O Inferno do Som e os Velhos - Mário Ribeiro

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A cada dia o mundo novo oferece milhares de atrações e inovações tentadoras.

Tantas são que fica difícil tentar usufruir delas.

Por outro lado, outras tantas somos obrigados, por compromissos sociais, a estar presentes.

Nesses casos, melhor talvez utilizar o sempre bom e eficiente telegrama para desejar sucesso a quem nos convida.

Principalmente se se trata de festa patrocinada por jovens.

Se o convite é de quem de alguma forma tem parentesco com a gente pode parecer descaso e falta de educação não comparecer ou justificar a ausência.

Mas não há alterativa.

Você escolhe um canto para se sentar, rodeado de parentes e amigos, mas não há como suportar o som alto e azucrinante de músicas estranhas a que os jovens se submetem com um prazer psicótico.

Não há como conversar, a não ser aos berros.

Sou autor de um dos mais consagrados slogans de uma loja de aparelhos eletrônicos. Não sei se ela ainda existe mas muita gente se lembra dele:

Prodel – O Divino Inferno do Som.

Penitencio-me de ter incluído a palavra divino.

Mais correto seria o slogan ficar resumido a “o Inferno do Som”.

Espero nunca mais me submeter a tamanho estrupício da modernidade de um mundo cada vez iludido com conquistas tecnológicas e imbecilidades politicamente corretas.



Mário Ribeiro