O Seu Novo Futuro - Correspondente Internacional

Dias longos... Essa é a melhor forma de resumir o final de um ano e o início de outro como este 2016/2017. 

Muito se fala sobre assassinatos. Mortes. Tiroteios. Atentados. O ano terminava com um curto, porem recorrente, sentimento de esperança.

Esperança de que as guerras acabariam. De que seu governo iria melhorar. De que o dinheiro poderia aparecer. Que seu emprego não seria tirado de suas mãos a fórceps. 

Começamos mais um ano e sentimos o cheiro da amargura por todos lados. Não importa se passou o final de ano em São Paulo, Paris ou em New York. Se voltou para ver seus pais ou se re-encontrou uma grande amiga.

Diferentemente de outros anos, 2017 começou com as pessoas se “escondendo” em supostos projetos. Para “se Deus quiser” ainda terem sua mesa de trabalho ainda sua no próximo dia. As pessoas se fecharam em infinitas reuniões que deveriam, mas nada movem. Em vez de criar, implementar, estamos rodando em círculos. 

A única coisa que ouvimos são tiros. Bombas. Reclamações. Criticas. Situações.

Situações que vem de todos os lados. De todas as formas. O ódio continua vencendo a esperança. Seja devido a contratação do nosso novo meio campo não sai, ou a derrota do nosso partido politico.

Retrocedemos e estamos machucados. Apesar dos agradáveis abraços de ano novo, o sangue se espalhou e manchou nossas emoções. Ouço histórias terríveis. Desde famílias perdidas depois de um simples intercâmbio que ao invés de ajudar, traumatizou, até o caso de viver perto de um aeroporto que usa com frequência e que sofreu mais um atentado cretino.

E assim as vidas perdem o sentido sem aviso prévio. Estamos sendo enterrados em valas comuns pelos jornais e notícias. Como iniciar um novo ano com sentimentos tão negativos?

Por onde andam os músicos tocando melodias que nos elevam a esperança? Cadê a Madonna dançando e rebolando com o suor no rosto durante um grande Hit? João Gilberto, onde você escondeu? Traga de volta sua batida única. Não encontramos mais o Coltrane nas rádios. Nos podcasts. No Pandora. No Spotify. Assim vamos perdemos também os agudos e dissonantes da Ella Fitzgerald para 
ouvimos "MC Bobagem". 

Não. Eu quero o “Mack The Knife”. Eu quero Ray Charles. Quero registar na memória boas coisas. Vamos deletar o que nos “vendem” sem qualidade. Desligue-se do pior. Do barato. Do fácil. Pare de responder aquele chato no WhatsApp.

Saia agora de sua casa! Pegue seu casaco, leve consigo um ar condicionado portátil para enfrentar este calor dos diabos. Levante sua bunda gorda da cadeira e vá imediatamente para uma sala de cinema. Não compre pipoca superfaturada. Não invista em coca-cola absurdamente cara. Leve apenas você e quem você ama. Mas não entre em qualquer filme. Fuja principalmente dos que tem armas, viagens espaciais ou espíritos voltando para corpos de pessoas ou cachorros...

Entre apenas na sala que tiver passando o musical La La Land. Não se assuste com o nome. Não tenha medo do tema. Não seja preconceituoso com a possível cantoria.

Entre. Desligue seu aparelho de telefone de fazer doido. Apague seus contatos da lista de mensagens. Desligue sua lógica. Reset seu ponto de vista. Se gostar do sobre-natural, saia do seu corpo e entre em um dos personagens. Entre na musica. Viva as letras, as frases, os diálogos. Visite os cenários, a fotografia do filme. Se coloque nas ruas e no ambiente de Los Angeles. A cidade dos anjos. A cidade dos sonhos. Entre nas amarguras de um dos personagens. Cante. Ouça Jazz como se o mundo realmente fosse acabar amanhã. Vista vestidos coloridos como no filme, e não esqueça de lindos sapatos azuis. Olhe para cima e veja a lua sob as montanhas de La La Land.

Sim. Neste exato instante você pode evoluir e pode deixar de "comer" mais uma catástrofe que aconteceu ou acontecerá. Veja a vida, viva a vida. Como disse Vinícius no "Samba da Benção":

“Cuidado, companheiro!
A vida é pra valer
E não se engane não, tem uma só
Duas mesmo que é bom
Ninguém vai me dizer que tem
Sem provar muito bem provado
Com certidão passada em cartório do céu
E assinado embaixo: Deus
E com firma reconhecida!”

Volte a comandar seu futuro. Imite a arte já que a realidade está tão fúnebre e turva. Invista nos seus sonhos. Nos livros. Invista no que acredita ou acreditou um dia. Leve para casa as imagens que fazem sua alma elevar e lagrimas rolarem pelo rosto.

La La Land pode te ajudar a ser novamente aquele “bom e velho” você. Aquele que um dia encontrou o amor da sua vida. Tenha continuado com este amor ou não. Não importa. Pois este amor permanente ou temporário te fez sorrir e está vivo em sua memória. É parte da sua vida. 
Seja na sua próxima dança. Na sua próxima musica. Em seu novo futuro.