Um meu amigo nascido lá pelas bandas da Serra da Canastra, onde se faz o melhor queijo de Minas, contou para nós em roda de bar, o melhor ambiente para se conversar assuntos sérios, o caso de uma moça da família dele.
Ela, quando contrariada por qualquer coisa “dava ataques” e ficava completamente inerte em cima da cama. Nem rezas com benzeduras e simpatias, nem mesmo queimar bosta de boi seca no ambiente do quarto de dormir, nem outros remédios recomendados, tiravam a coitada do torpor. Somente ao fim do segundo dia ela acordava, tomava banho e devorava uma farta refeição. E todos ficavam na expectativa de o ataque repetir.
O irmão mais velho que estudava na capital, foi visitar a família em companhia de um jovem médico seu companheiro de pensão, que fazia residência em psiquiatria. E a moça acabara de dar o ataque por ter sido forçada a ceder o quarto dela ao amigo do irmão.
O jovem médico, conhecedor das curas, da farmácia buscou duas injeções de éter e logo aplicou a primeira.
Ela, moça dos ataques, deu um verdadeiro urro e saiu imediatamente do torpor. Estava curada, mas o médico disse que iria deixar bem à vista a outra ampola para num caso remoto de o ataque repetir, ser aplicada a injeção de imediato.
Nem passados seis meses a mãe da moça faleceu de repente e diante da dor pela perda, ela ficou repetindo:
“- Ai que vontade de dar um ataque, mas só de me lembrar daquela injeçãozinha não tenho coragem.”
Este caso veio à minha lembrança quando li uma máxima escrita pelo Luis Fernando Veríssimo:
“Tem muita gente honesta neste país. Só não se identificam para não ficar de fora se aparecer um bom negócio.”
Era bem atual! Políticos e empreiteiros nunca se depararam com a situação pela qual estão passando. Estes davam seus “botes de rapina” e entravam em “ataques de euforia”, seus executivos tinham direito às fanfarras que alardeavam a competência em bem saber subornar. Nunca se julgaram corruptores, apenas distribuíam “alegrias” aos políticos que se encontrassem tristes e aos responsáveis pela gestão do erário da viúva, que estivessem insatisfeitos com o que ganhavam pela função.
Em consequência eles ganhavam o “sobre preço da esperteza” sempre com convicção que era direito deles.
E como expectadores havia honestos cidadãos que tinham conhecimento dos fatos e não protestavam para não se identificar, temiam ficar de fora se aparecessem bons negócios.
Assim era a salmoura para conservar as bactérias da esperteza.
E apareceu um Joaquim nascido nessa Minas dos Inconfidentes, em Paracatu do Príncipe, de sobrenome Barbosa e ministro do Supremo Tribunal Federal.
Veio à tona o chamado “Mensalão” e ele, honrado em sua toga de juiz, fez “alegres” políticos irem para a cadeia.
E apareceu um Sérgio no Paraná, de sobrenome Moro, Juiz Federal, jovem com propósitos de sempre honrar sua toga de juiz.
Policiais Federais, exaustivos em investigar, e Procuradores Federais, incansáveis em sua missão, retiraram da salmoura, tanto aqueles que em “botes de rapina” entraram em “ataques de euforia”, como seus executivos que pelas fanfarras foram alardeados como competentes em saber subornar e os levaram à barra do tribunal do jovem Juiz Moro.
Foram parar na cadeia, em desconfortáveis celas com banho frio e comida semelhante às que eram servidas aos peões das obras empreitadas por eles.
E aí vieram as “delações premiadas”, políticos, que para não ficarem tristes e gestores do erário da viúva, que para não ficarem insatisfeitos, haviam recebido “alegrias” foram fazer companhia aos empreiteiros e aos seus executivos na cadeia.
E os honestos cidadãos, expectadores que nunca protestaram, passaram a se identificar e dizer que nunca aceitariam qualquer desses negócios por melhor que fosse.
Mas para bem de todos e felicidade geral da nação, parece, com fortes indícios, que todos passaram a ter pavor daquela injeçãozinha de éter que tanto Joaquim como Sérgio, andaram aplicando naqueles que outrora tiveram ataques.
