Há pessoas que observam as regras de honra como se vêm as estrelas: de longe. (Victor Hugo)
E de repente vendo na TV o Noticiário dito nacional, Manoel levou um susto: viu o Presidente todo poderoso de uma empreiteira afirmar “a troca de favores entre os políticos e as empresas é algo institucionalizado no país há décadas... Tudo que está acontecendo é um negócio institucionalizado. Uma coisa normal. Há 30 anos que se faz isso e o que me surpreende é quando eu vejo todos esses poderes, a imprensa, tudo como se isso fosse uma surpresa.”
Manoel levou um susto por saber que isso é a verdade e não precisava ser dito. O noticiário em retrospectiva dizia que promotores públicos, procuradores, polícia federal, juízes, desembargadores, ministros de tribunais superiores tinham pressionado aquele presidente que falara o que era óbvio. Manoel acabara de concluir a quarentena que ele mesmo se impusera e ligara a TV.
Ele se enfurnara em sua fazenda de gado de corte e por querer descansar de tudo não lera jornais não ouvira rádio e nem vira TV.
Já haviam se passado os 40 dias, afinal era a primeira vez que se dera ao luxo de ficar tanto tempo desligado de tudo. Deve ser esclarecido que a fazenda fora comprada com recursos financeiros de grande prêmio pela sua competência em saber subornar quem necessário fosse para obter elevados ganhos para a empreiteira onde trabalha. Tudo muito normal, não havia o que questionar. Recebera o polpudo prêmio das mãos do próprio acionista maior da empreiteira e este, em risadas dissera:
“- Sua ação é muito importante para o aumento de nossos lucros. Espero ter você durante muito tempo conosco. É o tipo de executivo de que necessitamos. Parabéns.”
Não era o caso dele, mas outro colega de trabalho que tivera um breve lampejo de consciência foi convencido pelo argumento esclarecedor:
“- Faça as contas, você conseguiu um faturamento a maior no montante de 1 bilhão de reais. Divida por 200 milhões de habitantes, o resultado foi de ínfimos R$ 5.00 por unidade. populacional.”
O lampejo passou de imediato e não restou qualquer fragmento de remorso.
Manoel estava indignado: se sempre foi assim qual o motivo de tanto estardalhaço agora? Desse jeito como poderiam trabalhar e ganhar bons prêmios por superfaturamento? Com essa atitude estavam tirando o estímulo de executivos de alta percepção e qualificada competência em dar lucros extras às empreiteiras nas quais ocupavam bons cargos?
Esses que andaram vasculhando os livros das empreiteiras eram bisbilhoteiros sem o que fazer de melhor. Mas mesmo assim era fundamental desviar o foco sobre eles para poderem continuar trabalhando com a mesma liberdade.
Não se sabe, há dúvidas, se a chamada Delação Premiada fez parte da estratégia de mudança de foco, mas foi muito bem usada. Os empreiteiros e seus executivos sabem muito bem como agir.
Bastava mostrar o que estava institucionalizado no país há décadas. Os beneficiários foram os políticos e eles deveriam ser os processados.
Não é por nada, mas os empreiteiros são muito competentes, tanto que as notícias principais são estas:
Ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a Procuradoria-Geral da República (PGR) a investigar 8 ministros, 3 governadores, 24 senadores e 39 deputados federais que fazem parte da chamada "lista do Janot".
Não há dúvidas que os únicos culpados são os políticos, os seus nomes já se encontram nas manchetes das notícias. Já foram condenados antes de julgados.
No III Reich, Goebbels, o mestre da propaganda, ensinava que se devia:
”Exagerar as más noticias até desfigurá-las transformando um delito em mil delitos, criando assim um clima de profunda insegurança e temor. “
E de repente vendo na TV o Noticiário dito nacional, Manoel levou um susto: viu o Presidente todo poderoso de uma empreiteira afirmar “a troca de favores entre os políticos e as empresas é algo institucionalizado no país há décadas... Tudo que está acontecendo é um negócio institucionalizado. Uma coisa normal. Há 30 anos que se faz isso e o que me surpreende é quando eu vejo todos esses poderes, a imprensa, tudo como se isso fosse uma surpresa.”
Manoel levou um susto por saber que isso é a verdade e não precisava ser dito. O noticiário em retrospectiva dizia que promotores públicos, procuradores, polícia federal, juízes, desembargadores, ministros de tribunais superiores tinham pressionado aquele presidente que falara o que era óbvio. Manoel acabara de concluir a quarentena que ele mesmo se impusera e ligara a TV.
Ele se enfurnara em sua fazenda de gado de corte e por querer descansar de tudo não lera jornais não ouvira rádio e nem vira TV.
Já haviam se passado os 40 dias, afinal era a primeira vez que se dera ao luxo de ficar tanto tempo desligado de tudo. Deve ser esclarecido que a fazenda fora comprada com recursos financeiros de grande prêmio pela sua competência em saber subornar quem necessário fosse para obter elevados ganhos para a empreiteira onde trabalha. Tudo muito normal, não havia o que questionar. Recebera o polpudo prêmio das mãos do próprio acionista maior da empreiteira e este, em risadas dissera:
“- Sua ação é muito importante para o aumento de nossos lucros. Espero ter você durante muito tempo conosco. É o tipo de executivo de que necessitamos. Parabéns.”
Não era o caso dele, mas outro colega de trabalho que tivera um breve lampejo de consciência foi convencido pelo argumento esclarecedor:
“- Faça as contas, você conseguiu um faturamento a maior no montante de 1 bilhão de reais. Divida por 200 milhões de habitantes, o resultado foi de ínfimos R$ 5.00 por unidade. populacional.”
O lampejo passou de imediato e não restou qualquer fragmento de remorso.
Manoel estava indignado: se sempre foi assim qual o motivo de tanto estardalhaço agora? Desse jeito como poderiam trabalhar e ganhar bons prêmios por superfaturamento? Com essa atitude estavam tirando o estímulo de executivos de alta percepção e qualificada competência em dar lucros extras às empreiteiras nas quais ocupavam bons cargos?
Esses que andaram vasculhando os livros das empreiteiras eram bisbilhoteiros sem o que fazer de melhor. Mas mesmo assim era fundamental desviar o foco sobre eles para poderem continuar trabalhando com a mesma liberdade.
Não se sabe, há dúvidas, se a chamada Delação Premiada fez parte da estratégia de mudança de foco, mas foi muito bem usada. Os empreiteiros e seus executivos sabem muito bem como agir.
Bastava mostrar o que estava institucionalizado no país há décadas. Os beneficiários foram os políticos e eles deveriam ser os processados.
Não é por nada, mas os empreiteiros são muito competentes, tanto que as notícias principais são estas:
Ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a Procuradoria-Geral da República (PGR) a investigar 8 ministros, 3 governadores, 24 senadores e 39 deputados federais que fazem parte da chamada "lista do Janot".
Não há dúvidas que os únicos culpados são os políticos, os seus nomes já se encontram nas manchetes das notícias. Já foram condenados antes de julgados.
No III Reich, Goebbels, o mestre da propaganda, ensinava que se devia:
”Exagerar as más noticias até desfigurá-las transformando um delito em mil delitos, criando assim um clima de profunda insegurança e temor. “
Arthur Lopes Filho