
Em 2007,a situação das coronárias estava novamente periclitante. Minha única filha iria se casar. Logo após o casamento, graças a um abnegado médico do Hospital Felicio Rocho, de nome Jamil Abdalla Saad, consegui ser devolvido novamente ao destinatário. Contrariando indicações de vários médicos de três hospitais, o Dr. Jamil (que Deus o tenha) resolveu tentar uma angioplastia das mais complicadas. Bingo! Sucesso total! Vinte dias depois, outra intervenção e outro "stent".
O abençoado médico, jovem, bem humorado e competente, infelizmente morreu. Uma pena. Viver no Brasil, principalmente para cardiopatas é uma temeridade.
Em 2013, voltei a ter problemas. Duas síncopes sem razão aparente. Fui ao clínico e ao cardiologista que me assistiam. Nada de anormal no eletrocardiograma. Comentei o fato "en passant" com um amigo, médico especialista em medicina nuclear. Ficou preocupado. Disse-me: "se eu lhe arranjar um outro cardiologista para lhe atender hoje você irá até ele?" Respondi afirmativamente. Cinco minutos depois me ligou: às 15 horas no Biocór. O médico é boliviano mas não se assuste. É dos melhores. Foi a melhor coisa que poderia acontecer. Revirou-me dos pés à cabeça. Resultado: descobriu uma série de coisas. Mudou medicação, exames vários e por fim, mais um cateterismo e mais "stent ".
Daí pra frente ando passando bem. Até novembro. No dia oito do mês passado, o banco HSBC onde eu tinha conta há vários anos passou ao comando do Bradesco.
Tem sido um inferno. Não conseguiram ainda causar-me novo enfarte. Hoje foi por pouco. Há tempos vi-me obrigado a dizer a um gerente de uma agência na qual eu tentava fazer um pagamento via transferência bancária de minha conta para uma pessoa jurídica que o meu sobrenome não era TRABUCO!!!! e que eu não respondia nenhuma ação na justiça. Isso depois de passar cartão magnético, de senha mil, de botar o dedão e o punho para identificação e outras humilhações. Uma mixaria de R$1.300,00. Eu não estava tirando para mim. Estava pagando a outro. Hoje foi pior. Cinco ou seis ligações telefônicas perdidas tentando tirar dinheiro de uma aplicação minha de fato e de direito e sempre esbarrando em um problema cibernético ou burocrático.
Prometo a mim, a minha mulher, aos meus dois filhos e aos meus dois netos. Na próxima semana darei por encerrada a minha relação com o Bradesco. Não é um banco para velhos cardiopatas. É sim o caminho mais curto para acabar de vez com a vida antes de 2017.
Uma Nota:
Sorte minha que no prédio onde tenho escritório funciona uma drogaria. Logo depois do entrevêro com os atendentes do banco, tentei ficar mais calmo, fui à farmácia e comprei aspirinas. Tomei uma de 300 mg. Homem prevenido usa cinto e suspensório .
Urtigão (desde 1943)