Ela, quando contrariada por qualquer coisa “dava ataques” e ficava completamente inerte em cima da cama. Nem rezas com benzeduras e simpatias, nem mesmo queimar bosta de boi seca no ambiente do quarto de dormir, nem outros remédios recomendados, tiravam a coitada do torpor. Somente ao fim do segundo dia ela acordava, tomava banho e devorava uma farta refeição. E todos ficavam na expectativa de o ataque repetir.
O irmão mais velho que estudava na capital, foi visitar a família em companhia de um jovem médico seu companheiro de pensão, que fazia residência em psiquiatria. E a moça acabara de dar o ataque por ter sido forçada a ceder o quarto dela ao amigo do irmão.
O jovem médico, conhecedor das curas, da farmácia buscou duas injeções de éter e logo aplicou a primeira.
Ela, moça dos ataques, deu um verdadeiro urro e saiu imediatamente do torpor. Estava curada, mas o médico disse que iria deixar bem à vista a outra ampola para num caso remoto de o ataque repetir, ser aplicada a injeção de imediato.
Nem passados seis meses a mãe da moça faleceu de repente e diante da dor pela perda, ela ficou repetindo:
“- Ai que vontade de dar um ataque, mas só de me lembrar daquela injeçãozinha não tenho coragem.”
Este caso veio à minha lembrança quando li uma máxima escrita pelo Luis Fernando Veríssimo:
“Tem muita gente honesta neste país. Só não se identificam para não ficar de fora se aparecer um bom negócio.”
Era bem atual! Políticos e empreiteiros nunca se depararam com a situação pela qual estão passando. Estes davam seus “botes de rapina” e entravam em “ataques de euforia”, seus executivos tinham direito às fanfarras que alardeavam a competência em bem saber subornar. Nunca se julgaram corruptores, apenas distribuíam “alegrias” aos políticos que se encontrassem tristes e aos responsáveis pela gestão do erário da viúva, que estivessem insatisfeitos com o que ganhavam pela função.
Em consequência eles ganhavam o “sobre preço da esperteza” sempre com convicção que era direito deles.
E como expectadores havia honestos cidadãos que tinham conhecimento dos fatos e não protestavam para não se identificar, temiam ficar de fora se aparecessem bons negócios.
Assim era a salmoura para conservar as bactérias da esperteza.
E apareceu um Joaquim nascido nessa Minas dos Inconfidentes, em Paracatu do Príncipe, de sobrenome Barbosa e ministro do Supremo Tribunal Federal.
Veio à tona o chamado “Mensalão” e ele, honrado em sua toga de juiz, fez “alegres” políticos irem para a cadeia.
E apareceu um Sérgio no Paraná, de sobrenome Moro, Juiz Federal, jovem com propósitos de sempre honrar sua toga de juiz.
Policiais Federais, exaustivos em investigar, e Procuradores Federais, incansáveis em sua missão, retiraram da salmoura, tanto aqueles que em “botes de rapina” entraram em “ataques de euforia”, como seus executivos que pelas fanfarras foram alardeados como competentes em saber subornar e os levaram à barra do tribunal do jovem Juiz Moro.
Foram parar na cadeia, em desconfortáveis celas com banho frio e comida semelhante às que eram servidas aos peões das obras empreitadas por eles.
E aí vieram as “delações premiadas”, políticos, que para não ficarem tristes e gestores do erário da viúva, que para não ficarem insatisfeitos, haviam recebido “alegrias” foram fazer companhia aos empreiteiros e aos seus executivos na cadeia.
E os honestos cidadãos, expectadores que nunca protestaram, passaram a se identificar e dizer que nunca aceitariam qualquer desses negócios por melhor que fosse.
Mas para bem de todos e felicidade geral da nação, parece, com fortes indícios, que todos passaram a ter pavor daquela injeçãozinha de éter que tanto Joaquim como Sérgio, andaram aplicando naqueles que outrora tiveram ataques.
Arthur Lopes Filho