De tantas coisas imperdoáveis que acontecem neste mundo contemporâneo destaca-se esta história de ficar cada vez mais difícil entender a avidez de egos que se consideram imaculados e o crédito que se dá a talentos nem tão talentosos assim.
Com isso, o mito das igualdades entre os mortais fica parecendo uma forma de, mais do que nunca, escamotear terríveis mazelas pessoais e comportamentos nada aceitáveis de governantes.
É claro que não podemos também deixar de registrar a nossa insistência em não reconhecer erros que cometemos às pampas.
Por isso mesmo, vai ficando cada vez mais difícil recuperar a credibilidade tão necessária para se viver em um mundo tumultuado por causa de loucuras ideológicas que se misturam com um narcisismo escancarado e com verdades nem tão verdadeiras assim.
Parece não ter mais valor aquilo que atravessa séculos: o chamado Imperativo Categórico, conceito criado pelo filósofo Imanuel Kant e definido como o dever de toda pessoa de agir conforme os princípios que ela quer que todos os seres humanos sigam como se fosse uma lei da natureza humana.
Pode ser considerado um absurdo e um retrocesso inominável falar em Imperativo Categórico nesses nossos tempos chamados modernos, cada vez mais marcados por uma liberdade sem eira nem beira.
Pode até ser acusado de tacanho quem ouse recorrer a princípios filosóficos surgidos séculos atrás, embora nada seja mais ridículo do que algumas posturas comportamentais e raciocínios carregados de um ranço chamado atraso.
É a marcha do homem em direção ao futuro.
E mais grave é acusar de reacionários os que vêem esses assuntos como coisa própria de quem está na marcha-a-ré no tempo.
- Melhor deixar prá lá – diria um filósofo popular descrente de uma revisão do que é considerado modernidade.
Afinal, já não faz mais sentido aquela velha ordem que a gente recebia no CPOR quando era preciso dar uma meia-volta com os pés e o comandante decretava:
- Companhia!!! Frente para a retaguarda!!!
Mário Ribeiro