"Lula no enterro de sua mulher fez draminha ao acusar a Lava-Jato de ser a causadora da morte de sua companheira".
Disse mais. Falou a verdade sobre o primeiro velório-com-comício de que se tem notícia nestes anos trôpegos que o País vive.
Coisa de filme mexicano ou novela de Glória Magadan. A "Galega", como era chamada pelo seu marido, merecia um velório mais digno e menos hipocrita.
Expliquemos:
- O aneurisma que se rompeu no cérebro de D. Marisa Letícia era mais do que conhecido. Diagnosticado há dez anos, tinha um prognóstico já adiantado pelo prof. dr. Roberto Kalil: parar de fumar, vida menos intensa, exercícios físicos, dieta e mudança de hábitos. Tudo indica que nada foi feito. A Lava-Jato só tem três anos de vida e todos nós desejamos a ela uma longa e profícua vida.
- Lula recebeu no Hospital Sirio-Libanes, um dos melhores do Brasil, a solidariedade de amigos e adversários políticos de todos os naipes. De altos coturnos a sandálias havaianas. Não pode se queixar. Fazer da morte da sua mulher uma plataforma política, convenhamos, é jogar sujo.
- Temos ainda a história da doação de órgãos. Mais uma vez o "Asceta de Garanhuns" jogou para a torcida. Qualquer um que se dê ao trabalho de acessar o blog da Marli Gonçalves marligo.wordpress.com, vai encontrar uma postagem na qual, ela questiona, antes da declaração oficial da morte da D. Marisa, a suposta doação de órgãos. No mesmo post, existe um login para o Ministério da Saúde, no qual são elencados todos os critérios para tais procedimentos.
- Outra bobagem, para não dizer palhaçada, veio do presidente do PT. O dito cujo em nota oficial rememora a trajetória de Marisa Letícia e evoca a imagem dela a costurar a primeira bandeira do partido, quando o heróico marido estava preso pela ditadura. Uma reedição tacanha e rasteira de um quadro que existe de uma cena que também não existiu, de mulheres e crianças bordando a primeira bandeira da república. Ruy Falcão, menos...
- Por último, cumpre-nos censurar a atitude de médicos que vazaram para a imprensa os exames da Sra. Lula da Silva e foram repreendidos pelo dr. Kalil. Uma delas foi até demitida do hospital. Nada mais justo. Sigilo médico é coisa séria. No entanto, o prof. doutor também deveria ser censurado por ter sido partícipe da comédia da duvidosa doação de órgãos. A família assim o desejava mas, cabia a ele como bom profissional, orientá-los a respeito e demovê-los de algo tão ridículo .
Ao encerrar, parafraseamos o jornalista Carlos Brickmann em sua última coluna:
"R. I. P. - Descanse em Paz D. Marisa. Para os desavisados e amantes da língua inglesa: é latim.
Notas:
1) Jornalistas de todo o Brasil estão fazendo um bolão para saber quem roubou mais: Eduardo Cunha ou Sérgio Cabral.
Ao que tudo indica, o moço nascido em Realengo é poule de dez. Já está na casa de duzentos e sessenta milhões de reais apreendidos e promete devolver muito mais.
Estamos falando de políticos cariocas. Quando chegarmos ao nordeste talvez tenham de fazer um bolão à parte.
Tem muito candidato forte, com muitos anos de carreira que prometem treinar muito até a Lava Jato os alcançar.
2) No setor empresarial, até agora o cetro, a coroa e o trono está com o sr. Eike Batista da Silva.
Negócios por todo o mundo, dos mais variados naipes. Homem diversificado, cativante e resoluto. Tem sérios concorrentes.
3) A revista Piauí de fevereiro traz uma excelente reportagem sobre a derrocada da supertele, que já se chamou Telemar e hoje atende pelo nome de Oi. Seus controladores deram nó em pingos d'água e arremataram as pontas.
A OI era só um dos negócios.
Por trás de tudo tem a Andrade Gutierrez, o Grupo La Fonte e muitas controladas.
A Oi era uma das Campeãs Nacionais da Era Lula-Dilma. Dinheiro nosso que foi pelo ralo. E Lula ainda faz política se fazendo de vítima.
Urtigão (desde 1943)
ou José Silvério Vasconcelos Miranda, nascido em Rio Piracicaba/MG.