Urtigão e o Rabo do Elefante

Há tempos escrevi neste espaço sobre expressões de amplo uso que a maioria não sabe o que significa. Caíram no gosto popular e dessa forma atravessam gerações. Uma das mais usadas é sobre a ponta do iceberg. Quando queremos dizer que muita coisa ainda irá acontecer e ainda estamos no começo, usamos o dito. 

É somente a ponta do iceberg. A imagem é boa, mas duvido que alguém tenha visto um iceberg em sua plenitude. Nem os indigitados passageiros do H.M.S. Titanic, naquela escura e fria noite de 1912.
Dito isto, vou usar algo mais corriqueiro e mais fácil para a vista dos mortais, ao comentar a divulgação de parte do conteúdo da colaboração premiada do Clã Odebrecht e seus asseclas: trata-se apenas do rabo do elefante.
Na minha humilde opinião, nada mais despropositado do que o rabo do elefante. Se escondermos o dono e apalparmos o apêndice, podemos toma-lo por um porco. Porque não. Não demonstra a montanha de carne que tem depois.

Neste mesmo espaço, há mais de um ano eu disse que o "príncipe da empreita brasileira" na gaiola de Sérgio Moro, se bem tratado, iria cantar tal qual canário roller. Disse isso em homenagem aos pássaros dessa raça e a ascendência germânica de Marcelo. 

Demorou mas cantou afinado e em vários tons. Uma boniteza de cantoria. Música de primeira linha, que joga merda pra todo lado. Em especial, na alma mais honesta do Brasil, o barão de Munchausen de Caruaru, Luis Inácio Lula da Silva.
Acerta também uma certa senhora que disse ser doutora pela Unicamp, sem ser, disse também ser especialista em energia, apesar de não diferenciar querosene de azeite de mamona e lamparina de candeia. Uma farsante, uma ignorante, herança maldita de Leonel de Moura Brizzola, outro farsante brasileiro.
Dizem os especialistas que é a delação do fim do mundo. É nada. Atingiu os "muristas" do PSDB, que deverão desocupar a moita. São tão sujos quantos os outros. Ex-comunistas travestidos de "coroinhas", ex-colegas de luta armada dos vagabundos que de uma forma ou de outra povoaram a história do Brasil nas ultimas décadas.
Como disse acima, é apenas o rabo do elefante. Já chegou no Pimentel, no Márcio Lacerda e vai chegar em muita gente mais. O que mais se houve de ontem para hoje são juras de inocência, repudio e acusações de mentirosos aos delatores.
Na hora de apanhar o dinheiro, eram "amigos" "cumpanherus" e colegas. 

Todos são unanimes em dizer, como já disse o ex-prefeito de
Belo Horizonte que as contas de campanhas dele são transparentes. Tão transparentes quanto as águas do Ribeirão Arrudas. Basta puxar o rabo do paquiderme. Quem viver verá.


Urtigão ( desde 1943) Urtigão é pseudônimo de José Silvério Vasconcelos Miranda, nascido em Rio Piracicaba em 1943.