Na Base do “memoriol” - Crônica Jornal “Estado de Minas" - 30/03/2017 - Mário Ribeiro

Natural que na idade a que chegaram começassem surgir problemas que não imaginavam acontecer com eles, incluindo a perda de memória.

Um não se conforma de, no meio de uma conversa, sofrer apagão mental e não conseguir concluir o que dizia.

O outro, mais relaxado, prefere aceitar a dura realidade de quem chega a determinada idade, conhecida como velhice.

- Você pode não gostar de ouvir mas a melhor definição desse quadro atende pelo que em outros tempos era chamado de caduquice, ficar caduco.

O primeiro não gostou. Ele caduco logo quando chega à chamada “melhor idade”? Mas reconheceu que seu cérebro anda funcionando como se estivesse com a pilha fraca.

Bebiam cerveja sem álcool onde sempre se encontram às quintas-feiras sob o barulho ensurdecedor do trânsito da avenida e das conversas a toda altura nas mesas ao redor.

Então o companheiro atualizado no assunto falou sobre o que se deve fazer para ativar a cuca quem chega a uma incerta idade.

O outro até colocou a mão em concha no ouvido para escutar melhor e ficou sabendo atividades importantes para velhos como jogar dama, xadrez e fazer palavras cruzadas. Animou-se ao lembrar do pai que, já velhinho, lutava para fazer palavras cruzadas no jornal que assinava.

Nova informação o surpreendeu: bom também para a memória é ler livros em outra Língua e na internet as edições diárias de jornais e blogs em inglês.

A cada informação o amigo se animava até fazer a ressalva:

- É…Será que existe algum remédio chamado “Memoriol” para eu me lembrar de tudo que você me disse?


Mário Ribeiro