A praça, a praça, por que a praça se além dela
Há outra praça e mais outra, mas há
Uma praça do coreto do jardim defronte à casa de meu avô, Casa onde nasci em uma tarde de calor,
Casa para onde voltei depois da morte de meu pai,
Praça onde brinquei de bandido e mocinho na encenação
Do seriado de todo sábado:
Os tambores de Fumanchú, Os perigos de Nyoka,
O vale dos desaparecidos, A Deusa de Joba,
O Arqueiro Verde, O Fantasma Voador,
E tantos outros que nos davam aflição mas certeza
Que os bons sempre venceriam os maus.
Uma praça do coreto do jardim onde havia “footing”,
Vai e vem de rapazes e moças.
Um dia Damiro, recém chegado de Portugal,
Chamou Luluca de bela rapariga,
Só não apanhou por ter pedido perdão de joelhos.
Na praça do coreto, “Galo Cego” levou um murro
Que quebrou seu nariz e seu pai quis matar o pai do autor.
“Magrão” e Odorico vieram desafiar, mas apanharam tanto
Que nunca mais usaram a roupa de “Aranha Negra”.
Uma praça do coreto do jardim onde havia comícios.
Um dia um candidato à presidência da República disse
“Nesse bolso nunca entrou dinheiro roubado” e
O povo gritou “calça nova, calça nova”;
Um dia Mozar Gato fez seu discurso de candidato e
Recebeu entusiasmados miaus de meninos e adultos;
Um dia o orador de primeira vez gritou
“Vote em Jorge, jovem juvenil de mentalidade infantil” e
A turba enlouquecida muito aplaudiu.
Assim era a praça do coreto do jardim onde havia comícios.
Na praça do coreto onde toda tarde nos reuníamos,
Passou a moça sensual de bicicleta e caiu
Com espasmos que indicavam um “ataque” mas o
Sábio Neneco afirmou que era orgasmo e ninguém,
Nem o que não sabia o que era orgasmo, se mexeu.
Terminada a tremura, ela montou de novo na bicicleta e
Quando dobrou na primeira esquina já ia recomposta e feliz..
Assim era a praça do coreto defronte à casa de meu avô.
Arthur Lopes Filho
Uma praça do coreto do jardim defronte à casa de meu avô, Casa onde nasci em uma tarde de calor,
Casa para onde voltei depois da morte de meu pai,
Praça onde brinquei de bandido e mocinho na encenação
Do seriado de todo sábado:
Os tambores de Fumanchú, Os perigos de Nyoka,
O vale dos desaparecidos, A Deusa de Joba,
O Arqueiro Verde, O Fantasma Voador,
E tantos outros que nos davam aflição mas certeza
Que os bons sempre venceriam os maus.
Uma praça do coreto do jardim onde havia “footing”,
Vai e vem de rapazes e moças.
Um dia Damiro, recém chegado de Portugal,
Chamou Luluca de bela rapariga,
Só não apanhou por ter pedido perdão de joelhos.
Na praça do coreto, “Galo Cego” levou um murro
Que quebrou seu nariz e seu pai quis matar o pai do autor.
“Magrão” e Odorico vieram desafiar, mas apanharam tanto
Que nunca mais usaram a roupa de “Aranha Negra”.
Uma praça do coreto do jardim onde havia comícios.
Um dia um candidato à presidência da República disse
“Nesse bolso nunca entrou dinheiro roubado” e
O povo gritou “calça nova, calça nova”;
Um dia Mozar Gato fez seu discurso de candidato e
Recebeu entusiasmados miaus de meninos e adultos;
Um dia o orador de primeira vez gritou
“Vote em Jorge, jovem juvenil de mentalidade infantil” e
A turba enlouquecida muito aplaudiu.
Assim era a praça do coreto do jardim onde havia comícios.
Na praça do coreto onde toda tarde nos reuníamos,
Passou a moça sensual de bicicleta e caiu
Com espasmos que indicavam um “ataque” mas o
Sábio Neneco afirmou que era orgasmo e ninguém,
Nem o que não sabia o que era orgasmo, se mexeu.
Terminada a tremura, ela montou de novo na bicicleta e
Quando dobrou na primeira esquina já ia recomposta e feliz..
Assim era a praça do coreto defronte à casa de meu avô.
Arthur Lopes Filho