Como já disse várias vezes nesse espaço, em certa quadra de minha vida eu fui um poliglota. Falei vários idiomas de "room service", todos eles em Português. Resolvia problemas em inglês, francês, italiano, espanhol e até entendia algumas palavras em alemão. Nas quatro primeiras conseguia até deixar recados. Trabalhava como gerente de recepção de um hotel de luxo e tinha de quebrar o galho.
Por mais estapafúrdio que possa parecer, as telefonistas eram todas monoglotas. E tudo caia na recepção. Nos virávamos bravamente. Dava certo. Tínhamos de tudo. Um funcionário casado com uma americana do norte, feio como um cheque sem fundos, falava inglês fluentemente, mas não conseguia escrever ou ler uma palavra. Era analfabeto na língua. Morou por lá dez anos.
Tínhamos um outro que morou muitos anos no Uruguai. Era brasileiro, esqueceu o Português e não sabia Espanhol. Uma lástima.
Nosso gerente geral contratou um indivíduo de nacionalidade tchecoslovaca. Morava na Finlândia e escreveu uma carta em português pedindo emprego. Falava dez idiomas. E só. Nunca na minha longa vida conheci uma cavalgadura maior. Não digo o nome para preservar a pessoa. Acho que ainda mora em Belo Horizonte.
Sempre tive facilidade para aprender idiomas. A necessidade de falar a língua e não se preocupar em estropiá-la: fazer-se entender ajuda o desenvolvimento. Da mesma forma que deixar de praticar faz com que esqueçamos rapidamente.
Necessidade faz sapo pular. Há tempos descobri que tive um bisavô bilingue ou quem sabe, trilíngue ou até falador de quatro línguas. Nunca levei muito em conta certas histórias contadas por tios maternos a respeito de uma língua Mirandesa. Afinal, esses tios eram chegados numa mentira.
Sabia, sim, que meu bisavô, Antônio Miranda, tinha vindo de Miranda do Douro e no Brasil, fixou residência no Arraial de Bicudos, hoje Rio Casca.
Lembro-me de minha mãe contar histórias sobre ele, de apelido vovô Totó que, além do forte sotaque português, às vezes misturava umas palavras que soavam estranhas aos ouvidos da família. Palavras de procedência castelhana, galega ou sei lá o quê.
Este bisavô depois fixou residência junto com meu avô, também Antônio, em São Domingos do Prata e por lá morreu e lá está enterrado.
Com as facilidades da internet e pesquisando sobre minha mãe, e sua obra como pedagoga, descobri que meu bisavô falava mirandês. A língua Mirandesa é reconhecida como segunda língua oficial em Portugal, desde 1999. É falada por cerca de dez mil pessoas numa extensão de quase 500 quilômetros quadrados, na fronteira com a Espanha, na Província de Miranda do Douro e várias freguesias ao redor.
Os falantes de mirandês, falam português, às vezes castelhano, galego e até asturiano. São realmente poliglotas. Bem diversos de mim que como afirmei acima, a exemplo de Fernando Collor de Mello, falava diversas línguas, todas elas em português.
PS: O Mirandês consta da Wilkipedia
Urtigão (desde 1943)
Tínhamos um outro que morou muitos anos no Uruguai. Era brasileiro, esqueceu o Português e não sabia Espanhol. Uma lástima.
Nosso gerente geral contratou um indivíduo de nacionalidade tchecoslovaca. Morava na Finlândia e escreveu uma carta em português pedindo emprego. Falava dez idiomas. E só. Nunca na minha longa vida conheci uma cavalgadura maior. Não digo o nome para preservar a pessoa. Acho que ainda mora em Belo Horizonte.
Sempre tive facilidade para aprender idiomas. A necessidade de falar a língua e não se preocupar em estropiá-la: fazer-se entender ajuda o desenvolvimento. Da mesma forma que deixar de praticar faz com que esqueçamos rapidamente.
Necessidade faz sapo pular. Há tempos descobri que tive um bisavô bilingue ou quem sabe, trilíngue ou até falador de quatro línguas. Nunca levei muito em conta certas histórias contadas por tios maternos a respeito de uma língua Mirandesa. Afinal, esses tios eram chegados numa mentira.
Sabia, sim, que meu bisavô, Antônio Miranda, tinha vindo de Miranda do Douro e no Brasil, fixou residência no Arraial de Bicudos, hoje Rio Casca.
Lembro-me de minha mãe contar histórias sobre ele, de apelido vovô Totó que, além do forte sotaque português, às vezes misturava umas palavras que soavam estranhas aos ouvidos da família. Palavras de procedência castelhana, galega ou sei lá o quê.
Este bisavô depois fixou residência junto com meu avô, também Antônio, em São Domingos do Prata e por lá morreu e lá está enterrado.
Com as facilidades da internet e pesquisando sobre minha mãe, e sua obra como pedagoga, descobri que meu bisavô falava mirandês. A língua Mirandesa é reconhecida como segunda língua oficial em Portugal, desde 1999. É falada por cerca de dez mil pessoas numa extensão de quase 500 quilômetros quadrados, na fronteira com a Espanha, na Província de Miranda do Douro e várias freguesias ao redor.
Os falantes de mirandês, falam português, às vezes castelhano, galego e até asturiano. São realmente poliglotas. Bem diversos de mim que como afirmei acima, a exemplo de Fernando Collor de Mello, falava diversas línguas, todas elas em português.
PS: O Mirandês consta da Wilkipedia
Urtigão (desde 1943)