqueceram” de votar contra o Brexit "pois tinham festas mais interessantes para ir…" No caso dos Young Americans eles “esqueceram" que na democracia, compreender as forças políticas e os riscos eleitorais das eleições, na maioria das vezes, é bem mais relevante do que “apenas” ir contra o sistema e votar em uma 3a via.
Hillary obteve aproximadamente 3 milhões de votos a mais do que Trump no total dos votos apurados. Porém perdeu a eleição no colégio eleitoral. Se levarmos em consideração as apertadas margens em estados decisivos, o voto dos jovens para candidatos independentes realmente podem ter feito a diferença.
Michigan - 16 delegados
D. Trump 47.6% 2,279,805
H. Clinton 47.3% 2,268,193
G. Johnson 3.6% 173,057
Florida - 29 delegados
D. Trump 49.1% 4,605,515
D H. Clinton 47.8% 4,485,745
G. Johnson 2.2% 206,007
Pennsylvania - 20 delegados
D. Trump 48.8% 2,912,941
H. Clinton 47.6% 2,844,705
G. Johnson 2.4% 142,653
Se Hillary tivesse ganhado nestes 3 estados, ela teria também abocanhado a eleição no colégio eleitoral.
Assim os EUA perderam a chance de renovar os já “desgastados” avanços sociais da década de 60. Veremos a força de Wall-Street aumentar. Teremos uma diminuição significativa no incentivo e desenvolvimento de energias limpas. Projetos sustentáveis serão menos interessantes e a diversidade cultural sofrerá retrocessos significativos.
Mesmo para quem não mora nos EUA já é perceptível a mudança da temperatura política. O cheiro das mudanças já está no ar. Os cargos de primeiro escalão estão definidos por Trump e contem nomes que não podemos classificar como “os melhores”...
Michigan - 16 delegados
D. Trump 47.6% 2,279,805
H. Clinton 47.3% 2,268,193
G. Johnson 3.6% 173,057
Florida - 29 delegados
D. Trump 49.1% 4,605,515
D H. Clinton 47.8% 4,485,745
G. Johnson 2.2% 206,007
Pennsylvania - 20 delegados
D. Trump 48.8% 2,912,941
H. Clinton 47.6% 2,844,705
G. Johnson 2.4% 142,653
Se Hillary tivesse ganhado nestes 3 estados, ela teria também abocanhado a eleição no colégio eleitoral.
Assim os EUA perderam a chance de renovar os já “desgastados” avanços sociais da década de 60. Veremos a força de Wall-Street aumentar. Teremos uma diminuição significativa no incentivo e desenvolvimento de energias limpas. Projetos sustentáveis serão menos interessantes e a diversidade cultural sofrerá retrocessos significativos.
Mesmo para quem não mora nos EUA já é perceptível a mudança da temperatura política. O cheiro das mudanças já está no ar. Os cargos de primeiro escalão estão definidos por Trump e contem nomes que não podemos classificar como “os melhores”...
Chegaremos ao ponto de retroceder até a combinação destrutiva "Bush - Dick Cheney"? Não sabemos… Iremos jogar bombas com prazo de validade vencido em um país pobre distante? Possivelmente… Mas o pior é que do novo presidente tudo podemos esperar.
Como ganhou sem apresentar propostas concretas sobre temas relevantes, pouco sabemos de como pensa. Temos apenas uma certeza. Mr. Trump pode ser facilmente manipulado. O homem muda de opinião a cada minuto. E como um cachorrinho bonitinho, sempre corre para aquele que está com o maior pedaço de bacon no bolso (foto).
Como ganhou sem apresentar propostas concretas sobre temas relevantes, pouco sabemos de como pensa. Temos apenas uma certeza. Mr. Trump pode ser facilmente manipulado. O homem muda de opinião a cada minuto. E como um cachorrinho bonitinho, sempre corre para aquele que está com o maior pedaço de bacon no bolso (foto).
Então o que foi que falei para minha filha na manhã após a eleição? Bem...na verdade muito ela já sabia quando encontramos para o café da manhã. Bem informada e ligada na sua geração já sentia a falta de engajamentos de seus pares. Conversamos então sobre como agir a partir do dia 20 de Janeiro 2017.
Como será importante manter informado e utilizando fontes coerentes e isentas. Como será necessário focar nas disputas para prefeituras, congresso, senado e governadores nas eleições de 2018 (Mid-Term). E que apesar dos tempos difíceis que vemos pela frente, sabemos que ainda não existe país com as qualidades, liberdades e oportunidades que os EUA proporciona.
Passar pelo governo Trump será necessário. Quem sabe depois dos próximos quatro longos anos que temos pela frente os Millennials voltarão a se interessar por política como aconteceu em 2008...
Afinal de contas qual será a 3a via daqui 4 anos? Mudar para o Canadá?
Afinal de contas qual será a 3a via daqui 4 anos? Mudar para o Canadá?