Verdade ou Mentira? - Crônica Jornal “Estado de Minas” - 24/04/2017 - Mário Ribeiro

Entre questões da atualidade, destaca-se uma expressão que retrata esses tempos de tantos conflitos pessoais, políticos ou sobre o que ocorre ao nosso lado e no mundo.

Se há uma preocupação de se tomar a vacina contra gripe, outra refere-se ao que o país (e até no mundo) entende sobre o que seja a tal de pós-verdade.

Impressionante como encontrou-se expressão tão estranha para designar o que se tornou prática comum em instituições, principalmente políticas, do país: a mentira, definida nos dicionários como “ato de mentir”, “falsidade”, “peta”, “patranha”.

Com o surgimento da palavra, tornou-se natural comentar sobre ela em bate-papos do dia-a-dia e com mais intensidade nas conversas sobre política, certamente em razão do momento que vive o país.

Pesquisa sobre sua origem, indica que essa história começou com dicionaristas da Universidade de Oxford ao elegeram a pós-verdade como a palavra do ano em 2017.

A partir dai foi um pulo para a pós-verdade virar palavra da moda, com presença em dicionários digitais e no dia-a-dia, predominando na política, como não poderia deixar de ser.

Grandes espaços têm sido usados para definir pós-verdade, mas as explicações não passam de enrolações difíceis para seres humanos comuns conseguirem entender o significado.

Fato é que novos dicionários em edição impressa ou digital não deixarão de registrar um verbete sobre a palavra pós-verdade, o que deixa no ar a pergunta que não quer calar:

- Será que tudo não passa de um complô mundial para sumir com a palavra mentira e, mais grave, com a verdade?



Mário Ribeiro