Nossa Balança Mental - Crônica Jornal “Estado de Minas - 09/03/2017 - Mário Ribeiro

Parece que temos uma força interior que às vezes nos faz perder o controle e aciona nossos mais primitivos instintos.

Como explicar o senhor normalmente calmo que, diante da tevê, perde a compostura em casa e passa a esbravejar os mais cabeludos palavrões porque o atacante de seu time chutou para fora o que seria um gol certo?

Ao contrário, diante de fatos lamentáveis da política, o mesmo senhor, parece que, desistindo das agruras que envolvem o país, se deixa calar como um monge em meditação no alto da montanha.

Talvez o bom de viver seja essa incoerência que temos diante dos fatos sobre as mais variadas coisas desse mundo. Somos assim.

Mesmo pessoas equilibradas, avessas a explosões sobre fatos vergonhosos, não conseguem manter o ar passivo quando, metaforicamente, lhe pisam nos pés.

Dizem que rezar é santo remédio para acalmar os de gênio nervoso. Será? A política, por exemplo, deveria ser assunto para análise especial quanto às reações que provoca dia após dia no cidadão/eleitor.

Normalmente nosso cérebro está atento à lógica das coisas e dos acontecimentos, mas parece impossível em certos casos ele se comportar de modo a não expressar com virulentos palavrões que nem um dicionário considerado completo tem coragem de registrar.

Ah!!! Acontece que somos humanos e contamos com uma espécie de balança de pesos desregulados que pesam os fatos ora com medida maior ora com medida menor.

Melhor é não levar nada disso a sério e aceitar que essa balança mental infelizmente nunca está bem calibrada.


Mário Ribeiro